O caráter militante do católico: prova de sua autenticidade


25/07/2011

Juan Gonzalo Larrain Campbell

Diante dos erros que no início dos anos 30 começavam a minar os ambientes católicos, Plinio Corrêa de Oliveira passou a orientar a opinião católica no sentido de ressaltar o caráter militante da Igreja como condição necessária para o exercício do verdadeiro apostolado

 

O reitor da grande mesquita de Paris, Si Hamza Boubakeur, tido como “moderado”, afirmou: “Após ter durante séculos exagerado, tornado pesado e deformado o culto verdadeiro devido a Deus, os cristãos se mostram agora entusiasmados iconoclastas. [...] Seus altares estão mais ‘limpos’, mais simples, e as paredes das igrejas ficaram livres das imagens”. Em consequência dessas transformações ele diz sentir-se animado a um diálogo, porque a “Igreja cede cada vez mais, pensando erroneamente que se pode de modo impune e por razões efêmeras, ceder em detalhes sem ‘violar’ as leis eternas de Deus. Em verdade, alguns daqueles que a Igreja chamava outrora ‘soldados de Deus’, tornaram-se desertores [...]. Pois bem, nós muçulmanos não pretendemos ceder em nada em matéria de dogma e de práticas religiosas”.1


A catedral de Tóquio é um triste exemplo do que afirmava o lider muçulmano de Paris Si Hamza Boubakeur (à dir. na foto): “os cristãos se mostram agora entusiasmados iconoclastas. [...] Seus altares estão mais ‘limpos’, mais simples, e as paredes das igrejas ficaram livres das imagens”. Em consequência dessas transformações ele diz sentir-se animado a um diálogo, pois os cristãos estão prontos a “ceder em detalhes sem ‘violar’ as leis eternas de Deus”

Por sua vez, um “teólogo” muçulmano declarou: “Se os ‘vossos’ [os ocidentais] e vós tendes respeito pelo nosso modo de pensar e por nossa religião, é porque ela vos domina, e porque vós careceis de confiança na vossa. [...] Pois bem, para nós não pode existir neste terreno nenhuma ambigüidade. [...] Quando duas religiões se enfrentam, não é para se compararem e trocarem saudações, senão para combaterem-se uma à outra. É por isto que jamais ouvireis dizer que nós respeitamos vossa religião. [...] De vossa parte, esse respeito a nossa religião parece uma abdicação: Vós renunciais a impor-nos a vossa fé, mas nós jamais renunciaremos a expandir o Islã”.2

Frases insolentes? Sem dúvida. Falsas? Infelizmente, não.

Ante nossos olhos está patente — e devidamente documentada na edição de Catolicismo de agosto de 1994 — a verdadeira invasão da Europa por mais de 20 milhões de muçulmanos; invasão que de lá para cá não tem feito senão crescer.

A pergunta que salta aos olhos é: como se chegou a isto? Qual a gênese desta dramática deserção do mundo católico? É o que passamos a responder no limitado espaço deste artigo.


A Igreja Militante e Triunfante (detalhe) – Andrea di Bonaiuto, séc. XIV. “Capela Espanhola”, Santa Maria Novella, Florença, Itália.

Até a década de 30, a atitude da Igreja – isto é, do conjunto de sua Hierarquia encabeçada pelo Santo Padre e da totalidade de seus ensinamentos – era de militância face aos revolucionários.3 Entre estes se destacavam o comunismo com todos os seus matizes, e a heresia modernista, condenada pelo Papa São Pio X em 1907 e renascida das cinzas com o nome de progressismo.

A posição militante dos católicos constituía um dos maiores obstáculos à Revolução gnóstica e igualitária em seu desígnio de conquistar o maior número de adeptos.

Para a remoção de tal obstáculo importava modificar a mentalidade dos católicos, para que abandonassem essa posição de integridade e fossem apertar a mão convidativa à colaboração que traiçoeiramente os revolucionários lhes estendiam.

E um dos pontos mais sensíveis para essa modificação consistia em ir eliminando muito sutilmente da consciência dos católicos a noção do caráter militante da Igreja e de seus membros.

Percebendo essa manobra revolucionária desde o seu nascedouro, na remota década de 1930, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira insistiu incontáveis vezes nas páginas do Legionário sobre o caráter militante de que deve se revestir todo verdadeiro filho da Igreja.

