Relatórios preliminares do TCU (Tribunal de
Contas da União) encaminhados à CPI da Terra apontam irregularidades na
aplicação de recursos públicos por entidades ligadas a trabalhadores rurais sem
terra.
A auditoria ataca pontos de 27 convênios celebrados entre
o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o Iterra (Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da
Reforma Agrária) entre 1998 e 2005, no valor total de R$ 9,4 milhões, para formação
de trabalhadores rurais.
O Iterra é sediado no Rio Grande
do Sul e tem como fundadores a Anca (Associação Nacional de Cooperação
Agrícola) e a Concrab (Confederação das Cooperativas
de Reforma Agrária do Brasil), entidades relacionadas ao MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo os auditores, a principal irregularidade é gerada
por atrasos no repasse de recursos,
responsabilidade do Incra. Com isso, o Iterra cumpriu
os objetivos do convênio e só depois emitir os comprovantes de recebimento, o
que teria gerado descompasso e irregularidades na comprovação de despesas
estimadas em R$ 3 milhões.
"Identificou-se o sistemático descumprimento, pelo
repassador, do cronograma de desembolso estabelecido nos termos de convênio,
ocasionando um descompasso entre a execução física e a execução financeira. Em
razão disso, a comprovação de despesas é realizada (...) em valores
significativamente superiores aos custos efetivamente incorridos", diz a
auditoria (Cfr. Folha de S. Paulo, 14-10-05).
Juntamente com o INCRA, as associações de fachada do MST –
Anca e Concrab – estariam implicadas nesse desvio de
dinheiro público. O que não é nada de estranhar!
A coisa é tal, que os líderes do MST preferiram nem sequer
comentar o assunto. Para o MST, só a Anca poderia se manifestar sobre a
conclusão do TCU a respeito dos convênios firmados com a entidade e o Iterra. Porém, representantes da Anca não foram localizados
para comentar o assunto! (idem, ibidem).