Crime no assentamento de Reforma Agrária


15/02/2005

Gregorio Vivanco Lopes

Crime no assentamento de Reforma Agrária

Policial assassinado no assentamento -- Na madrugada de 5 para 6 de fevereiro, um policial militar foi morto e outro feito refém e torturado no assentamento Bananeira, do MST, em Quipapá (PE), a apenas 200 km do Recife. Um terceiro soldado conseguiu fugir a pé, enquanto o carro que usavam era depredado. Quando caíram na emboscada, os policiais, do serviço de inteligência da PM, estavam em trajes civis e investigavam José Ricardo Rodrigues e uma mulher, ligados ao MST, suspeitos de participar de quadrilha especializada em roubos de carga. O casal foi localizado na tarde de sábado ao sul de Pernambuco. O sargento Cícero Jacinto da Silva e os soldados Adilson Alves Aroeira e Luiz Pereira da Silva iniciaram uma perseguição ao Saveiro do casal, encerrada somente quando o veículo entrou no assentamento do engenho Bananeira. No local, um grupo de cem assentados cercou os três policiais que tiveram de render-se e identificar-se. Mesmo assim, o sargento e um dos soldados foram imobilizados e levados para o interior do assentamento. Tomaram-lhes as armas. O terceiro policial conseguiu fugir e solicitou reforço. Ao chegarem, os policiais encontraram o corpo do soldado morto a tiros e com sinais de tortura. O sargento foi libertado. Ele fora amarrado e espancado.

 

“Organização criminosa” -- Para tentar salvar a face, o atual coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, disse que se tratava de uma quadrilha que utilizava o assentamento como base para suas articulações. E que os assentados só participaram da atividade porque foram enganados pelos irmãos José Ricardo e José Sérgio Rodrigues que teriam sido expulsos do MST em novembro. Ambos estão foragidos. Depois disso, os sem-terra foram orientados a deixar o assentamento. Editorial de um matutino paulista comenta: “Importância alguma terá o fato de o assaltante José Ricardo pertencer ainda ou ter sido expulso do MST - haverá um quadro oficial de registrados numa organização oficialmente inexistente? Importa é o fato de assentados ter dado abrigo e protegido, com armas e violência assassina, quem sofria perseguição policial”.  E conclui que o MST é uma “organização criminosa”.

 

Eram da cúpula do MST -- Na verdade, os assentados tratam Ricardo como um morador do local. Dizem que ele tem uma casa lá. Os irmãos Rodrigues integraram a cúpula do MST em Pernambuco. Sérgio era coordenador estadual, função de maior poder na hierarquia da entidade. Ricardo era coordenador da microrregião de Belém de Maria (“Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo, 7 a 10-2-05).

 

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