Dois absurdos: marcha do MST e reservas indígenas
24/05/2005
Impopularidade acobertada — No Brasil, já há algum tempo
cessou-se de fazer pesquisas de opinião pública a respeito das
ações do MST. Compreende-se. Elas sempre apontavam uma esmagadora
maioria contra as invasões. Na recente marcha do MST a Brasília,
houve um esforço quase desesperado dos líderes para conseguir adesões.
Chegaram mesmo, em busca de notoriedade, a apoiar as reivindicações
que as esposas de militares faziam para obter melhores salários para seus
maridos. Jornais do exterior investiram grosso em tinta e papel para noticiar
a marcha.
Preocupante — Entre os caminhantes do MST, não se aplicou a igualdade
nem a liberdade. Tinham de obedecer a um esquema rígido, ditado pelos
chefes. Para quem conhece as ligações do MST com as FARC colombianas
e seus métodos de guerrilha, isso preocupa. Já antes de chegar
a Brasília, onde provocaram um enfrentamento com a polícia, os
integrantes do MST haviam destruído no caminho um automóvel Fiesta,
a ponta-pés, pauladas e socos, porque o jovem proprietário tinha
pressa de atravessar a marcha para seguir seu destino. Em Porto Alegre, no
mesmo dia em que a marcha chegava a Brasília, os sem-terra tentaram
invadir o prédio da Receita Federal, ferindo três policiais que
protegiam o edifício; quatro sem-terra também ficaram feridos.
Crueldade com crianças — Esteve presente à marcha Genésio
Darci (o ex-Leonardo Boff, que abandonou a Igreja em 1992 e continua tendo
livre trânsito na esquerda católica). Os sem-terra arrastaram
também para sua caminhada um grande número de crianças,
sem qualquer protesto das autoridades diante dessa crueldade. Essas mesmas
autoridades rasgam as vestes contra o trabalho infantil e punem severamente
o pai que é ajudado por seu filho numa tarefa corriqueira!
O mito do “trabalho escravo” — Entre as reivindicações
da marcha figurava a “expropriação das fazendas com trabalho
escravo”, ou seja, a pretexto de um não-definido “trabalho
escravo”, assestar mais um golpe contra a propriedade privada. Sintomaticamente,
os sem-terra não reivindicaram emprego de nenhuma espécie: trabalho
não é com eles. Lula prometeu aos sem-terra novos recursos e
cestas básicas para os assentamentos. Este último item é necessário
para o MST manter as pessoas que arrebanha, uma vez que os assentamentos de
Reforma Agrária praticamente nada produzem.
Reservas indígenas e maconha — Tem provocado grande escândalo
no Brasil a demarcação de numerosas reservas indígenas
de tamanho totalmente desproporcionado ao número de índios, como
a Raposa Serra do Sol, em Roraima, com risco até para a soberania nacional.
O que acontece nessas reservas, onde brancos e negros são impedidos
de permanecer? Uma ponta do véu começa a ser levantada. Protegidas
pela União, reservas indígenas de pelo menos quatro Estados — Maranhão,
Pernambuco, Bahia e Pará — abrigam plantio de maconha, segundo
a Polícia Federal. Em aldeias da região central do Maranhão,
a reportagem da “Folha de S. Paulo” (15-5-05) constatou que índios
da etnia guajajara plantam e vendem a droga. Também a utilizam como
entorpecente. Para a Polícia Federal, o combate ao tráfico nessas
regiões é mais difícil, porque as reservas são
protegidas pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e por
ONGs.
|