Passaremos a ilustrar, com alguns de seus muitos textos, um aspecto essencial da missão verdadeiramente profética do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira4: a de orientar, como leigo, a opinião católica para evitar que esta se desviasse do caminho que a Igreja tinha seguido até então nessa matéria.

Ser cristão não é só ser um crente, é ser soldado

Já quando se iniciavam os preparativos para a formação da Constituinte de 1933, Dr. Plinio traçava o plano de luta que os católicos deviam seguir, defendendo assim o caráter militante da Igreja contra a moleza insidiosamente soprada em certos círculos pré-progressistas:

“Ser cristão não é só ser um crente, é ser também um soldado. É saber descer à arena da luta de opiniões, ostentando com firmeza nossos princípios. É não ter medo de adquirir inimizades, se for necessário. É não ter medo de atrair sobre si antipatias. É, em suma, sacrificar-se”.5

Preservar os filhos da luz das infiltrações do erro

A avalanche de informações falsas dos acontecimentos mundiais despejada pela mídia sobre a opinião católica produzia nesta uma noção viciada dos problemas contemporâneos. Ante esse fenômeno morboso o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira definia em 1935 a missão do “Legionário”, que não era senão a assumida por ele mesmo durante toda a vida:

“No entanto, é necessário que não percamos de vista que a principal finalidade do ‘O Legionário’ é de orientar a opinião dos que já são católicos. E estamos certos de que, realizando esta obra, ela preencherá uma verdadeira lacuna. Realmente, a falta de instrução religiosa em nosso povo é imensa. E como conseqüência, muita gente há que, recebendo as informações sobre o que se passa no mundo inteiro através dos jornais diários, adquire uma noção inteiramente viciada de todos os grandes problemas contemporâneos. Assim, a maioria dos católicos ingere sem antídotos todos os venenos que lhe são ministrados pela imprensa quotidiana”.

E prosseguia, alertando os católicos sobre a necessidade da energia apostólica contra o mal, provando que esta não fere a caridade: “Ora, se é certo que é com mel que se caçam moscas, é com cercas de arame farpado que se devem cercar os campos onde não se quer que penetre o lobo devorador.

“Não quer isto dizer que devamos infringir os gravíssimos deveres que nos são impostos pela caridade. Há uma certa forma de ser caridoso e severo, que nos faz alvejar o erro ou o vício, sem atingir quem erra ou quem peca, ou melhor, levando ao pecador o mais ardente de nosso afeto fraternal, o mais delicado de nosso carinho em Cristo”.6

Erram os que condenam as manifestações vigorosas da fé



Comentário de Dr. Plinio sobre a destemida atuação do Beato Pio IX: “Erram os que condenam as manifestações vigorosas da fé, e que julgam imprudente e contraproducente qualquer gesto de energia e de vigor combativo, dos filhos da Luz contra os filhos das Trevas”

Um dos principais erros que se esgueiravam através do progressismo consistia na difusão implícita ou explícita da idéia de que era inoperante afirmar de modo vigoroso e destemido as verdades da fé e condenar energicamente os erros opostos à doutrina da Igreja. E que, em conseqüência, só era eficaz a tática das concessões e do sorriso permanente em relação aos infiéis.

O insigne líder católico sustentava o contrário dessa concepção errônea, servindo-se do exemplo de energia do Beato Pio IX ao decidir atuar no Concilio Vaticano I, apesar das oposições:

“Em primeiro lugar, todos os católicos militantes deram sua adesão incondicional. No seio do povo, as verdades definidas pela Igreja foram aceitas graças ao vigor com que a Igreja as promulgara. Até nos círculos intelectuais, o vigor com que agira o Papa lhe atraiu o respeito geral, e todo o mundo começou a respeitar e se interessar por uma Igreja dotada de tal vitalidade”.

E acrescentava: “Evidentemente, ninguém pode negar o alcance deste acontecimento histórico. Erram os que condenam as manifestações vigorosas da Fé, e que julgam imprudente e contraproducente qualquer gesto de energia e de vigor combativo, dos filhos da Luz contra os filhos das Trevas”.7

Apostolado: só na base a sorrisos e carícias?

