“Combatei hoje, com o Exército dos anjos bons, o combate do Senhor”


22/09/2005

Plinio Maria Solimeo

O demônio tenta infiltrar-se na própria Igreja


Os pecados levam à satisfação corporal,espiritual ou sentimental”

E Mons. Delassus tece a respeito da ação diabólica considerações que merecem destaque:

“ Lúcifer pôde assim prometer a si um império sobre a Terra, semelhante àquele que tinha conservado nos infernos sobre os que o haviam seguido na apostasia. Ele domina todos seus filhos pelo orgulho. [...] Satã fez erguer para si templos e altares sobre todos os lugares da Terra, e conseguiu que se rendesse a ele um culto tão ímpio quanto supersticioso. [...] É necessário que o reino que ele constituiu seja reconquistado, é o magnum praelio do Céu que vai prosseguir sobre a Terra nas mesmas condições. Freqüentemente a Igreja parecerá expirante; e sempre, em sua morte aparente, ela tirará uma vida nova. O duelo dar-se-á primeiro entre cada alma e seu tentador. [...] Para reconquistar seu império, satã atacará o corpo social como ataca as pessoas: ‘porei inimizades entre tua descendência e a dela’. [...] [satã] diz que seu triunfo seria assegurado para sempre se ele lograsse formar, no seio da própria Igreja, uma sociedade de homens que permaneceriam mesclados aos católicos, como o levedo é mesclado à massa, para aí produzir uma fermentação secreta que levaria vários séculos para se desenvolver, se fosse necessário, mas que chegaria infalivelmente a expulsar do corpo da Igreja o espírito sobrenatural. [...] Ele esperava chegar, por esse envenenamento lento, insensível e ignorado, a uma dissolução completa do reino de Deus sobre a Terra”.(15)

Essa conspiração, o autor a chama de Revolução. E mostra como ela foi vitoriosa desde o protestantismo, humanismo e enciclopedismo até os modernistas, que eram os mais recentes hereges infiltrados na Igreja de seu tempo.


Plinio Corrêa de Oliveira

Falando dessa Revolução em sua obra-mestra, Revolução e Contra-Revolução, diz o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “A mais possante força propulsora da Revolução está nas tendências desordenadas. E por isto a Revolução tem sido comparada a um tufão, a um terremoto, a um ciclone. É que as forças naturais desencadeadas são imagens materiais das paixões desenfreadas do homem. [...] É que as paixões desordenadas, indo num crescendo análogo ao que produz a aceleração na lei da gravidade, e alimentando-se de suas próprias obras, acarretam conseqüências que, por sua vez, se desenvolvem segundo intensidade proporcional. E na mesma progressão os erros geram erros, e as revoluções abrem caminho umas para as outras”. E conclui: “Estamos nos lances supremos de uma luta, que chamaríamos de morte se um dos contendores não fosse imortal, entre a Igreja e a Revolução. [...] A primeira, a grande, a eterna revolucionária, inspiradora e fautora suprema desta Revolução, como das que a precederam e lhe sucederem, é a Serpente, cuja cabeça foi esmagada pela Virgem Imaculada”.(16)

Daí a necessidade de recorrermos à Rainha dos Anjos no momento tão caótico em que vivemos. A isso nos convida a Santa Igreja.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate


“ São Miguel Arcanjo contenha o dragão, a antiga serpente, que é o demônio e satanás, e o lance encadeado no abismo para que não mais seduza as nações”

Devemos rezar intensamente a São Miguel Arcanjo, pedindo-lhe que defenda a Igreja e nos defenda “no combate e na luta contra os principados e as potestades, contra os dirigentes deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares. Vinde em socorro dos homens que Deus criou imortais e fez à imagem de sua própria natureza, e resgatou por grande preço da tirania do demônio” (Sab. 2; I – Cor. 6).


