Ano de tsunamis materiais e morais


09/01/2006

Luis Dufaur

Agosto: o Katrina arrasa Nova Orleans


...a destruição produzida pelo tsunami numa aldeia em Sumatra, Indonésia, no final de dezembro de 2004

Em 29 de agosto a natureza, submissa às leis estabelecidas por Deus, abateu-se sobre Nova Orleans, nas vésperas de um dos mais degradantes festivais homossexuais do mundo, marcado para realizar-se naquela cidade norte-americana: o Southern Decadence. O arcebispo emérito da cidade, D. Philip M. Hannan, qualificou o furacão Katrina de "castigo de Deus", devido aos maus costumes da população, ao aborto e aos escândalos do clero.

As destruições materiais foram proporcionalmente superiores às do tsunami asiático.

-Setembro: grande terremoto na Cachemira

O tremor de terra na Cachemira (dividida entre o Paquistão e a Índia) causou mais de 87.000 mortos e de 100.000 feridos — cifras ainda incompletas. O cômputo final poderia superar até mesmo o número de vítimas do tsunami asiático, tendo em vista as condições deploráveis em que ficaram os sobreviventes.

No Caribe, o furacão Rita agravou as destruições do Katrina.

-Outubro: tsunami moral recusa proposta antinatural

Até o Brasil teve o seu tsunami moral. Em 23 de outubro, os brasileiros tiveram que responder em referendo se aprovavam a interdição da venda e comercialização de armas e munições. A proposta era antinatural, anticonstitucional e contrária à moral católica, que estabelece o direito à legítima defesa. O Brasil reagiu com inteligência e bom senso. O NÃO (64%) venceu em todos os Estados e todas as capitais.

-Novembro: tsunamis de todos os tipos

Mais um furacão de máxima intensidade, o Wilma, arrasou Cancún, o maior balneário caribenho, localizado no México; varreu Key West na véspera de outro grande festival homossexual — o Fantasy Fest — e alagou Havana, a tal ponto que Fidel Castro chegou a aceitar auxílio dos EUA.

Na França, a atuação de magotes de anarquistas e islâmicos causou a impressão de que um incêndio consumia as periferias das cidades. A repressão policial, entretanto, foi aplaudida significativamente pela opinião pública francesa. Inclusive pelos moradores das periferias, de quem os incendiários seriam representantes naturais segundo os chavões midiáticos.

Na Espanha, mais um tsunami moral levou quase dois milhões às ruas contra a reforma socialista que desclassificou o ensino da Religião católica nas escolas. Porém, apenas seis dentre uma centena de bispos católicos compareceram à passeata para defender a religião...

Os eleitores do Texas aprovaram, em plebiscito, a reforma da Constituição estadual que proíbe o "casamento" homossexual.

Dezembro: ruído midiático e descolamento universal das esquerdas


Dezembro: gripe aviária

O destaque concedido pela grande mídia ao recém-eleito presidente da Bolívia, Evo Morales, expôs, por constraste e de modo notório, o esvaziamento das esquerdas nos pontos nevrálgicos do mundo. O governo Lula, esperança do socialismo mundial para o século XXI, liderou o ranking mundial de perda de confiança popular. Na Venezuela, malgrado as ameaças e as espalhafatosas promessas de Hugo Chávez, 75% do eleitorado ausentou-se das urnas, superando o abstencionismo argentino que reduzira a migalhas o voto kirchnerista.

Na geral estagnação do esquerdismo europeu, o socialismo espanhol constitui exceção. Aprovou a marginalização do catolicismo nas escolas, porém sofrendo oposição cada vez mais numerosa, articulada e fortemente católica. Na China, as revoltas camponesas passaram de 74.000. Novas explosões de fábricas e envenenamento de rios e cidades puseram a nu o castelo de areia a que se reduz sua industrialização.

Apesar das críticas, nos EUA os índices de aprovação do presidente Bush subiram, e na Colômbia o conservador presidente Uribe obteve elevados índices de popularidade. No Iraque o povo votou em massa, desafiando o terrorismo e o pessimismo midiático.

Pesadelos assustadores durante o ano

O significado profundo de tantas catástrofes bem pode ser um salutar aviso da Providência, de que os eventos terríveis anunciados em Fátima podem estar próximos, e que é preciso uma conversão profunda das almas. Não obstante isso, a mídia explorou de modo sensacionalista e imprudente algumas especulações, habituais nos meios científicos, sobre possíveis cataclismos. Veiculou meras possibilidades como sendo realidades próximas, alimentando assim um clima de temores naturais sem fundamento sólido.

À gripe aviária atribuiu-se a capacidade de matar 150 milhões de pessoas ou mais. Falou-se de um tsunami que destruiria Nova York e Lisboa; de um super-vulcão a explodir nos EUA; de um cometa que se chocaria com a Terra, causando a eliminação de centenas de milhões de homens, além dos reiterados exageros sobre a poluição global e o aquecimento da Terra.

O que nos espera neste novo ano

O mundo do início de 2005 parece pertencer a um passado longínquo.

Se assim foi o ano passado, como será 2006?

Se já era uma aventura prognosticar 2005, ainda mais o é prever 2006. Pois, se a escalada de surpresas continuar, o que há para prever é o imprevisível.

Por quê? A defasagem do mundo dos políticos, da mídia e dos eclesiásticos de esquerda em relação à opinião pública tornou-se abismal. Esse descompasso é de molde a produzir efeitos futuros que, enunciados hoje, poderiam parecer francamente exagerados.

Por outro lado, é necessário levar em conta a Providência Divina. Antes de ocorrer o tsunami asiático, ateus e moleirões na virtude raciocinavam como se o Criador, na prática, tivesse se desinteressado dos assuntos da Terra. Hoje, a sucessão de catástrofes, das quais mencionamos apenas algumas que mais se destacaram, fez com que muitos se interrogassem: é inerente aos planos divinos intervir no acontecer humano?

2005 testemunhou tsunamis morais, mediante os quais pode-se supor o início de uma ação providencial. Ora, quando a Providência Divina, infinitamente sábia, começa a atuar, não deixa sua ação pela metade. É de se esperar, pois, que, pela intercessão de Nossa Senhora, Ela continue a bafejar movimentos bons ainda mais profundamente do que em 2005.

Em sentido oposto, as forças do caos e da Revolução não cessaram de atuar durante todo o ano. Nada indica que pretendam deter sua marcha enlouquecida para a igualdade anárquica e a sensualidade desbragada.

O ano de 2005 nos fez entrar olhos adentro a existência de duas macro-tendências conflitivas. A primeira precipita-se no paroxismo do caos e da negação de Deus. A segunda aponta para o início da conversão de setores da humanidade.

Tudo ponderado, pode-se então supor movimentações grandes, tanto para o lado do mal quanto do bem, de tal modo que o final de 2006 poderá nos fazer crer que 2005 terá sido um ano tranqüilo, por mais absurdo que isso hoje possa parecer...

Páginas: 1 2 3 4 5

Veja:
http://www.catolicismo.com.br

Topo da Página

 

 

 

 

 

 
Leia Também
Princesa Isabel marcante personagem na História do Brasil
João Fernandes Vieira e os heróis da Insurreição Pernambucana
Tsunami, aviso de Deus, mas silenciado
Ser tolerante? Sim, não? Por quê?
Cotas na Universidade: achatamento e luta de classes
Ucrânia: vítima da tirania stalinista