Em artigo publicado uma semana depois, o destemido articulista atacava uma vez mais o erro contido na afirmação de que a tática do sorriso era a única solução válida no apostolado:

“Erram os que supõem ser o apostolado viável unicamente por meio de sorrisos e carícias. É certo, certíssimo, incontestável, que ele não pode ser feito a não ser com caridade. Mas que a caridade consiste em ostentar para gregos e troianos, filhos da luz e filhos das trevas, pecadores arrependidos como a Madalena ou impenitentes como os fariseus e os mercadores do Templo, o mesmo semblante perpetuamente desanuviado e inexpressivamente risonho, é errar gravemente. Errar, não apenas porque não é este o ensinamento da Santa Igreja, que armou contra os mouros as cruzadas, e instituiu contra os hereges o Santo Ofício romano e as fulminações das penas canônicas, mas ainda porque é colidir com os ensinamentos dos Santos Evangelhos que, se de um lado, nos mostram o Salvador afável e misericordioso para com os pecadores que queria atrair a Si, também O mostram inexorável e terrível para com os pecadores que se mantinham obstinados na impenitência”.8

Arrancar a máscara: primeira obra de apostolado

Defendendo os católicos contra os artifícios dos hereges, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sustenta que arrancar-lhes a máscara é a primeira obra de apostolado:

“Deste artifício dos hereges, temos um precioso ensinamento a tirar. Evidentemente, temem eles levantar a máscara, e atacar diretamente a Igreja. E a razão está em que eles estão bem persuadidos de que, se atacarem a Igreja, ninguém dentre os católicos deles se acercará.

“Assim, se não queremos que os católicos deles se acerquem, devemos evidentemente tomar a iniciativa de lhes arrancar a máscara, e, em todos os trabalhos que fizermos contra a heresia, tratar de declarar logo de início que se trata de erro incompatível com a doutrina da Igreja. [...]

“Assim, pois, arrancar a máscara é, para nós, a primeira obra de apostolado. Realmente, do que no Brasil se deve cuidar, não é de que a heresia seja um problema resolvido, mas de que ela não venha a se tornar problema.

“Nossa luta ainda é sobretudo preventiva. E, assim, sem prejuízo de utilização de outros meios de luta, o desmascaramento do adversário deve ser nossa principal preocupação”.9

A mania de condescender dilata os espaços da dúvida


Plinio Corrêa de Oliveira: “Não tratemos os lobos como ovelhas perdidas”

A relativização das verdades da doutrina católica é inerente aos católicos “pacifistas” opostos ao caráter militante da Igreja, que introduzem na mentalidade dos fiéis o espírito de dúvida. Este erro foi também denunciado por Dr. Plinio:

“Evidentemente, essa vacilação, em um verdadeiro católico, não se pode referir a certas verdades já irretorquivelmente definidas pela Igreja. Mas há um sem número de aplicações práticas de princípios, ou de deduções doutrinárias a respeito de princípios já definidos, em que essa fraqueza se manifesta. Em lugar de se procurar, na utilização doutrinária ou prática dos princípios a verdade, toda a verdade, e só a verdade, as reflexões feitas a este respeito se deixam imbuir mais ou menos pela preocupação de condescender com os erros do século. E, assim, em vez de procurar tirar do tesouro das verdades católicas todos os frutos de ordem intelectual e moral que contêm, procura-se saber mais o que pode ser rotulado como discutível e portanto como matéria livre, do que o que pode ser rotulado como verdadeiro, e portanto como matéria certa.

“Em outros termos, a mania invariável de condescender leva muita gente a procurar dilatar os espaços intelectuais reservados à dúvida. Em presença de uma afirmação deduzida da doutrina católica, a pergunta deveria ser esta: posso incorporar mais essa riqueza ao patrimônio de minhas convicções? Não, em geral é esta outra: que razões posso descobrir, para duvidar também disto?”10

Flagelar, denunciar e fulminar como Nosso Senhor

No artigo intitulado “Não tratemos aos lobos como ovelhas perdidas”, Dr. Plinio prossegue sua denúncia contra as tendências dialogantes que viam na doçura o único meio de apostolado. Assim, contra a deformação sentimental da figura de Nosso Senhor Jesus Cristo propalada nos meios da Ação Católica, escrevia ele:

“E compreendamos enfim que a imitação de Nosso Senhor Jesus Cristo por nós só será perfeita no dia em que soubermos, não apenas perdoar, consolar e afagar, mas ainda no dia em que soubermos flagelar, denunciar e fulminar como Nosso Senhor.

“Há muitos católicos que consideram os episódios do Evangelho em que aparece o santo furor do Messias contra a ignomínia e a perfídia dos fariseus como coisas indignas de imitação. É ao menos o que se depreende do modo como eles consideram o apostolado. Falam sempre em doçura e procuram sempre imitar essa virtude de Nosso Senhor. Que Deus os abençoe por isto. Mas, por que não procuram eles imitar as outras virtudes de Nosso Senhor?


Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

“Muito frequentemente, quando se propõe em matéria de apostolado um ato de energia qualquer, a resposta invariável é de que é preciso proceder com muita brandura ‘a fim de não afastar ainda mais os transviados’. Poder-se-á sustentar que os atos de energia têm sempre o invariável efeito de ‘afastar ainda mais os transviados’? Poder-se-ia sustentar que Nosso Senhor, quando dirigiu aos fariseus suas invectivas candentes, fê-lo com a intenção de ‘afastar ainda mais aqueles transviados’? Ou porventura se deveria supor que Nosso Senhor não sabia, ou não se preocupava com o efeito ‘catastrófico’ que suas palavras causariam aos fariseus? Quem ousaria admitir tal blasfêmia contra a Sabedoria Encarnada, que foi Nosso Senhor?

“Deus nos livre de preconizar o uso de energia e dos processos violentos como único remédio para as almas. Deus nos livre também, entretanto, de proscrever estes remédios heróicos de nossos processos de apostolado. Há circunstâncias em que se deve ser suave e circunstâncias em que se deve ser santamente violento. Ser suave quando as circunstâncias exigem violência, ou ser violento quando as circunstâncias exigem suavidade, há nisto sempre um grave mal”.

No mesmo artigo, sempre mostrando os aspectos de Nosso Senhor ocultados em certos meios da Ação Católica, o articulista orientava os fiéis para que não se deixassem arrastar por esse espírito oposto à doutrina da Igreja:

“Nosso Senhor não nos fala somente em ovelhas perdidas que o Pastor vai buscar pacientemente no fundo dos abismos, ensangüentadas pelos espinhos em que lamentavelmente se feriram. Nosso Senhor nos fala também em lobos rapaces, que circundam constantemente o redil, à espreita de uma ocasião para nele se introduzirem disfarçados com peles de ovelhas. Ora, se é admirável o Pastor que sabe carregar aos ombros com ternura a ovelha perdida; o que dizer do Pastor que abandona suas ovelhas fiéis para ir buscar ao longe um lobo disfarçado em ovelha, que toma o lobo aos ombros amorosamente, abre ele próprio as portas do redil, e com suas mãos pastorais coloca entre as ovelhas o lobo voraz?”11

O catolicismo apresentado sem sacrílegas maquiagens

Combatendo as tendências e doutrinas daqueles que propugnavam a adaptação da Igreja ao mundo, Dr. Plinio insistia:

“Assim, a franqueza apostólica foi sempre uma regra fundamental de todo proselitismo católico. Excetuadas certas situações especialíssimas, o interesse da Igreja consiste em fazer com que seus arautos a proclamem sem desfiguramentos, sem diluições, sem covardes adaptações ao espírito da época.

“Se em todos os tempos esta foi a regra, hoje, mais do que nunca esta atitude se impõe. Ela já não constitui só um ato de elementar coerência com nossos princípios, mas medida de soberana sabedoria estratégica. Saibam-no todos os maníacos de ‘adaptações ao sabor da época’: vivemos em uma era de radicalismo, e a adaptação de nossos processos de propaganda à época consiste em mostrar o catolicismo em sua expressão mais radical, despido das sacrílegas maquillages com que muita gente gostaria de desfigurar a sua fisionomia.”12

Perdão e a misericórdia, sim; estupidez e cretinice, não


Santa Joana d’Arc, não fechou o Evangelho quando partiu em guerra para a libertação de sua Pátria, mas cumpriu um altíssimo dever evangélico quando o fez

Refutando um jornalista nazistóide que negava sutilmente o caráter militante do Evangelho, insinuando que este só ensinava o perdão e a misericórdia, Dr. Plinio atacava uma vez mais a unilateralidade com que a doutrina católica era apresentada:

“A doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo prega certamente o perdão e a misericórdia, mas não prega a cretinice. Quando um adversário investe contra nós para nos roubar os maiores bens da alma e do corpo, é para nós um direito sagrado, a defesa, e mais do que isto constitui um grave e imperioso dever. Assim, os cruzados, por exemplo, não duvidaram em efundir sangue sarraceno para libertar o Santo Sepulcro e as Cristandades do Oriente. A Inquisição não duvidou em acender fogueiras para defender a fé e a civilização... e tanto não duvidou, que até passou consideravelmente da conta e dos limites. E quantos outros casos análogos não poderíamos citar! Santa Joana d'Arc, por exemplo, não fechou o Evangelho quando partiu em guerra para a libertação de sua Pátria, mas cumpriu um altíssimo dever evangélico quando o fez. O que pensa, pois, nosso jornalista de tudo isto?

