CRISE MORAL E RELIGIOSA
Um mar de lama invadiu o mundo inteiro,
mas encontrou oposições inesperadas
Na França,
o governo aprovou o “aborto em casa”. Em
Barcelona, começou a distribuição gratuita da “pílula do dia seguinte” sem
receita médica. O Irã legalizou o aborto.
Chirac: França debate
eutanásia
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Contra
a avalanche da imoralidade, em 2004 levantaram-se notáveis reações. Os
EUA reconheceram a existência jurídica do feto e baniram o tenebroso “aborto
por parto parcial”. Holanda e Portugal proibiram o “barco da morte” holandês,
que pratica abortos em águas internacionais. O sinistro navio voltou sua
proa para a Argentina, talvez visando interferir no debate sobre o aborto
no Brasil, já anunciado para 2005.
A
França,presidida por Jacques Chirac começou a discutir a eutanásia, enquanto
a Holanda já pensa aplicá-la aos bebês. A Grã-Bretanha deu permissão aos
que quiserem suicidar-se legalmente na Suíça, e foi obrigada pela
Corte Européia a aceitar o “casamento” entre transexuais. O Chile
aprovou o divórcio.
Na
Espanha, 1.200 homossexuais pediram para serem apagadas suas atas de batismo
na Igreja. A província católica canadense de Quebec e a Suíça liberaram
o chamado “casamento” homossexual. Nos EUA, o Estado de Massachusetts aprovou
tal “casamento”. A prefeitura de São Francisco efetuou com espalhafato
milhares dessas uniões antinaturais. A Suprema Corte da Califórnia, contudo,
invalidou todos esses atos. Também na França o primeiro “casamento” homossexual
foi invalidado pela Justiça e o prefeito responsável foi punido pelo eleitorado,
perdendo na eleição seguinte.
Cemitério exclusivo para
vítimas da AIDS na África do Sul
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A Onusida calculou
que 40 milhões de pessoas no mundo tinham AIDS. A doença expandiu-se explosivamente
na China e na Índia. A Rússia pode perder mais de 25 milhões de habitantes
até 2020, devido ao controle da natalidade e à difusão do HIV. Em sentido
contrário, a Uganda colheu brilhante sucesso no combate à AIDS, mediante
a promoção da castidade pré-matrimonial, ao invés da divulgação de preservativos.
Degringolada do mito do mundo moderno
Em
2004 a confiança na modernidade esfarelou-se. Segundo o Gallup Internacional, 48%
dos homens prevêem um futuro menos seguro, contra 25% de otimistas. O mundo
todo considera corrupta a classe política; 87% dos latino-americanos são
dessa opinião.
Armin Meiwes, o canibal
de Rotemburgo
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No
ano cresceu até a pirataria no alto mar: 20% a mais que em 2003. O canibal
de Rotemburgo foi condenado apenas a oito anos de prisão, mas sua mórbida
façanha virou sucesso rock. A moda do megahair, com cabelos
de prisioneiras russas, foi adotada por modelos. Os campos de extermínio
da ex-União Soviética tornar-se-ão pontos turísticos. O Museu de Ciência
de Londres anunciou planos de expor um cadáver em decomposição. Mais de
100 homens desceram às ruas de Manhattan de saia, pedindo o “fim da
tirania das calças”. As sandálias havaianas fizeram sensação nos ambientes
do jet-set. Uma danceteria de Barcelona inaugurou a implantação
de chip na pele dos clientes VIP, como o usado para identificar
o gado.
O arcebispo anglicano
de Canterbury
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Cabala
e superstições difundiram-se enormemente. Na catedral de Santiago do Chile,
um sacerdote foi assassinado por satanista, após celebrar a Missa. A Marinha
inglesa permitiu o culto satânico nos seus navios de guerra. Na Itália,
surgiu um mercado satanista de hóstias consagradas, onde se paga mais pelas
espécies obtidas em missas na proximidade do Vaticano. A cidadezinha de
Caronia, na Sicília, foi evacuada devido a sintomas de possessão diabólica
coletiva que a acometeram em série.
