“Foi um castigo de Deus”, proclama arcebispo emérito de Nova Orleans


07/11/2005

Luis Dufaur

Leis e costumes imorais, como o aborto e os escândalos do clero, atraíram a punição divina representada pelos furacões Katrina e Rita, denunciou Mons. Philip Hannan, sendo aplaudido pelos fiéis


Mons. Philip Hannan

“ Tenho pregado nas paróquias locais, e venho dizendo que somos responsáveis perante Deus não apenas pelas nossas ações pessoais. Somos também cidadãos de uma nação, e no Antigo e Novo Testamentos está dito que somos co-responsáveis pela sua moralidade. Como cidadãos, somos responsáveis pela atitude da nação em questões sexuais, pelo desrespeito aos direitos da família, pelo uso de drogas, pela morte de 45 milhões de crianças abortadas, pelo procedimento escandaloso de alguns sacerdotes. Portanto devemos compreender que certamente Deus tem o direito de castigar. Se me perguntarem se Deus tinha conhecimento dessa que foi a maior tempestade em nosso país, direi que certamente Ele a permitiu. Negá-lo, seria uma tolice tão grande quanto afirmar que Henry Ford não conhecia como funciona o automóvel”.

Estas graves e transcendentes lições religiosas foram dadas por Mons. Philip M. Hannan, de 92 anos, arcebispo emérito de Nova Orleans (EUA), em declarações à TV local. Ele esteve à frente da diocese durante 23 anos. Agora é diretor da rede católica WLAE TV e Focus Worldwide TV. Ele é tão respeitado na cidade, que foi chamado de “o Papa de Nova Orleans”.

Os fiéis querem conhecer a verdade inteira

Mons. Hannan ficou na cidade durante e após o furacão Katrina, e dedicou-se a socorrer vítimas e visitar as igrejas devastadas. Segundo ele, o povo “está começando a reagir, afinando com a moral". Quando ele pregou a noção de castigo, num domingo em Mandeville, diante de 1.000 fiéis, “o povo aplaudiu intensamente. Eles queriam que lhes fosse dita a verdade. “Atingimos um grau de imoralidade nunca visto, e o castigo foi o Katrina. Devemos contar à nossa posteridade como ele foi terrível, para que ela entenda que se tratou de um castigo, o qual deve melhorar nossa moralidade.

“Eu penso que nos corresponde pregar muito fortemente, sinceramente e diretamente que isto foi um castigo de Deus. Deus nos deu direitos e tudo o mais. Mas também nos deu deveres. Nós temos que prestar atenção neste castigo. [...] Para quem lê seriamente as Escrituras, não há como escapar disso. Todos os que eu conheço, sacerdotes e bispos, acreditam nisso também”.

No arvoredo de um jardim atrás da catedral de Nova Orleans há uma bem conhecida imagem do Sagrado Coração de Jesus com os braços abertos. As árvores foram arrancadas de vez, mas a imagem ficou miraculosamente em pé. Só perdeu dois dedos, logo recuperados e entregues ao arcebispo emérito. “Os protestantes ficaram muito impressionados pelo fato de que as árvores caindo não a tivessem derrubado”, explicou o prelado. Nessa proteção surpreendente pôde-se apalpar mais uma vez que a mão de Deus guiou o arrasador furacão.

Silenciar o castigo divino é gravíssima omissão


No cemitério da cidade, a violência das águas arrancou caixões do túmulos

Em Fátima, em 1917, Nossa Senhora veio pedir penitência, e até chorou miraculosamente pelo mundo em Nova Orleans, em 1972, por meio de sua imagem. Pregações destemidas e seriamente fundadas nas Escrituras, como a de Mons. Hannan, atendem ao apelo lancinante de Nossa Senhora. Também vão ao encontro das necessidades das almas sinceras, predispondo-as a mudar de vida e rumar para o Céu. Entretanto, não se pode dizer o mesmo daqueles que — leigos, sacerdotes e até altos prelados —, nessas circunstâncias, timbram em pregar que o bom Deus jamais pune. Para onde levam eles as almas?

Seria natural que a mídia, sobretudo a mídia católica, desse proporcionado espaço a declarações como essas, indispensáveis aliás para interpretar o que houve. Mas fez-se um silêncio como que universal. Da participação de Deus nesse flagelo, nada foi dito. A imoralidade generalizada e sistemática segue se espraiando sobre a Terra, e a "fumaça de Satanás" –– para empregar os termos de Paulo VI –– não cessa de penetrar na Santa Igreja.

Teimosia oficial nas causas que atraíram o castigo


Imagem do Sagrado Coração atrás da catedral de Nova Orleans

A pregação do arcebispo emérito de Nova Orleans por certo há de ficar inscrita nos anais da História da Igreja, por sua oportunidade e veracidade.

Num sentido inteiramente contrário, chegou-nos uma notícia estarrecedora. As autoridades de Nova Orleans anunciaram que um dos eventos orgíacos que se faziam publicamente na cidade, o Mardi Gras, será realizado no próximo ano. O governo local, empresas turísticas e patrocinadores confirmaram o financiamento.(1)

O fato lembra-nos as palavras que Santo Afonso Maria de Ligório recomendou que fossem pregadas em tempos de grandes calamidades: “Alguns vêem os castigos e fingem não vê-los. Outros ainda, diz Santo Ambrósio, não querem ter medo do castigo se não vêem que já chegou. Irmão meu, quem sabe se esta é a última chamada que Deus te faz”.

Quando o pecador reconhece a sua culpa e glorifica a Justiça divina, atrai sobre si as doces e inefáveis torrentes de misericórdia de Nossa Senhora. Porém, quando se torna indiferente ao castigo, só atrai maiores e mais terríveis punições.

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Nota:

(*) http://fr.news.yahoo.com/12102005/5/mardi-gras-aura-bien-lieu-la-nouvelle-orleans.html

Veja:
http://www.catolicismo.com.br/

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