TRIBALISMO INDÍGENA 30 anos depois
08/03/2009
Nelson Ramos Barretto
A cobiça internacional sobre a Amazônia
Quase tão velho quanto o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral é a cobiça estrangeira pela Amazônia. Esta imensa parte do território brasileiro, arduamente conquistado pelos nossos antepassados, precisa ser efetiva e racionalmente povoada, guardada e defendida, sobretudo contra a indisfarçável cobiça atual.
A Amazônia Legal detém a maior floresta tropical úmida do mundo, dispondo de 20% das reservas mundiais de água doce. Sua biodiversidade parece incomensurável. Lá se encontram o maior banco genético e a mais vasta província mineralógica planetária, a qual contém, entre outras, abundantes jazidas de ouro, cassiterita e minérios estratégicos de terceira geração, como o urânio, o titânio e o nióbio.
Algumas declarações preocupantes aparecem no Relatório da Comissão da Câmara dos Deputados de 2004:
Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, em 1989: “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós”.
François Mitterrand, ex-presidente da França, em 1989: “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”.
Mikhail Gorbachev, ex-presidente da Rússia, em 1992: “O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes”.
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John Major, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, em 1992: “As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas ecologistas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início a uma fase operativa, que pode, definitivamente, ensejar intervenções militares diretas sobre a região”.
Os costumes “puros” dos antigos indígenas
Desde o século XVIII, com Rousseau e sua teoria do “bom selvagem”, foi-se criando na mente daqueles que não conhecem de perto a vida dos índios uma idéia idílica sobre eles: pessoas sadias e com vida paradisíaca, sem egoísmos e outros vícios próprios das pessoas civilizadas. Seriam os silvícolas homens de sentimentos elevados, inocentes, bravos e leais, superando mesmo o tipo humano do cavaleiro medieval. Talvez nem carregassem o peso do pecado original, herança dos filhos de Adão...
Na realidade, bem diferentes foram os habitantes encontrados aqui na América pelos descobridores e desbravadores. A História registra que não foram pequenas as dificuldades enfrentadas pelos abnegados missionários, muitos deles santos. Tiveram de convencer os naturais da terra a adotar rudimentos de higiene; a abandonar a poligamia, a prática do infanticídio, a promiscuidade sexual, o costume de atacar outras tribos com o fim de capturar pessoas para fins antropofágicos; a deixar de roubar os bens alheios, incutindo-lhes as noções sobre o direito de propriedade.
Mães devoravam seus filhos; mulheres, seus esposos
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Devido à completa amoralidade e promiscuidade sexual em que se encontravam os guaranis, era permitido aos prisioneiros, enquanto eram engordados para ser comidos, ter relações com as mulheres da aldeia. Os filhos nascidos dessas uniões, chamados “cunhambiras”, eram destinados a ser devorados quando alcançassem certo desenvolvimento. Eram sacrificados então “na presença do pai, que também era morto no mesmo dia. A mãe era a primeira a consumir a carne da vítima!”.
O ritual do massacre durava cinco dias de cerimônias, danças e bebedeiras. Apenas assestado o golpe mortal na infeliz vítima, “velhas mulheres precipitavam-se para recolher-lhe o sangue e os miolos num pote; o sangue era então bebido ainda quente”. Se o morto tinha mulher, esta “era a primeira a saborear a carne do esposo”.
A mulher reduzida à condição animal
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Essa situação inumana era muito pior para as mulheres, como ressalta o historiador Cesar Cantù: “A mulher, em toda a parte, é escrava, considerada como uma propriedade. [...] O costume de fazer aborto, o de abandonar ou tirar a vida aos recém-nascidos do sexo feminino, são comuns a muitas nações [indígenas]”.(1)
O mesmo afirma outro historiador: “Nesses povos, a mulher ocupava um lugar quase intermediário entre o ser humano e a besta de carga. Entre os índios, as mulheres eram vendidas, doadas ou trocadas com a maior naturalidade”.(2)
Incontáveis vezes tiveram os desbravadores e missionários que se defender dos ataques ferozes dos índios. Até a bárbara prática do infanticídio era comum em diversas tribos. E ainda hoje, entre os índios menos aculturados, persistem muitas dessas práticas criminosas.
Apesar disso, foi surgindo na Igreja, especialmente após o Concílio Vaticano II, uma corrente missionária que prega o oposto do que ensinaram o bem-aventurado Padre Anchieta e seus virtuosos confrades. Tal corrente de missionários progressistas chega a defender a tese de que os índios não devem ser catequizados. Pelo contrário, nós é que devemos aprender com eles.
Em face dessa trágica situação em que se encontra o País, peçamos a intervenção de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, para afastar todos esses males. E assim, sob a proteção maternal da Virgem Imaculada, nossa pátria possa cumprir sua providencial missão histórica.
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Notas:
1. César Cantú, História Universal, ampliada na parte relativa a Portugal e ao Brasil por Antonio Eanes, Empresa literária Fluminense, Rio de Janeiro, vol. XII, pp. 334, 335.
2. Irala, Buenos Aires, 1939, p. 350, apud Sierra, El Sentido Misional, p. 207.
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Veja:
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