Crise
do ecumenismo e perseguições anticatólicas
A
chamada igreja anglicana ordenou mulheres e sagrou um bispo homossexual.
Com isso ficou ela no“limite da implosão”.(70) Na Europa, protestantes
prosseguiram a prática de leiloar ou alugar os seus templos para bancos,
supermercados, museus e residências.
Bartolomeu I, patriarca
cismático de Constantinopla, em visita a Cuba
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O
patriarcado cismático de Moscou descarregou virulentos ataques contra a
Igreja Católica, apesar de gestos ecumênicos por parte da Santa Sé, como
a entrega do ícone da padroeira da Rússia.(71) Bartolomeu I, chefe
do microscópico patriarcado de Constantinopla, na Turquia, aderiu às críticas
anticatólicas russas,(72) viajou a Cuba, onde defendeu posições castristas;(73)
e no fim do ano, foi ele presenteado pela Santa Sé com as relíquias de
São João Crisóstomo e São Gregório Nazianzeno, Arcebispos de
Constantinopla.(74)
A
mídia vinculada à Santa Sé e à Conferência Episcopal Italiana “pôs na
sombra o terrorismo islâmico e fez um desanimador silêncio sobre a fé dos
assassinados”.(75)
A
sanha anticatólica não foi sanguinária apenas no mundo islâmico e na China.
A Índia e o Sri-Lanka anunciaram leis anticonversão. O budismo perseguiu
os católicos no Oriente, e o protestantismo fez o mesmo na Escócia.
CONCLUSÃO
Dois fatos reveladores do rumo das tendências
opostas ocorridas em 2004
Portugal ficou abalado pelo anúncio da remoção do reitor do
Santuário de Fátima, devido a seu imprudente ecumenismo. Ele franqueara
a Capela das Aparições a uma delegação hinduísta que cantou e fez oferendas
sobre o próprio altar. Os desmentidos do reitor agravaram os temores, pois
nada desmentiam.(76) Também tornou-se público que instalações de Fátima
eram usadas para encontros homossexuais, anunciados há anos em sites turísticos
da Internet.(77)
Poderia
ter ido mais longe a recusa de Nossa Senhora que, em Fátima, advertiu o
mundo do advento de tremendos castigos, caso a humanidade não se emendasse?
150º aniversário do dogma da Imaculada Conceição
No
mês de dezembro transcorreu uma auspiciosa comemoração: os 150 anos da
proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Em 1854, a onda revolucionária
anticristã varria Europa. O Bem-aventurado Pio IX –– que poucos anos
antes tivera que se exilar, após a revolução que abolira a monarquia pontifícia
em Roma –– voltando à cidade dos Papas, proclamou solenemente esse dogma
glorioso. Maria Santíssima, Ela própria, apareceu em Lourdes, confirmando
a origem celeste do dogma e inaugurando uma série de aparições mariais
que vêm preparando o mundo para o dia do triunfo de seu Imaculado Coração,
anunciado em Fátima.
É lícito
conjeturar que as reações conservadoras –– que em 2004 se contrapuseram às
tendências que precipitam a humanidade na ruína –– sejam sintomas da intervenção
em grande escala de Nossa Senhora em nossos dias. Tais reações assemelham-se
aos primeiros movimentos de alma que encaminharam o filho pródigo da parábola
evangélica a voltar à casa paterna. Mas, neste caso, trata-se de inúmeras
almas e de povos inteiros.
E-mail do autor: luisdufaur@catolicismo.com.br
A
aparição de Nossa Senhora em
Lourdes inaugurou uma série de outras aparições mariais que preparando
o mundo para o dia do triunfo de seu Imaculado Coração, anunciado
em Fátima
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Notas:
1. Cfr. “O Estado de S. Paulo”, (OESP), 7-10-04; 18-11-04.
2. Cfr. OESP, 31-12-03.
3. Cfr. OESP, 26-2-04.
4. Cfr. “Folha de S. Paulo” (FSP), 4-5-04.
5. Cfr. FSP, 11-1-04.
6. Cfr. FSP, 9-1-04.
7. Cfr. OESP, 8-12-04.
8. Cfr. OESP, 2-12-04.
9. Cfr. OESP, 3-9-04.
10. Cfr. “Jornal do Brasil”,[JB], Rio, 29-8-04.
11. Cfr. OESP, 8-12-04.
12. Cfr. OESP, 28-5-04.
13. Cfr. OESP, 2-8-04.
14. Cfr. JB, 20-2-04.
15. Cfr. Nelson Ramos Barretto, Trabalho escravo, nova arma
contra a propriedade privada, Artpress,São Paulo, 2004.
