O Palácio dos Doges de Veneza
18/03/2005
Plinio Corrêa de Oliveira
Uma das maravilhas do
Universo
Observamos
na ilustração o célebre Palácio dos Doges de
Veneza que, pelo fato de estar a dois passos do mar, tem um especial encanto.
A cor do palácio é de difícil definição. A
meu ver, ela varia um pouco de acordo com a luz do dia, por vezes parecendo
de um róseo muito delicado, mas não homogêneo. E nas ogivas góticas percebe-se
a cor rósea e branca.
De
acordo com a lei da gravidade, o mais pesado deve carregar o que é mais
leve. Nesse sentido, seria explicável que tal edifício fosse construído
de tal maneira que essa espécie de “caixotão” róseo — é quase um ultraje
chamá-lo assim, mas enfim, permitam-me a liberdade de expressão — ornado
por ogivas (deliciosamente simétricas, pensativas, calmas, tranqüilas e
nobres, parecendo estar elas mesmas contemplando o mar) fosse edificado
diretamente sobre o solo; e que as colunas do andar inferior, juntamente
com a colunata que toca o solo, fossem colocadas em cima.
Por
um contraste interessante, tem-se a impressão de que, construído como foi,
o palácio causaria uma sensação de peso medonho, e que a qualquer momento
o “caixotão” iria esmagar a colunata.
Entretanto,
está calculada com tanta inteligência a distribuição dos corpos e dos volumes
do edifício, que ele não causa essa impressão. Pelo contrário, a colunata
carrega sem esforço o grande “caixote”. E ele, recusando-se a pousar na
terra, é suportado por colunas magníficas, de maneira que por debaixo dele
circula o ar. E a arte consiste em apresentar uma primeira série de ogivas
muito bonitas; e depois, embaixo, outra linha de arcos. Assim, o palácio
parece estar suspenso no ar.
Chamo a atenção para o que há de bem pensado
em cada detalhe da fachada. Por exemplo, como ela ficaria monótona se,
bem no meio, não houvesse uma porta dando acesso ao terraço; se figurasse
ali mais uma ogiva, o palácio tornar-se-ia insuportável; e aquele terraço
tem exatamente o tamanho adequado para a porta.
Eis
aí alguns elementos para se analisar e contemplar bem, e de modo um tanto
leve, uma das maravilhas do Universo: o Palácio dos Doges de Veneza.
Excertos
de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
em 2 de dezembro de 1988. Sem revisão do autor.
Veja:
http://www.catolicismo.com.br/
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