Maria Antonieta
Personagem simbólica que a Revolução precisava derrubar


21/11/2011

Plinio Corrêa de Oliveira


Maria Antonieta - Élisabeth-Louise Vigée-Lebrun, 1785. Konopiste Castle, Praga, República Tcheca

Maria Antonieta, rainha da França, representava em sua versão brilhante o tipo de dama destinada a desaparecer pela ação demolidora da Revolução.(*) Era um modelo para um gênero de dama — não apenas da corte, mas de Paris e da província.

Ela representava também o ponto ideal de uma evolução, na qual os acontecimentos, as idéias e as tendências vinham, há séculos, gerando um modelo de dama. Esse modelo afinal desabrochou na pessoa de Maria Antonieta, com um brilho absolutamente excepcional. Ela ficou colocada na posição de figura de proa de navio em guerra, pois era um símbolo que a Revolução precisava destruir.

Por que esse precisava ser destruído? Porque ela era um símbolo anticonsensual. Os conselhos que ela dava ao rei eram anticonsensuais e todas as suas atitudes eram anticonsensuais. Por exemplo, naquele célebre fato histórico ocorrido em Versalhes, durante a Revolução Francesa, em que ela aparece num balcão do palácio diante da turba que vociferava.

*      *      *

Lembremos que Maria Antonieta morreu nas vésperas do início do século XIX, o qual presenciou o nascimento e a expansão pelo mundo inteiro dos primeiros movimentos feministas, com o aparecimento de um outro modelo de mulher cada vez menos caracteristicamente feminina. E mesmo as mulheres não feministas foram se tornando cada vez menos femininas.

A meu ver, o auge da mulher bem feminina, com todo charme e distinção, e também toda debilidade e força feminina, é notório em Maria Antonieta.

Ela representou, portanto, o extremo oposto dessas práticas antinaturais que se intensificaram hoje em dia: do homossexualismo e do lesbianismo rumo a um misterioso hermafroditismo.

Apesar de tudo isso, atualmente estamos assistindo ao reaparecimento, não só na França mas em vários outros países, de uma bolha de saudades dessa rainha.

Fenômenos desses a Revolução teme. Porque de repente tal sentimento de admiração toma volume, cresce e ela não consegue dominar...

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(*) A palavra Revolução é utilizada neste texto no sentido empregado pelo autor no seu ensaio Revolução e Contra-Revolução, publicado primeiramente em Catolicismo, nº 100, abril/1959.

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 3 de setembro de 1988. Sem revisão do autor.

Veja:
Revista Catolicismo

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