Família debilitada pela desagregação moral
Manifestação em prol
do combate à AIDS, em São Paulo
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A
família foi profundamente vulnerada. O ministro da Saúde e a prefeita paulista
lançaram um programa de educação sexual municipal. Eles mesmos ficaram
constrangidos pela crueza da simulação de ato sexual representado por estudantes
na aula inaugural.(28)
A
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou um pacote
de mudanças no Código Penal que põe fim à punição do adultério, dos crimes
de sedução e rapto consensual e tirou do Código Civil a expressão “mulher
honesta”.(29) Outro projeto “eleva a prostituição, feminina e masculina, à categoria
de profissão dos ‘trabalhadores da sexualidade’; [...] [incluindo] strippers,
dançarinos que se exibem nus ou seminus, garçons e garçonetes que trabalham
de forma a despertar a libido de terceiros, e gerentes de prostíbulos”.(30)
75 mil brasileiras se prostituem no exterior, segundo a Organização
Internacional de Migrações.(31)
O
Brasil ocupou o 4º lugar no ranking da pedofilia na Internet,
com 17.016 sites. Em maio, o Disque-Denúncia federal ultrapassou
6 mil denúncias anuais de violência sexual contra crianças e adolescentes.
O aborto por anencefalia vigorou por alguns meses. Em dezembro, o governo
lançou debate tendente a conduzir à sua legalização civil (o aborto é punido
com excomunhão pelo Código Canônico).
Em
São Paulo, a prefeita petista entregou a primeira pensão a uma lésbica
a título de companheira.(32) Em Curitiba, um cartório registrou
por primeira vez um “casamento” homossexual.(33) No Rio Grande do
Sul, decisão judicial permitiu essas uniões,(34) e no Distrito Federal
outro tribunal entregou uma criança em custódia a um travesti.(35)
Houve Paradas
do Orgulho Homossexual em São Paulo e no Rio. Em Brasília, o presidente
Lula elogiou em carta tais eventos, por darem visibilidade aos homossexuais,
bissexuais e transgêneros, os quais, segundo ele, “por muitos séculos
não puderam se expor, muito menos reivindicar seus direitos”.(36)
Na
América Latina, o Brasil liderou a dramática estatística de Aids da ONU,
com 80.000 contágios e mais de 30.000 mortes num ano. A Organização
Internacional do Trabalho alertou que o Brasil pode perder 1,2 milhão
de trabalhadores até 2015 por causa da doença. Mas o diretor mundial da Onusida (o
programa da ONU sobre HIV e Aids), Peter Piot, saiu satisfeito com o País.
Triste satisfação... Obteve adesão do presidente Lula e julgou ter recebido
apoio do secretário-geral da CNBB, D. Odilo Scherer, para convencer
outros episcopados latino-americanos a não obstarem as campanhas de difusão
de preservativos.(37)
IlussaoIlusão: liderança de países “pobres” X países “ricos”
O presidente Kirchner
e o Pres. Lula: dificuldades no Mercosul
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A
diplomacia do governo Lula visou liderar uma frente de países “pobres”
contra os “ricos” — ou do “sul” contra o “norte”. O presidente visitou
a China vermelha, sem dizer uma palavra em defesa dos direitos religiosos
e humanos violados escancaradamente naquele país marxista.(38) Pouco depois,
o regime de Pequim suspendeu as importações de grãos produzidos no Brasil,
causando prejuízo de 1 bilhão de dólares. Apesar de múltiplos danos
comerciais, o governo reconheceu a China comunista como “economia de
mercado”;(39) deu ao Vietnã marxista o “status de nação mais favorecida
na OMC” ; (40) fez concessões unilaterais à Argentina(41) e perdoou
a dívida de países como o Gabão — que tem um PIB per capita superior
ao do Brasil —, Moçambique, Cabo Verde e Bolívia. Tudo em aras à aliança
dos países pobres!
Em
agosto, o Itamaraty tentou criar um Grupo de Amigos de Cuba, para
favorecer a ditadura cubana.(42) Em dezembro, o presidente Lula liderou
a fundação de uma Comunidade Sul-americana de Nações. Essa iniciativa
recebeu epítetos como “geopolítica fantástica”, “aventura infeliz”,
“fiasco” e “sintoma do isolamento diplomático do Brasil”.(43)
Rumo
ao objetivo: Leviatã socialo-castrista
Em
2004 o Legislativo gastou a maior parte do seu tempo votando Medidas
Provisórias da Presidência, e o Brasil passou a ter como ministros
dois membros de um partido comunista (PC do B), que não renegaram
seu passado marxista.
O
pensador socialista francês François Chesnais veio ao País para proclamar:
“Se houvesse uma mudança política como a que ocorreu em Cuba nos anos
60, o novo sistema seria invencível”.(44) Nessa hora, a ocupação dos
organismos do Estado por afiliados do PT — ou aparelhamento — já era
sistemática, crescendo os temores da eternização do PT no poder.(45)
O
favorecimento do PT e aliados na distribuição de verbas acelerou-se nas
vésperas das eleições municipais. Entre março de 2003 e junho de 2004,
91,1% dos empréstimos municipais do BNDES destinaram-se a prefeituras petistas.(46)
O PT também coletou milhões provenientes de uma porcentagem sobre os salários
de militantes beneficiados pelo aparelhamento.(47)
Multiplicaram-se
os projetos visando controlar parlamentares e membros do Ministério Público,
da Justiça, da imprensa, da cultura, da Internet e dos telefones, delineando-se
um “dirigismo cultural” no estilo soviético ou cubano, “autoritário,
burocratizante, concentracionista e estatizante”.(48) “Mordaça”, “escutas
celulares”, sigilos rompidos, chantagens a empresários e políticos
com base em dados obtidos em CPI, foram lugares comuns do noticiário político.
