Assumindo uma posição com base em princípios, não em pessoas
Redigindo esta declaração, não temos a intenção de difamar ou menosprezar ninguém. Não somos movidos pelo ódio pessoal contra nenhum indivíduo. Opondo-nos doutrinariamente a pessoas ou organizações que promovem a agenda homossexual, nosso único objetivo é a defesa do casamento tradicional, da família e dos preciosos restos da Civilização Cristã.
Como católicos praticantes, nosso espírito é movido por uma integral compaixão, e rezamos por aqueles que lutam contra a tentação implacável e violenta do pecado de homossexualismo. Rezamos por aqueles que caem nesse pecado em decorrência da fraqueza humana, a fim de que Deus possa assisti-los com sua graça.
Somos cônscios da enorme diferença entre as pessoas que lutam contra sua fraqueza e procuram sobrepujá-la, e outros que transformam seus pecados em motivo de orgulho, querendo impor seu modo de vida à sociedade como um todo, em flagrante oposição à moralidade cristã tradicional e à Lei natural.
Contudo, rezamos também por estes.
Rezamos ainda pelos juízes, legisladores e funcionários do governo que, de um modo ou de outro, tomam atitudes favorecedoras do homossexualismo e do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. Não julgamos suas intenções, disposições interiores ou motivações pessoais.
Rejeitamos e condenamos qualquer violência. Exercemos simplesmente nossa liberdade de filhos de Deus (Cfr. Rom. 8, 21), e nossos direitos constitucionais de liberdade de expressão e de proclamar, de modo sincero e desassombrado, nossa fé católica. Opomos argumentos contra argumentos. Aos argumentos a favor do homossexualismo e do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, respondemos com argumentos baseados na reta razão, na Lei natural e na Revelação divina.
Em declaração polêmica como esta, é possível que uma ou outra formulação possa ser interpretada como excessiva ou irônica. Tal não é nossa intenção.
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B. A doutrina moral perene e imutável da Igreja Católica condena a prática homossexual
Para um católico, o que está em foco não poderia ser mais importante, uma vez que nada é mais precioso do que a fé. Assim, é útil relembrar o ensinamento perene da Igreja Católica, de modo a não restar nenhuma dúvida sobre a imoralidade intrínseca dos atos homossexuais. Este ensinamento da Igreja é imutável, pois que se baseia na imutável Revelação divina e na inalterável natureza humana.
À vista da incessante propaganda do movimento homossexual, dos procedimentos jurídicos e das medidas legislativas favorecedoras da prática do homossexualismo, o Magistério da Igreja vem sendo repetidamente obrigado a lembrar aos fiéis a doutrina moral perene, segundo a qual os atos homossexuais são “intrinsecamente maus”.
As mais importantes dessas reafirmações doutrinárias a respeito do assunto encontram-se nos seguintes documentos:
1) “Persona Humana – Declaração sobre certas questões relativas a éticas sexuais”
Em 29 de dezembro de 1975, em meio ao generalizado abandono da moral cristã causado pela revolução sexual, a Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé publicou “Persona Humana – Declaração sobre certas questões relativas a éticas sexuais”.
Em relação ao homossexualismo, o documento rejeita a conclusão de alguns, no sentido de que um relacionamento homossexual estável seria análogo ao casamento, e poderia ser justificado (Sec. 8).
2) Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o cuidado pastoral de pessoas homossexuais
Em 1º de outubro de 1986, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou uma Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o cuidado pastoral de pessoas homossexuais.(9) Dirigida a todos os bispos católicos do mundo, a Carta afirma que “uma pessoa engajada em procedimento homossexual age imoralmente” (Nº 7).
A Carta também afirma que aquelas pessoas afligidas pela atração em relação ao mesmo sexo “são chamadas a realizar a vontade de Deus em suas vidas, unindo ao sacrifício da Cruz do Senhor todos os sofrimentos e dificuldades pelos quais passam, em virtude de sua condição” (Nº 12).
3) A encíclica “Veritatis Splendor”, do Papa João Paulo II
Em 1993, o Papa João Paulo II publicou sua encíclica “Veritatis Splendor”, na qual afirma:
“Ao ensinar a existência de atos intrinsecamente maus, a Igreja cinge-se à doutrina da Sagrada Escritura. O apóstolo Paulo afirma categoricamente: ‘Não vos enganeis: Nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem maldizentes, nem os que se dão à embriaguez, nem salteadores possuirão o Reino de Deus’ (1 Cor. 6, 9-10)” (Nº 81).
4) Catecismo da Igreja Católica
Em 1994, a Santa Sé publicou o Catecismo da Igreja Católica,(10) o qual reafirmou a doutrina expressa em documentos precedentes. O Catecismo ensina claramente que os atos homossexuais são antinaturais, estando entre os “pecados gravemente contrários à castidade” (Nº 2396).
5) Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais
Em 2003, a Santa Sé lançou ainda outro documento recordando a doutrina católica sobre moral sexual, condenando as propostas de legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo e as chamadas “uniões civis”.
Publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé em 31 de julho de 2003, o documento Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais foi assinado pelo então prefeito da Congregação, Cardeal Joseph Ratzinger, atualmente Papa Bento XVI.(11)
Baseado no princípio de que o casamento pressupõe “a complementaridade dos sexos”, o documento expõe: “O matrimônio não é uma união qualquer entre pessoas humanas. Foi fundado pelo Criador, com sua natureza, propriedades essenciais e finalidades” (Nº 2).
Portanto, Considerações conclui:
Não existe nenhum fundamento para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimônio e a família. O matrimônio é santo, ao passo que as relações homossexuais estão em contraste com a lei moral natural. Os atos homossexuais, de fato, ‘fecham o ato sexual ao dom da vida. Não são fruto de uma verdadeira complementaridade afetiva e sexual. Não se podem, de maneira nenhuma, aprovar’.
Na Sagrada Escritura, as relações homossexuais ‘são condenadas como graves depravações... (cf. Rm 1, 24-27; 1 Cor 6, 10; 1 Tm 1, 10).... Idêntico juízo moral se encontra em muitos escritores eclesiásticos dos primeiros séculos, e foi unanimemente aceita pela Tradição católica. (Nº 4).
Chamamos a especial atenção do leitor para esta citação. A Santa Sé ensina que não há nenhuma analogia entre as uniões homossexuais e o plano de Deus para o casamento. Nossos tribunais legalizam o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo baseados nesta analogia inexistente. |