Socialismo fracassa entre índios e assentados


16/11/2006


Êxito em Mato Grosso do Sul: índios estabelecem parceria com pecuaristas vizinhos da Reserva Bodoquena
Índios resistem ao coletivismo — As terras das reservas indígenas pertencem à União, e portanto não podem — segundo a lei — ser vendidas, alugadas ou arrendadas. Na realidade, porém, cada vez mais as terras das reservas são arrendadas pelos próprios índios, como se fossem propriedade particular. No Mato Grosso do Sul, os caiovás arrendam 2 mil dos 3.550 hectares da Reserva de Dourados. Na Paraíba, os potiguaras arrendam para usinas de açúcar. No Rio Grande do Sul, na Terra Indígena Ligeiro, com 4.500 hectares, o cacique e um grupo ligado a ele vinham pressionando as 300 famílias indígenas do lugar a ceder suas terras em troca de pequenos pagamentos, como cestas básicas, e depois as arrendavam para plantio de soja. Os produtores rurais afirmam que o arrendamento ajuda os índios a s obreviver e facilita a convivência com os brancos (“O Estado de S. Paulo, 17 e 19-9-06). É tão antinatural a prática de manter os índios confinados em reservas –– com propriedade coletiva e sem contato com os brancos, para que prolonguem os costumes bárbaros de seus ancestrais –– que ela não se sustenta. Os índios são os primeiros a resistir a essa pressão.

Índios em parceria — Outro sistema encontrado pelos índios para sobreviver nas reservas é a parceria. Os índios cadiuéus da Reserva Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, cuidam do gado dos fazendeiros vizinhos e ficam com metade dos bezerros que nascerem em suas terras. Os fazendeiros garantem assistência técnica e fiscalizam o trabalho dos índios, que se transformam assim em pequenos pecuaristas. “Queremos mostrar que o índio é trabalhador e sabe coisas”, diz o presidente da associação indígena, Ambrósio Silva. É um bom negócio para os dois lados. A reserva, na divisa com o Paraguai, tem 350 mil hectares e foi doada aos cadiuéus pelo Império, como recompensa pela sua participação na Guerra do Paraguai. Os parecis, na Reserva de Formoso, têm quase 500 mil hectares e separam uma parte para a produção agrícola, feita em parceria com os produtores de soja da região. Já aprenderam a lidar com o trator e a melhorar o solo.

Fracasso no maior assentamento — Maior assentamento rural do País, a Fazenda Itamaraty, com 50 mil hectares — antiga propriedade de Olacyr de Moraes, a 45 km de Ponta Porã (MS) — reflete a tragédia da Reforma Agrária. Milhares de famílias, subjugadas por líderes do MST, CUT e Fetagri, sofrem com a situação criada. Nada funciona sem a comissão do chefe. Sendo tudo irregular, a propina corre solta.

O plano de desenvolvimento do assentamento baseou-se na ideologia da libertação. Invasores de terras partiram para o "diagnóstico participativo". Ex-bóias-frias e desempregados urbanos são chamados a decidir sobre a exploração agropecuária. Conforme auto-elogio do documento oficial, esses elementos constroem juntos o conhecimento. Sob a compulsão das idéias socialistas que inspiram a Reforma Agrária, implantam-se áreas comunitárias e trabalho coletivo.

Passados quatro anos, quem visita o Assentamento Itamaraty constata que os níveis de produção são baixíssimos, e a qualidade de vida sofrível. Campeiam a prostituição e a corrupção. Lotes são vendidos descaradamente.

O frágil e ilusório sucesso do Assentamento Itamaraty depende do fato de que as áreas de exploração, supostamente coletivas, encontram-se cedidas a produtores da região. Soja, milho, algodão e mamona saem da Itamaraty como se gerados fossem pelo assentamento. Nessa ilusão produtiva, a pecuária também encontra seu nicho. Por R$ 7/cabeça/mês alugam-se pastagens de capim braquiária. Há corrupção financeira. A renda é paga diretamente ao chefe do grupo, que a reparte entre os apadrinhados. O socialismo agrário transforma-se em grossa picaretagem (cfr. Xico Graziano, in “O Estado de S. Paulo”, 12-9-06).

Veja:
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