Um
dos mais propagandeados líderes do progressismo no Brasil é sem dúvida alguma o Pe. José Comblin, expoente da malfadada “teologia
da libertação”.
Importado da Bélgica em 1958, foi professor do Instituto Teológico de Recife,
sob a égide do conhecido Arcebispo Vermelho, D. Helder Câmara.
Um documento-bomba elaborado então
pelo Pe. Comblin pregava a tomada do Poder pela esquerda e a instalação
de um Estado ditatorial que impusesse ao Brasil um regime de tipo comunista.
Felizmente denunciado pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 1969, o documento Comblin correu
o Brasil, causando estupor e indignação na massa da população católica.
O resultado mais palpável dessa denúncia – aliada a outras que
se lhe seguiram -- foi que o povo católico brasileiro ficou vacinado contra
a penetração do progressismo, até então avançando
sem contestação nos meios religiosos, por meio de tramas e subentendidos.
A partir daí o progressismo não morreu, pelo contrário,
prosseguiu, mas com altos e baixos, no vôo incerto da ave que levou chumbo
nas asas.
35 anos depois é o próprio Pe. Comblin,
agora com 81 anos de idade, quem vem a público, por ocasião da eleição de
Bento XVI, para externar seu desânimo pela situação presente do progressismo.
Para ele, houve um “esvaziamento do Concílio Vaticano II”. E vaticina: “o
próximo conclave poderá escolher um papa ainda mais conservador”. Lamenta: "não
se espere outro João XXIII, porque isso só vai ocorrer daqui a mil anos".
De tão desanimado, ele, um defensor da luta de classes, até exagera: “a
Igreja fez clara opção preferencial pelos ricos”.
Tais pensamentos foram expressos pelo Pe. Comblin ao falar, em São Paulo, para um auditório de 200
intelectuais, padres e freiras, a convite da Sociedade de Teologia e Estudos
da Religião (Soter) e do Departamento de Teologia
e Ciências da Religião da PUC-SP (O Estado de S. Paulo, 4-5-05). Manifestou
ainda seu desânimo sobre os rumos que deve tomar a CNBB.
O que o Pe. Comblin não disse, mas a realidade
presente obriga a lembrar, é que se o progressismo mais
ardido está desanimado, isso não obsta a que um progressismo que
se apresente como moderado procure tomar as rédeas da situação, às custas
de 20 séculos de tradição católica.
A respeito de como deve ser uma
civilização realmente cristã, cumpre aqui
lembrar o eloqüente elogio feito pelo Papa Leão XIII à Cristandade medieval: "Tempo
houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época,
a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis,
as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações
da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente
estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente,
graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então
Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e
pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil
deu frutos superiores a toda a expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá, consignada
como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper
ou obscurecer" (Encíclica "Immortale Dei", de 1º-XI-1885
-- "Bonne Presse", Paris, vol. II, p. 39).