Reação conservadora manifestada em bonecas
14/02/2007
Santiago Fernández
Em
diversos países, mas sobretudo nos Estados Unidos, a boneca Barbie — símbolo
feminista da jovem moderna — está sendo rejeitada, e uma nova apetência
das meninas é por bonecas tradicionais
A boneca Samantha
afigura uma menina delicada, inocente e cheia de candura. Veste-se, de preferência, segundo figurinos imortalizados pelo filme "E
o vento levou". Na sua casinha, em estilo colonial, exibe os quadros dos
antepassados. Ela recebe suas amigas — a latina Amélia, a índia
Kaya ou a negrinha Kit — em despretensiosos chás com linda baixela
e caprichados bolos caseiros. Passeia seu carrinho, cuida de um bebê,
de suas bonecas e cachorrinho; é aluna aplicada e bem comportada na
aula. É profundamente feminina, meiga, vivaz, prestativa, e sua casa é cheia
de aparelhos domésticos.
Samantha, Amélia, Kaya e Kit são variantes da American Girl
que tirou a boneca Barbie do topo das preferências. O mais sintomático é que
a American Girl encarna o oposto da Barbie — "a mascote da revolução
feminista", segundo Mario Diament, jornalista de Miami. Barbie iniciava
as meninas no sex-appeal, no estilo de mulher que não conheceu a inocência
da infância e não se encaixa bem no lar, mas sim na vida de caprichos
do jet-set.
"A American Girl é a antítese de Barbie e a faísca
que acendeu a contra-revolução. Barbie representava a feminilidade
emancipada, a American Girl personifica o retorno à infância tradicional".
E o jornalista explica: "As mesmas mães que cresceram com Barbie
e os anticoncepcionais, hoje acham melhor que as suas filhas brinquem com uma
boneca que represente a sua própria idade.[...] A toda revolução
sucede uma contra-revolução".
* * *
As bonecas modelam as propensões, a fantasia e a afetividade das meninas.
De alguma maneira a menina será, quando adulta, aquilo que começou
a ser brincando com as suas bonecas.
O declínio de Barbie e a preferência por American Girl é um
sintoma de apetências profundas que germinam na opinião pública.
No caso, para um ideal feminino mais elevado, culto e familiar, em recusa ao
modelo rijo, materializado e sensual de Barbie. Nesse sentido, a American Girl
encarna um gênero de “contra-revolução” nos
brinquedos para meninas.
Veja:
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