Grandiosa procissão e consagração de Lisboa
11/01/2006
José Carlos Sepúlveda da Fonseca
Em
impressionante manifestação de fé, meio milhão
de pessoas acompanharam pelas ruas a Imagem de Nossa Senhora de Fátima,
vinda da capelinha das aparições para a consagração
da capital portuguesa
Fátima continua a ocupar papel central no desenrolar dos grandes acontecimentos
mundiais. Diríamos até que esse papel é crescente nos
espíritos, apesar de muitos terem prognosticado — quão
equivocadamente! — que as aparições e a mensagem de Nossa
Senhora constituíam um ciclo histórico encerrado e, portanto,
votado ao paulatino esquecimento.
As revelações e advertências proféticas confiadas
pela Mãe de Deus, no remoto ano de 1917, aos três pastorinhos
a respeito dos erros e dos fatores de desagregação da sociedade
e das nações; a predição das provações
que se abateriam sobre a Igreja e os justos; os pedidos de emenda e de afervoramento
religioso; o anúncio dos castigos que se sucederiam na eventualidade
de uma recusa ao atendimento de tais pedidos; e, por fim, a promessa do triunfo
do Imaculado Coração de Maria, marcaram de modo indelével
a história do século XX. Mas não só! Continuam
a marcar decisivamente este nosso século.
Fátima:
chave dos acontecimentos hodiernos
No fundo
da mentalidade de uma imensa parte de nossos contemporâneos,
a mensagem de Fátima — mesmo quando silenciada — foi fazendo
seu caminho; e hoje, até entre pessoas que dizem não ter fé,
são muitos os que percebem que a chave dos acontecimentos hodiernos
se encontra nas palavras da Mãe de Deus.
Nossa Senhora de Fátima continua a chamar à conversão
e à piedade, no fundo das almas. E aqueles que, em número crescente,
vão manifestando desconcerto, estranheza e oposição aos
fatores de caos e desagregação moral e material da sociedade
e — oh! dor — até na Santa Igreja, buscam em Nossa Senhora
de Fátima proteção e refúgio seguro para suas almas
e procuram, através de sua mensagem, decifrar o enigmático e,
por vezes, estapafúrdio desenrolar dos acontecimentos.
A empolgante consagração de Lisboa a
Nossa Senhora
O
cortejo passa pela Praça do Marquês |
Nossa Senhora quis ainda há pouco manifestar, de modo inconteste, que é Ela
a Rainha dos corações, a Rainha da história humana. E,
uma vez mais, o fez em Portugal, país que escolheu para revelar sua
mensagem ao mundo.
Lisboa assistiu a uma impressionante manifestação de fé e
devoção em torno da imagem de Nossa Senhora de Fátima,
vinda da capelinha das aparições. Tal imagem, que só excepcionalmente
sai do Santuário de Fátima (até hoje o fez apenas nove
vezes), esteve na capital portuguesa para a solene consagração
da cidade a Nossa Senhora, por ocasião de um Congresso Internacional
para a Nova Evangelização.
Pelas principais artérias do centro de Lisboa, no início da
noite fria e chuvosa do sábado 12 de novembro, empunhando velas, entoando
cânticos e rezando o terço, uma multidão de mais de meio
milhão de pessoas, para surpresa de muitos, acompanhou a Imagem, que
portava a coroa preciosa oferecida pelas mulheres de Portugal, na procissão
das velas que antecedeu a consagração à Santíssima
Virgem.
“Inédito, grandioso, elevado e regenerador”
Procissão
na Avenida da Liberdade |
O impacto de tal manifestação e o ambiente de intensa piedade
ali vivido transparecem em artigo estampado nas páginas de um dos principais
diários portugueses, do qual nos permitimos transcrever alguns trechos:
“São impressionantes, para um católico, mas igualmente
para qualquer outro cidadão de outra religião, ou ateu, ou simplesmente
desatento, as imagens de fé que levaram centenas de milhares de pessoas
a acompanhar a imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas ruas de Lisboa.
“Não é vulgar, nem comum, em país algum, que uma
procissão, numa capital despovoada, ao final da tarde, com um tempo
pouco agradável, junte tantos fiéis, homens da Igreja, católicos
serenos ou afastados das igrejas e dos rituais dominicais, para seguir com
fé e evidente crença a manifestação que deu lugar à consagração
da cidade a Nossa Senhora. E as imagens mostraram pessoas de todas as idades,
jovens e idosos, classes distintas, raças diferentes, mas todos unidos
pela mesma devoção. [...]
“Foi inédito, grandioso, elevado e regenerador, particularmente
num momento do País e dos portugueses em que nada dá esperança,
em que o futuro é uma incógnita e em que as dificuldades se avolumam.
[...]
“Nossa Senhora de Fátima desta vez desceu à capital e
produziu o milagre de juntar mais fiéis do que, eventualmente, alguma
vez se concentraram em Fátima. [...] Lisboa foi um santuário
improvisado, repleto, mostrando que tem uma fé inabalável na
Igreja Católica Romana e na Mãe de Cristo. Calem-se, por um momento,
os que achavam o contrário, e que no seu pessimismo agnóstico
e militante tentavam reduzir a Igreja a um bastião ultrapassado e sem
futuro” (Luís Delgado, A força de Fátima, “Diário
de Notícias”, 14-11-05).
* * *
Resta apenas uma indagação: por que os brasileiros não
tiveram a oportunidade de tomar conhecimento, por nossos órgãos
da mídia, dessa transcendente manifestação de fé,
quando hoje qualquer banalidade ocorrida em um longínquo lugar é prontamente
noticiada?
Veja:
http://www.catolicismo.com.br/
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