Foi em Nova Orleans que...Nossa Senhora de Fátima chorou pelo mundo
25/10/2005
Luis Dufaur
Imagem de Nossa Senhora
chora em Nova Orleans em 1972 |
Em 1972, uma
imagem da Mãe de Deus verteu lágrimas
na cidade hoje arrasada pelo furacão Katrina. Aquele milagroso aviso
não
foi atendido. Aviso apenas para Nova Orleans? Não. Para o mundo todo!
Mais um alerta. Muitos deram de ombros. Já estavam acostumados a furacões...
O Katrina exibia violência inusual: ventos de até 280 km/h.
Mas, julgavam, tudo daria certo em Nova Orleans, a “cidade da música
e da alegria” — leia-se a cidade do jazz que preparou o rock
and roll, do vodu, dos festivais homossexuais que afrontavam a Deus.
O mais acintoso de tais “festivais” era o Southern Decadence (Decadência
Sulista). Em 2004 contou com 125.000 participantes e durou uma semana, durante
a qual foram praticados atos sexuais em lugares públicos, diante da
polícia, da Prefeitura e da Câmara de Vereadores. A provocação
foi filmada e a gravação entregue às autoridades. Estas
não só não tomaram providências, mas fizeram propaganda
encorajando mais uma semana de abominações para a edição
de 2005 — a 34ª — e esperavam-se 150.000 participantes. Porém...
Profético pranto de Nossa Senhora
O
Southern Decadence era o mais acintoso dos “festivais” da
cidade |
A primeira Southern Decadence fora em 1972. Naquele ano uma
imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima verteu lágrimas miraculosamente em
Nova Orleans. Pela cidade, sem dúvida, mas sobretudo pela humanidade.
A notícia percorreu o mundo. No Brasil, um diário paulista estampou
impressionante foto (na página anterior). O Prof. Plinio Corrêa
de Oliveira publicou então no mesmo jornal o artigo Lágrimas,
milagroso aviso,(1) descrevendo as circunstâncias do fato sobrenatural.
Desde 1972 muitos furacões passaram por Nova Orleans, mas nada aconteceu
de especialmente trágico. E o aviso de Nossa Senhora foi sendo esquecido.
No mesmo período, muitos — e, aliás, incomparavelmente
piores — furacões se abateram sobre a Santa Igreja Católica,
soprados pela revolução progressista. Abateram-se também
sobre a ordem temporal, sobre o nosso Brasil, atiçados pelo mesmo
espírito de revolta e de imoralidade que anima o progressismo religioso.
Nova Orleans e o mundo fizeram questão de esquecer o “milagroso
aviso”, afundaram na vidinha e na cegueira que precede a tragédia.
Foi assim que estava marcada para este ano mais uma semana de passeatas e orgias
homossexuais do “Southern Decadence” para o 31 de agosto naquela
cidade. Porém, o Katrina chegou dois dias antes...
Colapso de uma grande cidade moderna
As águas
invadem a cidade |
Enquanto escrevo, Nova Orleans — aglomeração de 1.500.000
habitantes, terceiro porto dos EUA — em parte está reduzida a
escombros e vários de seus bairros continuam submersos. Não há energia
elétrica, água potável, rádio, TV, telefone ou
esgoto. Soldados, policiais, bombeiros e socorristas evacuam os últimos
residentes. Temem-se epidemias favorecidas pelas águas pútridas
onde se decompõem cadáveres, animais, plantas e toda espécie
de objetos que até há pouco faziam o aconchego dos lares. É verossímil
que a cidade fique deserta, em grande parte, durante um ano, mas vozes como
a do presidente da Câmara se perguntam se é razoável reconstruí-la.(2)
O “The New York Times” comparou o desastre à destruição
da antiga Pompéia e ao recente tsunami asiático.(3) O secretário
geral adjunto para Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland, classificou
o Katrina como uma das piores catástrofes naturais da História,
maior ainda que o tsunami “pela quantidade de casas destruídas
e pelo número de pessoas afetadas ou deslocadas”.(4)
Inimagináveis cenas “de fim de mundo”
Corpo
flutua entre os escombros |
Após a tempestade, gangues armadas fizeram da cidade um cenário
dantesco. Refúgios e hospitais viraram infernos, onde os flagelados
eram ameaçados, roubados, assassinados, ou estupradas as mulheres. No
hospital Big Charity o chefe dos cirurgiões, Norman E. Mc Swan Jr.,
dormia oculto num saco de lixo hospitalar no telhado da garagem, para não
ser apanhado pelos criminosos.(5) No estádio Superdome houve até suicídio
de um desesperado diante de 15.000 pessoas. Incêndios ocorreram um
pouco por toda parte.
Os socorristas que chegavam de helicóptero eram recebidos à bala.
Policiais e bombeiros abandonaram a assistência aos sobreviventes para
conter os bandos de delinqüentes e saqueadores. O mito do homem sem pecado
original, bom por natureza, foi mais uma vez desmentido e patenteou a sua hipocrisia.
