Catedral de Rouen


25/07/2007

Plinio Corrêa de Oliveira

A glória de Deus, cantada pela flecha de um templo altaneiro

Rouen, a cidade onde Santa Joana d'Arc foi martirizada pelos ingleses, possui uma das catedrais góticas mais belas da França.

Na ilustração da catedral, observe seu enorme elan para o céu. A torre vai se adelgaçando, e dir-se-ia que a sua ponta vai se transformando em céu. A tal ponto que não se sabe bem se a ponta é mais ar do que terra, mais luz do que pedra. Demonstra uma vontade de subir, reflete uma elevação de alma.

No prefácio da sua História de Santa Isabel de Hungria, Montalembert(*) conta um fato bem significativo. Um maometano, preso pelos cruzados, recebeu licença de viajar pela Europa. Conheceu catedrais medievais, e perguntou quem as construíra. Mostraram-lhe o irmão leigo de um convento, e explicaram-lhe: “Esses são os homens que constroem tais monumentos”. Observou então o islamita: “Como podem homens tão humildes construir edifícios tão altivos?”

Essa pergunta sintetiza a alma católica: humilde quanto a si mesma, mas insaciável de glória para Deus.

Nesse templo religioso, a glória de Deus é cantada por uma flecha que, simbolicamente, atinge um píncaro mais alto que todos os edifícios. Símbolo da Igreja e da sociedade temporal católica. A Igreja paira acima de tudo. Ela e a Cristandade cantam a glória de Deus.

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(*) Carlos Forbes Renato de Montalembert, conde de Montalembert, literato e político francês, nasceu em Londres em 1810 e faleceu em Paris em 1870. Chefe do partido católico liberal, autor de inúmeras obras.

Rouen, localizada no oeste da França (Normandia), é conhecida como a cidade-palco do martírio de Santa Joana d’Arc, em 1431, na Place du Vieux-Marché. Seu monumento mais prestigioso é a maravilhosa Catedral Notre-Dame de Rouen, obra-prima da arte gótica, construída entre os séculos XII e XV. Sua fachada é constituída por 3 portais e duas torres assimétricas — a Tour Saint-Romain e a Tour du Beurre. Sua flecha, uma agulha neogótica em ferro fundido, foi edificada entre 1825 e 1876, sendo a mais alta da França; na época de sua construção era a mais elevada do mundo, com 151 metros de altura.

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 10 de fevereiro de 1974.
Sem revisão do autor.

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