16. Cfr. OESP, 19-11-04 e 24-11-04.
17. Cfr. OESP, 28-11-04.
18. Cfr. “O Globo”, (OG), Rio, 8-1-04.
19. Cfr. OESP, 5-11-04.
20. Cfr OESP, 22-5-04.
21. Cfr. OG, 1-6-04.
22. Cfr JB, 20-7-04.
23. Cfr. OESP, 2-2-04.
24. Cfr. OESP, 2-7-04.
25. Cfr. OESP, 21-10-04.
26. Cfr. OESP, 28-8-04.
27. Cfr. FSP, 22-6-04.
28. Cfr. OESP, 20-2-04.
29. Cfr. FSP, 16-9-04.
30. Cfr. OESP, 4-11-04.
31. Cfr. OESP, 16-6-04.
32. Cfr. “Jornal da Tarde”, (JT), S. Paulo, 31-1-04.
33. Cfr. FSP, 20-3-04.
34. Cfr. OESP, 5-3-04.
35. Cfr. FSP, 10-3-04.
36. Cfr. OESP, 21-6-04.
37. Cfr. OESP, 1 e 8-9-04.
38. Cfr. FSP, 25-5-04.
39. Cfr. OG, 13-11-04; FSP, 16-11-04 e OESP, 17-11-04.
40 Cfr. FSP, 16-11-04.
41. Cfr. OESP, 10, 11 e 13-7-04.
42. Cfr. OESP, 20 e 21-8-04.
43. Cfr. OESP, 10-12-04.
44. Cfr. FSP, 31-5-04.
45. Cfr. OESP, 11-6-04.
46. Cfr. OESP, 13-7-04.
47. Cfr. OESP, 15-8-04.
48. Cfr. OESP, 8-8-04.
49. Cfr. JB, 30-9-04.
50. Cfr. FSP, 6-9-04.
51. Cfr. OG, 27-9-04.
52. Cfr. OESP, 22-10-04.
53. Cfr. Gaudêncio Torquato, OESP, 7-10-04.
54. Cfr. OESP, 7-10-04.
55. Cfr. OESP, 7-12-04.
56. Cfr. OESP, 29-10-04.
57. Cfr. FSP, 2-7-04.
58. Cfr. OESP, 29-9-04.
59. Cfr. OESP, 10-9-04.
60. Cfr. OESP, 12-1-04.
61. Cfr. OESP, 20-6-04.
62 Cfr. OG, 4-11-04.
63. Cfr. FSP, 4-11-04.
64. Cfr. OESP, 5-11-04.
65. Cfr. FSP, 7-11-04.
66. Cfr. OESP, 9-3-04 e “Le Monde”, Paris, 27-11-04.
67. Cfr. OESP, 18-6-04.
68. Cfr. ACI (Agência Católica Internacional), 16-8-04.
69. Cfr. FSP, 8-8-04, ACI, 28-6-04.
70. Cfr. David Hope, arcebispo anglicano de York, ACI, 8-12-04.
71. Cfr. Agência Zenit, 3-9-04.
72. Cfr. Zenit, 4-2-04.
73. Cfr. OG, 26-1-04.
74. Cfr. Zenit, 29-11-04.
75. Cfr. Sandro Magister, ACI, 7-9-04.
76. Cfr. “Voz da Fátima”, nº 982, 13-7-04; “O Público”,
Lisboa, 29-9-04.
77. “Correio da Manhã”, Lisboa ,14-8-04.