Como nasceu a providencial obra Revolução e Contra-Revolução


14/10/2009

Caio Vidigal Xavier da Silveira

Prolegômenos de um ensaio que seria uma obra-mestra


A redação de Revolução e Contra-Revolução está ligada às viagens que Dr. Plinio fez à Europa em 1950 e 1952. Durante essas curtas estadias, encontrou movimentos e intelectuais, o que havia de mais contra-revolucionário daquele lado do Atlântico.
Destas constatações nasceu em Dr. Plinio a idéia de fundar a revista Catolicismo, que posteriormente ele se apressou em remeter a todas as pessoas que visitara durante suas viagens. Como fruto desse intercâmbio, em fins de 1958 chegou-lhe um convite para escrever um artigo sobre seu pensamento para uma revista européia.

Pôs-se então ao trabalho, como teria feito para redigir um artigo de segunda importância, do qual não esperava grande resultado. Mas à medida que escrevia, sentia uma ajuda particular da graça: as idéias vinham-lhe facilmente ao espírito, grandes panoramas se descortinavam a seus olhos, a pena corria agilmente.

Lembro-me perfeitamente de ter encontrado Dr. Plinio chegando à sede de nosso pequeno grupo (naquela época, situado à rua Vieira de Carvalho, em São Paulo), e percebi que ele estava particularmente contente. Como eu tinha conhecimento do artigo que ele estava redigindo, percebi que tal contentamento era devido ao resultado do trabalho, e que algo especial se passava.

Alguns dias depois, vi que ele estava radiante. Nesse momento, comunicou-me que o artigo ultrapassava, de longe, o tamanho solicitado, e já atingia as proporções de um livro. Acrescentou: “Escreverei um outro artigo para enviar aos nossos amigos europeus”.

Duas ou três semanas depois, ele estava transbordando de contentamento. Nos 40 anos que se seguiram até sua morte, não me lembro de tê-lo visto novamente com tanta alegria. Era um acontecimento! Apesar de sereno como de costume, ele exultava. Nessa ocasião, exprimiu-me a idéia de que estava particularmente feliz de ter podido enunciar a síntese última de seu pensamento a respeito do assunto Revolução e Contra-Revolução. Com efeito, algumas semanas depois o ensaio estava pronto, e Dr. Plinio partia para Santos com o saudoso Dr. José Carlos Castilho de Andrade, para fazer a revisão do livro.

“Uma obra profética no melhor sentido da palavra”


A mediação universal e onipotente da Mãe de Deus é a maior razão de esperança dos contra-revolucionários. E em Fátima Ela já lhes deu a certeza da vitória.
Por um providencial acúmulo de circunstâncias, o que foi concebido por ocasião do centésimo número de Catolicismo foi mais do que um simples “cartão de visita” para os europeus. Na verdade foi um monumento do pensamento católico que saía a lume, justamente pouco antes da fundação em São Paulo da primeira TFP, para servir de “livro de cabeceira” à sua coorte de discípulos e simpatizantes no mundo todo.

Se pensarmos no futuro, estou certo de que a R-CRservirá de livro de referência a todos os contra-revolucionários até o fim dos tempos, e de base intelectual da Cristandade restaurada que nascerá após os castigos anunciados em Fátima.

Fazendo minhas as palavras do falecido Padre Anastácio Gutiérrez, CMF, ilustre canonista e professor das melhores universidades romanas, concluo dizendo que Revolução e Contra-Revolução “é uma obra magistral, cujos ensinamentos deveriam ser difundidos até fazê-los penetrar na consciência de todos os que se sintam verdadeiramente católicos, eu diria mais, de todos os homens de boa vontade. Nela, estes últimos aprenderiam que a única salvação está em Jesus Cristo e na sua Igreja, e os primeiros se sentiriam confirmados e robustecidos em sua fé, prevenidos e imunizados psicologicamente e espiritualmente contra um processo astuto que se serve de muitos deles como idiotas-úteis companheiros de viagem. [...] Em suma, ousaria dizer que se trata de uma obra profética no melhor sentido do termo; mais ainda, seu conteúdo deveria ensinar-se nos centros superiores da Igreja, para que ao menos as classes de elite tomem consciência clara de uma realidade esmagadora, da qual — creio — não se tem nítida consciência. Isso, entre outras coisas, contribuiria para revelar e desmascarar os idiotas-úteis companheiros de viagem, entre os quais se encontram muitos eclesiásticos que fazem, de um modo suicida, o jogo do inimigo: esse setor de idiotas aliados da Revolução desapareceria em boa medida”

*       *       *

Com essas considerações, espero que os leitores de Catolicismo sintam-se estimulados a obter na R-CR um conhecimento mais aprofundado da Revolução, e também que tais considerações os auxiliem a ter um maior empenho e dedicação à luta contra-revolucionária. Assim, a Revolução gnóstica e igualitária, que visa destruir a Igreja e os restos de Cristandade que ainda sobrevivem nos dias atuais, será liquidada mais brevemente em todo mundo, e isso antecipará a aurora do Reino do Imaculado Coração de Maria.

Síntese de
Revolução e Contra-Revolução

Em Catolicismo,os termos “Revolução” e “Contra-Revolução” são sempre empregados segundo o conceito exposto magistralmente por Plinio Corrêa de Oliveira em Revolução e Contra-Revolução. A seguir, um resumo dessa obra.

O autor designa como “Revolução gnóstica e igualitária” o movimento que vem destruindo a Cristandade desde o declínio da Idade Média — época em que o ideal católico de sociedade mais se aproximou de sua realização.

“Gnóstica”, porque nega a Deus como um Ser pessoal, legislador (que estabeleceu o Decálogo) e transcendente a toda a Criação, origem e fim último do homem. Portanto, um Deus a Quem devemos obedecer, servir e amar.

“Igualitária”, porque promove a revolta contra as desigualdades harmônicas que o próprio Deus estabeleceu amorosamente entre todos os seres criados.

A Parte I da obra discorre sobre as três grandes Revoluções:

- Pseudo-Reforma protestante (século XVI)

- Revolução Francesa (século XVIII)

- Revolução Comunista (século XX).

Na Parte II, trata da Contra-Revolução como sendo a reação organizada para se opor à Revolução e restaurar a Cristandade.

Na Parte III, descreve o nascimento da IV Revolução — a Revolução Cultural, que procura implantar uma sociedade tribal e anárquica — e acena para o surgimento de uma V Revolução, na qual se percebe a entrada do satanismo.

A partir de Gorbachev, da espetacular queda do Muro de Berlim em 1989, e da Cortina de Ferro em 1991, o autor desmascara a metamorfose comunista, que consistiu em ostentar uma cara risonha para enganar o Ocidente e disseminar seus erros. A tática dos comunistas com a política denominada de Perestroika e Glasnost, fazia crer que o comunismo estava morto, para assim desmobilizar o anticomunismo.

Ainda na Parte III, discorre sobre o papel do Concílio Vaticano II e da política vaticana conhecida como Ostpolitik — atuação que procurava estender a mão ao regime comunista.

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Veja:
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/

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