Pedimos a São Miguel, comandante da falange dos Anjos fiéis: “Combatei hoje, com o Exército dos Anjos bons, o combate do Senhor, assim como outrora lutastes contra Lúcifer, chefe do orgulho, e contra os seus anjos apóstatas, e não prevaleceram, nem foi mais encontrado o lugar deles no Céu. Mas foi expulso aquele grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, que seduziu todo o orbe; e foi lançado na Terra, e seus anjos juntamente com ele (Apoc. 12). Vinde, pois, General invictíssimo, e dai a vitória ao povo de Deus, contra as perversidades espirituais que irrompem”. E rogue ao Deus da paz por nós, para que Ele “esmague satanás sob nossos pés, a fim de que não mais possa manter cativos os homens e fazer mal à Igreja”. E apresente “ao Altíssimo as nossas preces, a fim de que sem tardar o Senhor nos faça misericórdia”, e “contenha o dragão, a antiga serpente, que é o demônio e satanás, e o lance encadeado no abismo para que não mais seduza as nações”.(17)

1. Cfr. Les Petits Bollandistes, Paris, 1882, tomo 11, pp. 501-502.

2. Mons. Henri Delassus, La Conjuration Antichrétienne, Société Saint-Augustin – Desclée, De Brouwer et Cie, Lille, 1910, tomo III, p. 676.

3. Mons. Delassus, op. cit. p. 777.

4. Cfr. Suma Teológica, Pars I, q. 63, a. 5, apud Mons. Delassus, op. cit., p. 768.

5. In C. Balducci, El Diablo, p. 20, apud Gustavo Antônio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo, Anjos e Demônios – A Luta Contra o Poder das Trevas – Artpress, São Paulo, 1996, p. 65-66.Tratado de Los Angeles – Introducción, p. 511, apud Gustavo Antônio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo, op. cit., pp. 80-81.

6. Mons. Delassus, op. cit. p. 768.

7. Tratado de Los Angeles -- Introdución, p. 511, apud Gustavo Antònio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo, op. cit., p. 83

8. Cfr. Suma Teológica, I, q. 109, a. 4, apud Gustavo Antônio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo, op. cit., p. 83.

9. Bernhard Wenisch, Satanismo, Livraria Vozes, Petrópolis, 1992, p. 28.

10. Id. ib., p. 30.

11. Id. ib., p. 31.

12. Id. ib., p. 38.

13. Id. ib., p. 45.

14. Id. ib., p. 32.

15. Mons. Delassus, op. cit., tomo III, pp. 780 a 803.

16. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Artpress, S. Paulo, 4a edição em português, 1998, Parte I, Cap. VI e Conclusão.

17. Exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, Ritualem Romanum, tit. XI c. 3.

Outras obras consultadas

– Dictionnaire de Théologie Catholique, Letouzey et Ané, Éditeurs, Paris, 1903, tomo 1º, Verbete “Ange”, colunas 1189 e ss.

– Pe. Pedro de Ribadaneira, Flos Sanctorum, apud Dr. D. Eduardo Maria Vilarrasa, La Leyenda de Oro, L. González y Compañía – Editores, Barcelona, 1897, 3º tomo, pp. 635 e ss.

– Gabriel C. Galache, Os Anjos, Edições Loyola, São Paulo, 1994.

– João da Silva Passos, A verdade sobre os anjos, Edições Ave Maria, São Paulo, 1995.

– Pe. Paul O’Sullivan, O.P., All about the Angels, TAN Books and Publishers, Inc., Rockford, USA, 1990.

– Maria Pia Giudici, Os Anjos existem!, Edições Loyola, São Paulo, 1995.

Páginas: 1 2 3 4

Veja:
http://www.catolicismo.com.br

Topo da Página

 

 

 

 

 

 
Leia Também
A Virgem de Guadalupe: desafio à ciência moderna
As Padroeiras do continente americano
Notre Dame restaura sinos destruídos pela Revolução Francesa
O “Leão de Münster” elevado à honra dos altares
São Domingos Sávio: o mais jovem santo não mártir da Igreja
Anencefalia: STF decide amanhã sobre a liminar