“Querem saber o que provavelmente pensa? Terá tido um calafrio lendo o que dissemos, e terá pensado que somos muito atrasados, porque Religião não é cruzada, nem Santa Joana d'Arc. Religião é... doçura... ou seja imbecilidade!

“Religião é doçura, sim. Mas só é doçura nos casos em que a doçura não se confunde com estupidez”.13

*    *    *

Concluímos constatando que foi a perda da militância e a conseqüente condescendência para com o erro, o que levou os inimigos externos e internos da Igreja a desafiá-la insolentemente; ou pior, a deformar os meios católicos por dentro.

Se a mentalidade “pacifista”, “dialogante”, entreguista, emoliente e desertora logrou penetrar em tantos meios católicos a partir de amplos setores da Ação Católica, tal não se deveu à falta de insistência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ele apontou a militância como condição de autêntica catolicidade, doutrina que ele ensinou e incentivou por todos os meios ao seu alcance até o fim de sua vida.

A responsabilidade pelas apocalípticas defecções dos católicos perante a Revolução – algumas delas produzindo frutos que estão descritos nas frases dos seguidores de Maomé, citadas no início deste artigo – se deve ao espírito igualitário, liberal, acomodatício e oportunista, numa palavra revolucionário, assumido por incontáveis eclesiásticos e leigos de todo o mundo a partir dos anos 30.

Catolicismo deposita sua total confiança no poderoso auxílio de Nossa Senhora, a fim de que, sejam quais forem as circunstâncias, jamais nos arredemos do caminho encetado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que contra o insidioso espírito dos espúrios compromissos afirmava em 1944:

“Se Deus quiser, a política do ‘Legionário’ continuará sempre a mesma [...] fazendo pactos só com Deus, seus anjos e seus santos, desprezando pois, inteiramente, todos os sofismas que o levariam a manchar a pureza imaculada da doutrina católica”.14

_________
Notas:
1. Traité moderne de théologie islamique, Cheik Si Hamza Boubakeur, in Augier Pierre, Dialoguer avec l’Islam?, Centro Montauriol, IV Congresso de Peregrinações a Lourdes, pp. 27 e ss.
2. Bruno Etienne, L’Islamisme radical, Hachette, Paris, 1987, pp. 22-23.
3. Empregamos a palavra Revolução e revolucionário no sentido que lhes atribui Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Revolução e Contra-Revolução.
4. Sobre o profetismo no Novo Testamento, cfr. Juan Gonzalo Larrain Campbell em: Plinio Corrêa de Oliveira: Previsiones y Denuncias em defensa de la Iglesia y de la civilización cristiana (Petrus Editora, rua Visconde de Taunay, 363, Bom Retiro – 01132-000 – São Paulo – SP – pp. 197-202).
5. Nossas reivindicações políticas, “Legionário” no. 74, de 8 de fevereiro de 1931.
6. Ofensiva?, “Legionário” no. 181, de 29 de setembro de 1935.
7. A estratégia apostólica de Pio IX, “Legionário” no. 326, de 11 de dezembro de 1938.
8. A estratégia apostólica de Leão XIII, “Legionário” no. 327, de 18 de dezembro de 1938.
9. Desmascarar, “Legionário” no. 446, de 30 de março de 1941.
10. Nós também... “Legionário’” no. 448, de 13 de abril de 1941.
11. Não tratemos os lobos como ovelhas perdidas, “Legionário” no. 472, de 28 de setembro de 1941.
12. Arautos do Divino Rei, “Legionário” no. 478, de 9 de novembro de 1941.
13. 7 dias em revista, “Legionário” no. 534, de 1º. de novembro de 1942.
14. O discurso de Churchill, “Legionário” no. 617, de 4 de junho de 1944.
N.B.: Os negritos que figuram neste artigo são nossos.

Veja:
Revista Catolicismo

Topo da Página

 

 

 

 

 

 
Leia Também
Princesa Isabel marcante personagem na História do Brasil
João Fernandes Vieira e os heróis da Insurreição Pernambucana
Tsunami, aviso de Deus, mas silenciado
Ser tolerante? Sim, não? Por quê?
Cotas na Universidade: achatamento e luta de classes
Ucrânia: vítima da tirania stalinista