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Ano de tsunamis materiais e morais
09/01/2006
Luis Dufaur
Brasil:
Polarização ideológica e desarticulação
da
ofensiva petista
Agastado pela empáfia e pelos descalabros do socialismo petista, o
Brasil disse NÃO ao atual Governo. Um ano sob uma avalanche de escândalos
de corrupção, seguidos de manobras escusas para abafá-los
e cubanizar o País.
O PT e a esquerda católica irromperam em 2005 com um embalo tumultuoso.
Com que objetivo? Cubanizar o Brasil. Mas o plano avançou atropeladamente.
E incorreu em todos os erros característicos de quem não conhece
a alma e o modo de ser do brasileiro. Resultado: o Brasil, empurrado para uma
das maiores mudanças ideológicas da sua história, não
gostou.
-Esquerda católica abandona o barco do PT
No início do ano, a Reforma Agrária socialista e confiscatória
em grande estilo –– condição indispensável
para a comunistização do País –– tornara-se
inviável. Expoentes da esquerda católica foram os primeiros a
abandonar o barco petista. Os outros poderiam parafrasear o ex-secretário
de imprensa do presidente Lula, Ricardo Kotscho: "O vento virou e eu não
percebi".(3)
A CNBB lamentou que o petismo não tivesse completado a revolução
prometida. Em fevereiro, seu vice-presidente, Dom Antônio Celso de Queirós,
fez um balanço positivo dos 25 anos do PT e da revolução
petista.(4) Em maio, o secretário-geral, Dom Odilo Scherer, afirmou
que os movimentos promovidos pela CNBB, como o MST, viam em Lula a "melhor
alternativa, apesar de suas falhas".(5)
2005 foi transcorrendo, e a CNBB foi tomando distância em relação
ao PT. Não a respeito do ideário socialista do partido, mas a
propósito de temas como aborto e manipulações genéticas.
Embora cruciais para um católico, tais temas não tinham impedido
outrora o quase irrestrito engajamento da CNBB com a revolução
petista. Em agosto, em Itaici, o Cardeal do Rio, D. Eusébio Scheid,
qualificava de "pura hipocrisia"(6) a carta do presidente Lula prometendo
apurar as denúncias de corrupção. "É difícil
acreditar que Lula não soubesse" da corrupção montada
pelo PT, comentou resignado o presidente da CNBB, D. Geraldo Magella Agnelo,(7)
pouco após o Presidente ter negado que sabia.
-Brasil empurrado para o embate ideológico
Deputado
Severino Cavalcanti |
Em fevereiro, o povo brasileiro sentiu-se aliviado quando
a Câmara Federal
não elegeu para seu presidente o deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh;
em seu lugar foi eleito Severino Cavalcanti. Os aspectos aparentemente conservadores
do novo presidente ajudaram a descompressão. Patenteou-se então
a dimensão do mal-estar do Brasil profundo com a ofensiva petista. O
deputado Severino Cavalcanti entretanto não atendeu às expectativas;
posteriormente renunciou, e o governo Lula conseguiu substituí-lo
pelo deputado Aldo Rebelo, do PC do B.
Também em fevereiro notou-se uma das maiores ondas de repúdio
ao governo Lula. Mais de mil associações de comerciários,
advogados, médicos e engenheiros, entre outras, lançaram manifesto
contra o aumento opressivo da carga tributária contido na Medida Provisória
232.
-A família e a vida no triturador petista
Lei de Biossegurança
que legaliza a pesquisa com células-tronco embrionárias |
Em março o governo decidiu efetuar a distribuição gratuita
da abortiva "pílula do dia seguinte". E órgãos
do Poder Judiciário concederam licença para a prática
do aborto em caso de anencefalia.
O Presidente sancionou a lei que suprime os crimes de adultério, de "seduzir
mulher virgem", de "raptar mulher honesta". A própria
expressão "mulher honesta" foi eliminada da legislação.
E sancionou ainda a Lei de Biossegurança que legaliza a pesquisa com
células-tronco embrionárias, suscitando forte reação
em largos setores. Um grupo homossexual da Bahia concedeu ao presidente o troféu
Triângulo Rosa, por se ter dirigido a eles "de forma tão
carinhosa".
-Facilidades para Cuba, mas não para os brasileiros
honestos
O
diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) viajou
a Cuba para conhecer melhor os sistemas de controle da ditadura castrista,
e o governo brasileiro se dispôs a reestruturar o correio cubano, além
de lhe conceder créditos para geradores, exploração de
petróleo e fábricas, que poderiam gerar empregos no Brasil.
Os chamados movimentos sociais continuavam invadindo e depredando fazendas,
seqüestrando funcionários, assaltando armazéns e caminhões,
queimando carros, ocupando sedes de órgãos estatais e pedágios.
Proliferavam as notícias sobre financiamentos ocultos e aulas de guerrilha
das FARC ao MST. O tratoraço foi mais um sinal do mal-estar reinante
entre os produtores rurais.
A demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol provocou a revolta
da maioria dos índios inseridos na cultura e na produção
de Roraima. Ficaram evidenciados os malefícios, mesmo para os índios,
da política indigenista do petismo e do esquerdismo católico.
Aulas
de guerrilha das FARC ao MST |
Em maio, a espalhafatosa Marcha Nacional pela Reforma Agrária acabou
em pancadaria na Esplanada dos Ministérios. Ela custou milhões
aos cofres públicos, e seus participantes saquearam e invadiram à vontade
durante o percurso, recebendo apoio do clero local e da cúpula da CNBB.(8)
As fotos dos desordeiros agro-reformistas sendo dispersados pela polícia
forneceram uma imagem viva do isolamento a que está reduzido o esquerdismo.
-Demagogia autodemolidora e frustração política
Em maio, a cartilha governamental Politicamente correto qualificava de discriminatórios
termos e frases como comunista, burro, ladrão, aidético, barbeiro, "a
coisa ficou preta" e "mulher no volante, perigo constante”.(9)
Devido à reação contrária que provocou, foi logo
tirada de circulação, mas deixou claro até onde quer chegar
a demagogia esquerdista.
No mesmo mês, Brasília abrigou a Cúpula América
do Sul e Países Árabes, que ressaltou a utopia petista da luta
de nações, ao modo da luta de classes. Seria a luta dos países
ditos "pobres" do Sul contra os ditos "ricos" do Norte.
No encontro, os países árabes impuseram uma declaração
final com certa conotação pró-terroristas. Os presidentes
da Argentina e Chile saíram no meio da reunião, e a comunidade
israelita considerou que o governo "importou a guerra" do Oriente
Médio para o País.
Cúpula
das Américas |
Frustrou-se a política exterior petista em relação à Santa
Sé, quando S. S. Bento XVI não recebeu o presidente Lula, por
causa de "outros compromissos”.(10) Em Mar del Plata, na Cúpula
das Américas, o Mercosul ficou só com o presidente venezuelano
Hugo Chávez. Os demais países das três Américas
preferiram firmar acordos de livre comércio com os EUA, contrariando
os apelos do governo petista. Insignificantes foram os protestos contra a visita
posterior do presidente Bush ao Brasil. A população do País
mostrou estar distanciada da atitude anti-EUA do novo Itamaraty.
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Veja:
http://www.catolicismo.com.br
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