Nos Estados Unidos, homenagem à Rainha da França
05/12/2006
Cid Alencastro
Mais
de 200
anos após ter sido guilhotinada pela Revolução
Francesa, o prestígio e a admiração pela rainha Maria Antonieta
cresce no mundo contemporâneo
Símbolo da realeza feminina, Maria Antonieta, essa filha dos imperadores
da Áustria, casada com o rei da França Luís XVI, serviu
de símbolo-alvo para o ódio revolucionário que se desencadeou
no final do século XVIII contra a monarquia e a Religião.
A fim de “justificar” a sanha ululante que os animava, os revolucionários
de 1789 inventaram contra Maria Antonieta toda espécie de calúnias.
Chamavam-na pejorativamente de “a austríaca”, “orgulhosa,
Madame déficit”. Ante o povo que não tinha pão (devido
a manobras executadas pelos clubes revolucionários para produzir revolta)
ela teria afirmado: “Se não têm pão, comam brioche”,
frase que, na verdade, ela nunca disse, mas se encontra em livro de Jean Jacques
Rousseau, publicado vinte anos antes...
Rainha-mártir
Passada a onda antimonárquica, historiadores imparciais debruçaram-se
sobre os fatos e jogaram água fria sobre a febricitação
revolucionária. Maria Antonieta começou a aparecer então
a nossos contemporâneos, já a partir da segunda metade do século
XX, na sua verdadeira estatura.
Não queremos absolutamente afirmar que ela foi uma santa. Não é disso
que se trata. A menos, é claro, que seu martírio, levado com
tanta dignidade e com tanto espírito católico, tenha feito dela
verdadeiramente uma rainha-mártir. A ponto de ter-se ela negado, nos últimos
momentos de sua vida, a receber qualquer sacramento de um padre juramentado
(assim eram chamados os sacerdotes que haviam jurado a herética Constituição
Civil do Clero).
Mártir da Igreja perseguida, mártir também
da monarquia ultrajada.
Revide da História
Maria Antonieta, rainha
da França |
Hoje
em dia as apreciações se inverteram, e Maria Antonieta é cada
vez mais venerada na França. Um julgamento simulado, feito em Paris
por ocasião do bicentenário da Revolução Francesa,
proporcionou-lhe uma estrondosa absolvição. Ela tem sido revivida
em filmes, em exposições, em objetos de arte.
Trata-se de um fenomenal
revide da História. O mais sintomático
porém é que a mudança não ocorre apenas da França.
Também nos Estados Unidos –– país que nunca adotou
a monarquia como forma de governo, que tem sido mesmo para muitos um símbolo
do republicanismo –– é muito considerável o prestígio
da soberana francesa.
Os Estados Unidos e a rainha
Exemplo disso é uma bela propaganda dos famosos relógios de
luxo Breguet (desde 1775), estampada na contracapa da “Time”, principal
revista norte-americana (vide ilustração).
Sobressai uma esplêndida foto de um quadro famoso representando Maria
Antonieta segurando uma rosa, e ao fundo, nos jardins de Versailles, o Petit
Trianon, palácio especialmente freqüentado pela rainha em seus
dias de glória.
Eis o título: “Numa dupla homenagem à Rainha de França,
Breguet está recriando o famoso relógio Maria Antonieta e restaurando
o Petit Trianon”.
Diz o texto da propaganda: “A rainha Maria Antonieta nunca usou o célebre
relógio Breguet que leva seu nome. Fabricado com todas as complexidades
da indústria relojoeira, teve ele que esperar até 1827 para ser
concluído seu maravilhoso conjunto, isto é, 44 anos após
a data em que havia sido encomendado e 34 anos depois da morte de Maria Antonieta”.
Agora a Breguet decidiu
criar reproduções exatas daquele relógio,
e “ao mesmo tempo financiar a restauração de grande parte
da residência de Maria Antonieta, incluído o Petit Trianon. Isto
tudo como expressão de gratidão para a mais simbólica
das clientes da Breguet”.
Logo nos Estados Unidos!
Assim a História se vinga das mentiras da
Revolução igualitária.
Veja:
http://www.catolicismo.com.br/
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