Aborto: O ensinamento da Igreja, a Lei natural e a ciência convergem na defesa da vida
25/04/2008
Frederico Abranches Viotti
Se a grande maioria anti-abortista do Brasil não se mobilizar, o nefando massacre de inocentes poderá tornar-se lei, atraindo para o País a maldição divina
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Era uma manhã de sábado quando Laura marcou sua operação em uma clínica de aborto. A clínica situava-se em um prédio discreto, sem placas ou cartazes. Laura, ainda jovem, caminhava insegura até a porta. Cada passo a aproximava do lugar que marcaria sua vida para sempre.
Foi recebida por uma enfermeira sorridente, amável, que a encaminhou para a sala de espera. Na sala, duas outras mulheres aguardavam ansiosas o chamado do médico para entrarem na sala de operações.
A decoração, repleta de tons claros e alegres, contrastava enormemente com a tensão que se percebia na sala. Paredes azuladas, chão lustrado e limpo, cadeiras confortáveis, mesas com revistas da semana. Tudo parecia lembrar um consultório médico normal. Não faltava nem mesmo a música de fundo, com melodias tranqüilas do gênero new age.
Era mais um dia na vida de Laura, mas o último de vida do seu filho.
Pouco depois, a enfermeira chama pelo nome a primeira da fila. Levanta-se outra jovem nervosa, e entra na sala de operações.
Laura estava convencida do que ouvira, destinado a tranqüilizar as pacientes: seria uma operação simples. Pelo que ela entendeu, o médico utilizaria um aparelho parecido com um aspirador. Através da sucção, o feto seria arrancado do útero materno e a mãe assistiria a tudo confortavelmente, amparada pelas enfermeiras, enquanto seu filho seria extirpado como se fosse um tumor que invadira seu corpo.
Laura sabia que não era um tumor, mas um bebê que lá estava. Por outro lado, achava que era mais fácil ver o caso dessa maneira. Afinal, todas as abortistas dizem que o aborto é um caso de saúde da mulher! Trata-se de seu corpo, de sua saúde, de sua vida. Pensar que era um bebê, apenas dificultaria sua decisão.
Com tantos argumentos recolhidos em jornais e televisões, palestras a que assistiu e livros que leu, tudo parecia justificado. Era um caso de saúde pública, de sua saúde! Lembrar agora dos argumentos religiosos e morais, pensou ela, apenas atrapalharia sua decisão.
Com força ela afasta esses pensamentos, preferindo admitir que o bebê em seu ventre não era um ser distinto, mas parte do seu próprio corpo, e que era seu direito dispor da vida daquele ser inocente, que dormia tranqüilamente no seio materno.
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Essa história é fictícia, mas ocorre freqüentemente com pessoas que realizaram abortos, e que com isso têm suas vidas marcadas para sempre.
O depoimento abaixo é real, escrito por uma senhora que, em um momento péssimo de sua vida, praticou um aborto, mas que está profundamente arrependida do ato que cometeu. Por motivos muito compreensíveis, seu nome não será revelado:
“Hoje, venho expor verdadeiramente a minha opinião sobre esse assunto tão polêmico. E Deus é testemunha do que aqui relato. Já fiz um aborto. Há mais ou menos 10 anos atrás. E só Deus, na sua infinita misericórdia, sabe o que passei e o quanto me arrependi — e me arrependo até hoje — por este ato. Cada rosto de uma criança que eu olhava, cada sorriso, cada gesto, eu comparava com o do meu filho(a) se eu não o tivesse assassinado. Sim, esta é a palavra certa. Me culpava, me cobrava imaginando como seria ele(a) hoje. Após tantos anos de arrependimento e pedidos de perdão a Deus, sei que ele me perdoou, pois me deu a graça de ter dois filhos maravilhosos. Mas isso não quer dizer que esqueci o meu ato, e cada vez que olho para meus filhos, lembro-me de que era para ter três alegrias na minha vida, e não duas. Como disse, sinto que Deus me perdoou, mas sei que algum dia serei cobrada pelo meu ato".
Farsa abortista: causa da aprovação do aborto nos EUA
Não menos impactante é o relato de Norma McCorvey. Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey, foi a primeira norte-americana a ganhar na Justiça o direito de abortar. A partir da sentença da Suprema Corte, no caso que ficou conhecido como “Roe vs. Wade”, o aborto foi aplicado em todos os Estados Unidos. Para medirmos a importância dessa decisão pró-aborto, basta lembrar que, depois dela, o aborto foi sendo aprovado em diversos outros países.
Depois de 30 anos de militância pró-aborto, Norma McCorvey, arrependida e convertida ao catolicismo, revelou a farsa perpetrada pelos abortistas, com sua anuência, para a aprovação desse grave pecado. Fez um impressionante relato ao jornal “El Mundo”,(1) em que assegura ter sido manipulada por “advogadas ambiciosas”, que usaram uma moça inexperiente para se tornarem famosas.
Escreve o jornal: “Era o ano de 1969. Ela estava só, havia abandonado os estudos e dado os filhos para a adoção. As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee convenceram-na a denunciar o fiscal de Dallas, Henry Wade, e a lutar pelo seu direito de abortar no Texas. Assim nasceu o caso Roe vs. Wade, que foi, de acordo com Norma, um cúmulo de mentiras. Para que a Justiça fosse mais rápida, disse às advogadas que fora violentada. Mais tarde, numa entrevista à televisão por ocasião dos 25 anos da sentença, confessou a farsa: a sua gravidez tinha sido fruto de ‘uma simples aventura’. Começou a sentir certa aversão pelas campanhas abortistas e pela clínica no início dos anos 90; não suportava a pressão de todas as mulheres que a procuravam para lhe agradecer, porque tinham podido abortar. Quando começou a trabalhar com o grupo católico, toda a sua vida até aquele momento apareceu-lhe como um erro. [...] Assim, Norma converteu-se em porta-voz da sua causa e publicou um novo livro, contrário ao aborto já desde o título de capa: Won by Love (Vencida pelo amor)”.(2)
Norma guarda tristes lembranças da época em que era abortista, quando pôde presenciar “a natureza aterrorizante do aborto e a devastação que causa nas garotas e nas mulheres”. Um dos fatos que a levaram à conversão teria sido o seguinte: certa manhã de domingo, passando em frente a um playground, encontrou os balanços vazios empurrados pelo vento. Naquele momento, as convicções pró-aborto perdiam força em sua alma diante dos balanços vazios. Pouco a pouco, com a assistência de sacerdotes, converteu-se ao catolicismo e se confessou, passando a rejeitar seu passado.
Essa atitude lembra a exortação que Saint Remy dirigiu a Clóvis, antes de batizar o rei franco: “Queima o que adoraste e adora o que queimaste”.(3) Em 14-1-2005, ela entrou formalmente com uma petição na Suprema Corte norte-americana para pedir a reversão da sentença do caso “Roe vs. Wade”, apresentando o testemunho autêntico de mais de mil mulheres abaladas psicologicamente pelo aborto e 5.300 páginas de depoimentos médicos contrários ao aborto.(4)
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Veja:
http://www.catolicismo.com.br/
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