Eleições
municipais e o comuno-progressismo
O
presidente da CNBB, D. Geraldo Majella Agnelo, “tradicional aliado
do PT”,(49) criticou líderes protestantes que promoviam seus candidatos,
em geral não-petistas. Entretanto, D. Pedro Luiz Stringhini (bispo
auxiliar de São Paulo) e o padre Renato animaram o palanque da candidata
Marta Suplicy;(50) em Minas, grande número de sacerdotes disputou prefeituras
pelo PT; e o bispo de Quixadá (CE), quando processado pelo PT, respondeu: “Nunca
vi o bispo Morelli e o Frei Betto serem condenados porque apóiam o PT em
nível nacional”.(51)
Frei Betto coloca na
cabeça boné do MST na comemoração dos 20 anos do movimento
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A
instrumentalização do poder público e a demonstração de poder econômico
do PT na campanha das eleições municipais alcançaram proporções espantosas.
Em São Paulo, um quinto dos eleitores foi visitado em sua residência por
propagandistas pagos pelo PT. E o presidente Lula foi multado em R$ 50
mil por fazer propaganda indevida em favor da candidata petista à reeleição
do município de São Paulo.(52)
Assim,
pouco antes das eleições, a determinação do PT para instalar um sistema à cubana
era notória.
Oo Brasil diz não à escalada comuno-progressista...
Apesar
de todo esse empenho petista, o Brasil calmo e pacato não se deixou levar
pela propaganda do partido nas eleições municipais, propiciando uma inesperada surra aos
seus candidatos.
O
PT perdeu as prefeituras de grande representatividade política e simbólica,
como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba; no Rio Grande do Sul,
Pelotas e Caxias do Sul; São Bernardo e Santo André na periferia paulista;
Ribeirão Preto e Campinas. “O Brasil que sai das urnas é melhor que
a ficção cosmetizada pela máquina de enganação das massas. O bom senso
inspirou a decisão”.(53)
Apenas
um quinto dos candidatos petistas foi eleito; a meta de ganhar mil prefeituras
foi frustrada, devendo o partido contentar-se com apenas 7,5% dos municípios;
a rejeição da classe média irradiou-se pelo eleitorado das periferias urbanas.
O resultado foi decepcionante para o PT em sete Estados do Norte e do Nordeste.
Até o município de Guaribas — ponto de partida do Fome Zero — recusou
o candidato petista. Genoíno, presidente do partido, reconheceu: “Há resistências,
porque somos um partido de esquerda”.(54)
O
fiasco desencadeou pugna interna no PT. Foram defenestrados ministros
e altos funcionários, especialmente da área social. O governo tentou distanciar-se
da esquerda católica. Mas qual é a autenticidade desse afastamento
se Frei Betto, um dos sacrificados, afirma com farto conhecimento
que “Lula é fruto do movimento popular. Sem as CEBs, o MST, a CUT, a
Central dos Movimentos Populares e outros movimentos não haveria o Lula
presidente”.(55)
...
embora prossiga a descatolicização do
País
O dep. petista (direita)
Luiz Bassuma afirmou falar como possuído por um espírito
|
E
enquanto bispos e sacerdotes da esquerda católica impulsionavam
as revoluções agrária, indigenista e urbana, progredia a descatolicização do
País. As primeiras universidades budista, umbandista e islâmica abriram
as suas portas em São Paulo. No Rio, iniciou-se a construção, com patrocínio
oficial, do primeiro santuário ecológico-panteísta ecumênico.
Em
Brasília, o Conselho Nacional Antidrogas aprovou o consumo do alucinógeno ayahuasca, usado
em cultos indígeno-esotéricos. O Congresso Nacional celebrou ainda sessão
solene em louvor do fundador do espiritismo. Nela, o deputado petista Luiz
Bassuma passou a falar e a agir no pódio como possuído por um espírito.(56)
Reações esperançosas do Brasil autêntico
No
transcurso de 2004, ocorreu no País uma reatividade nos meios conservadores,
sobretudo em questões morais. Assim, por exemplo, o divórcio da prefeita
de S. Paulo, seguido de nova união, representou um fator importante para
sua derrota eleitoral.(57) Pesou negativamente também seu apoio às questões
homossexuais.
Mal
ou nada representados na mídia, ausentes da política, largos setores do
Brasil não participavam da ciranda esquerdizante. Trabalhavam e produziam,
salvando a nação da degringolada econômica. Na dianteira, o agronegócio,
que até novembro proporcionou ao País 36,037 bilhões de dólares em exportações;
gerou centenas de milhares de novos empregos, impulsionou a indústria associada
e a prosperidade das cidades ligadas à lavoura.
A
infra-estrutura nacional está quase abandonada. Mas em Mato Grosso, 42
consórcios de produtores rurais começaram a construir 3,2 mil quilômetros
de rodovias. Agricultores americanos vieram ao Brasil para aprender o pulo
do gato. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, o Brasil virou
uma superpotência agrícola que deve ser tratada como país rico.
Eis
no Brasil o grande contraste de tendências que marcaram 2004: a dos grupos
que rumaram para o caos comunistizante; e a de enormes setores que aspiram
por ordem, trabalho, dignidade, moral, família, propriedade.
Nas
eleições municipais, estes últimos deram uma soberana lição aos primeiros.
Mas terão estes aprendido? Ou tentarão uma loucura como o já anunciado “2005
vermelho”? Acompanhemos com toda atenção o ano que começa.
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Veja:
http://www.catolicismo.com.br/