Símbolos da nobreza da alma humana


09/06/2011

Plinio Corrêa de Oliveira


Enrique Florido Bernils (Málaga, Espanha, 1873-1929)

Esta pintura representa uma caravela que está saindo da laguna de Veneza e demandando o mar.

A água aparece num colorido muito matinal — um azul ligeiramente esverdeado, que lembra uma pedra preciosa. Por detrás, em contraste com a serenidade matinal do mar, nota-se uma acumulação de nuvens ainda luminosas, mas que significam um porvir que vai ser borrascoso para a caravela. Mas a nau parece dirigir-se ao mar toda enlevada e com a tripulação inconsciente do perigo que representam essas nuvens. As velas enfunadas parecem exprimir o desígnio humano de navegar na esperança de uma travessia bem sucedida, da alegria da viagem, da mudança, do lucro e do risco.

A cena representa mil aspetos nobres da alma humana que passo a definir.

Um deles é o de uma mobilidade leve e decidida, rumo ao desconhecido, que simboliza a coragem e o destemor.

Outro aspecto patenteia-se na altura do mastro central — soberano em relação ao mar —, como quem afirma: “Eu te vejo de cima e tu não me engolirás!”

Ainda outro: uma aparência de saudades marca a ce

na. A caravela não está saindo apressadamente. Ela parece estar manifestando um discreto “adeus” à terra que fica para trás.

E, por fim, a ameaça de borrasca no fundo parece dizer: “Aqueles que se encontram navegando, estão com suas almas decididas a todos os riscos”.


Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 6 de outubro de 1984. Sem revisão do autor.

Veja:
Revista Catolicismo

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