Exaustos e traumatizados, alguns policiais e bombeiros suicidaram-se. Espantosas
e terríveis reações de um corpo social onde a Moral foi
esquecida! Teria sido muito diferente em qualquer megalópole moderna
posta em circunstâncias análogas?
144.000 km2 de áreas costeiras foram arrasadas pelo furacão.
Em vastas praias de quatro Estados as ondas devastaram até 1.000 metros
terra adentro. Para o governador do Mississippi, as ruínas de Gulfport,
Waveland e Biloxi evocam um bombardeio atômico.(6) Em Biloxi, “paraíso” das
casas de jogo e da dissolução moral, cassinos flutuantes foram
jogados para o interior como se fossem simples rolhas, pelo mar em cólera.
Percepção de um castigo divino
A imprensa americana fez freqüentes alusões à dimensão
bíblica da tragédia. O presidente do Conselho de Nova Orleans,
Oliver Thomas, após ouvir uma comparação da situação
da cidade com Sodoma e Gomorra, confidenciou: “talvez Deus vá nos
purificar”.(7)
O Arcebispo D. Alfred C. Hughes saiu da cidade antes de o Katrina chegar. Hoje
tenta reorganizar o seu clero e fiéis dispersos. Pela primeira vez
desde 1725, deixou de haver Missa dominical em Nova Orleans.(8) As igrejas
estão abandonadas, até mesmo a catedral São Luís.
Inacreditável o empedernimento homossexual
Apesar de tudo, adeptos do tal Southern Decadence quiseram realizá-lo,
pouco se importando com o luto da cidade. Esquálidos magotes de provocadores
homossexuais, lésbicas e travestis desfilaram em Bourbon Street, onde
se amontoam lojas pornográficas, bares de nudismo e prostituição.(9)
O mesmo anunciaram na cidade de Lafayette.
A par disso, a corajosa TFP americana propulsionou uma campanha de e-mails
pedindo ao prefeito a interdição desse infame ato. O prefeito
assim dispôs, mas duas dúzias de fanáticos, violando a
norma municipal, realizaram um arremedo do Southern Decadence. Sócios
e correspondentes da TFP de Lafayette rezaram em ato público de reparação
a Nossa Senhora da Assunção, padroeira do Estado, atestando o
vigor católico que subsiste em meio a esse ambiente de castigo.(10)
Uma reedição de Sodoma e Gomorra
Anfíbio
da Guarda Nacional procura sobreviventes |
“
Sodoma e Gomorra”, sintetizou o jornalista português José Pacheco
Pereira. “Esta catástrofe se tornou uma metáfora moral
sobre o mal castigado. Quem conhece a sua Bíblia sabe de onde isto vem:
do episódio de Sodoma e Gomorra. Deus, na sua absoluta ira, pune com
o fogo as duas cidades viciosas. [...] É uma forma de justiça,
não é?”(11)
Se isso afirmou um jornalista — a respeito do qual não consta
que seja especialmente devoto — o que não deveríamos estar
ouvindo dos púlpitos e das cátedras católicas?
Vasculhei a Internet à procura de qualquer exortação de
algum alto prelado católico conclamando à penitência a
propósito do Katrina, a fim de comunicá-la ao leitor. Apenas
encontrei apelos humanitários à ajuda e à solidariedade
aos flagelados, com as notas religiosas de praxe. Mais nada... Se o leitor
descobrir exortação mais significativa de algum prelado católico,
por favor, me envie. Terei imensa alegria em divulgá-la.
Nova Orleans e o mundo estavam avisados
Neste contexto ressoam oportunas, hoje mais do que nunca, as palavras do
Prof. Plinio no artigo acima mencionado, sobre as lágrimas vertidas
por Nossa Senhora em Nova Orleans:
“
O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo
contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém.
Lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.
“
Virá para os homens de nosso século, se não renunciarem à impiedade
e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra
a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás,
que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado. [...]
Não é preferível — pergunto — ler hoje este
artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia
de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não
nos emendarmos, terão que vir?
“
Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma
misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado
a sério o milagroso aviso de Maria”.(12)
Notas:
1. “Folha de S. Paulo”, 6-8-1972.
2. “La Croix”, Paris, 9-9-2005.
3. “The New York Times”, 31-8-2005.
4. “Associated Press”, 1-9-2005.
5. “O Estado de S. Paulo”, 10-9-2005.
6. “MSNBC”, 31-8-2005.
7. LifeSiteNews.com, 1-9-2005, http://www.lifesite.net/ldn/2005/sep/05090111.html.
8. “The New York Times”, 5-9-2005.
9. LifeSiteNews.com, id. ibid.
10.http://www.tfp.org/what_we_do/index/louisiana_families_suffer.htm.
11. “O Público”, Lisboa, 8-9-2005.
12. “Folha de S. Paulo, 6-8-1972.
Veja:
http://www.catolicismo.com.br
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