Católicos norte-americanos reagem à escandalosa homenagem a Obama


03/07/2009

Roger Luis Vargas

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Tal reação ocorreu devido à concessão do título de Doutor Honoris Causa ao presidente pró-aborto Barack Obama pela universidade de Notre Dame, por ocasião da formatura da turma 2008-2009

No dia 17 de maio último, o presidente norte-americano Barack Obama foi o convidado de honra na Universidade de Notre Dame, no estado de Indiana, para a formatura dos graduandos da turma 2008-2009.

Para se compreender a gravidade de tal fato é necessário, ainda que de modo sucinto, conhecer alguns aspectos da realidade americana em dois pontos principais: a) o cenário católico norte-americano quanto à moral; b) o significado da eleição de Obama em relação a essa moral.

Segundo o Centro Nacional de Estatísticas para a Educação (IES), há 4.146 campus universitários e faculdades nos Estados Unidos, dos quais 211 são católicos. Dentre estas, as que se destacam, com o respectivo total de alunos, são as seguintes: Georgetown University, em Washington, 6.269; Fordham University, na cidade de Nova York, 10.750; Saint Louis University, em Saint Louis, 8.500; University of Detroit, em Detroit, 10.957; Boston College, em Boston, 8.500; Wisconsin's Marquette University, em Milwaukee, 10.300; Notre Dame University, em South Bend, 11.733.

A Universidade de Notre Dame foi fundada pelo Pe. Edward Sorin, em 26 de novembro de 1842.

Uma ampla crise nos meios de ensino católicos

Para determinar o tamanho da crise moral que afeta as instituições de alto ensino católicas nos Estados Unidos, voluntários da TFP americana examinaram os sites das 211 universidades e faculdades católicas. Constataram com assombro que 45% delas abrigam clubes pró-homossexuais em suas próprias páginas. Muitos desses clubes financiam eventos que promovem a agenda radical do movimento homossexual.

Levando em conta esse aspecto da questão, não era de estranhar que o Pe. John I. Jenkins (foto logo abaixo), reitor da Universidade de Notre Dame, tentasse em seu discurso de abertura da sessão justificar o convite e a concessão do título Honoris Causa ao presidente pró-aborto Barack Obama. Procurou o sacerdote em sua exposição amortecer as consciências e pregar o diálogo, apontando-o como a maneira de combater o maior mal de nossa época, que segundo ele é a divisão.

Senador Obama: defensor convicto do aborto


Pe. John I. Jenkins, reitor da Universidade de Notre Dame

Tentava assim o Pe. Jenkins desviar o ponto principal da discussão: Obama é “o maior presidente pró-aborto da história americana”, como o qualificou o arcebispo Raymond Burke, atual prefeito da Signatura Apostólica da Santa Sé.

O site americano LifeSiteNews publicou matéria em 8 de maio com uma séria análise dos primeiros 100 dias do governo Obama, na qual discorreu sobre o fato de o presidente do país ter sido ativamente pró-aborto e pró-homossexualismo. Já no início de sua carreira política como senador, afirmou ao principal grupo pró-aborto dos Estados Unidos, a Planned Parenthood, considerar a liberdade de escolha um “assunto fundamental”, a respeito do qual ele não ficaria indiferente.

Em 2002, votou no estado de Illinois contra uma lei que daria proteção a fetos mal abortados fazendo com que fossem clinicamente tratados.

Em 2004, considerou o Ato de Defesa do Casamento como uma “aberração da lei”, e acrescentou: “Repelir o ADC é essencial. [...] Saibam que eu fiz oposição ao ADC em 1996. Ele deveria ter sido rejeitado, e eu votarei por sua rejeição no Senado. Também me oporei a qualquer projeto de lei ou emenda da Constituição para impedir homossexuais e lésbicas de se casarem”.

Em outubro de 2007, votou no senado americano contra a proibição do aborto por nascimento parcial.

Os 100 primeiros dias do governo Obama

Obama prestou seu juramento como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro último. A seguir, a lista dos principais atos iniciais do novo presidente:

21 de janeiro: A webpage da Casa Branca foi atualizada. Sob o título Direitos civis, propôs mudanças para os ativistas homossexuais e transexuais no que se refere a: “casamento” do mesmo sexo; repulsa do Ato de Defesa do Casamento; repulsa da política de ‘não pergunte, não diga’, nas forças armadas; acréscimo do ‘crime de ódio’ na legislação, garantindo direitos iguais aos homossexuais, ‘transgêneros’ e travestis; acréscimo do Ato de Não Discriminação ao Emprego e promoção de adoção para homossexuais.

22 de janeiro: A Câmara dos Representantes rejeitou a Nota de Estímulo, na seção 5004, que incentivaria as famílias a terem filhos, em oposição aos 87 bilhões de dólares concedidos aos grupos de planificação familiar (os Estados Unidos até então gastavam 400 milhões de dólares em outros países na aplicação da planificação familiar). Também nesse dia foi aprovado um guia para teste com células-tronco embrionárias pelo FDA (órgão americano controlador do consumo de drogas e medicamentos). Obama fez uma declaração por escrito, concedendo apoio ao “direito de escolha” da mulher.

23 de janeiro: Obama reverteu, por ordem executiva, a Política da Cidade do México, pleiteada por presidentes anteriores, que proibia a concessão de fundos ao aborto e a grupos pró-aborto fora das fronteiras americanas. Na ocasião, acrescentou: “Além disso, desejo trabalhar com o Congresso para restaurar o apoio ao Fundo Populacional da ONU (esse fundo havia sido bloqueado em 2002, quando as investigações do Departamento de Estado provaram o apoio dado pelo Fundo à infame política abortista da China, de “uma criança por família”).

25 de janeiro: Nancy Pelosy, presidente da Câmara dos representantes, declarou que a contracepção é agora de responsabilidade da economia americana.

27 de janeiro: Uma comissão do Congresso debateu um projeto de lei que, se aprovado, sobrepõe a “liberdade de escolha” à “liberdade de consciência médica” em relação ao aborto. Susan Rice, a nova embaixadora de Obama na ONU, oficializou seu apoio ao CEDAW, órgão da ONU contrário à chamada “discriminação da mulher”. Tal órgão faz pressão em 93 países para que legalizem o aborto.

Devido à brevidade de espaço, não é possível expor com detalhes, até o mês de março, todos os atos presidenciais, como também a reação diante de tamanha investida contra os direitos da família.

Basta acrescentar que, nos primeiros 50 dias, Obama selecionou como membros de sua administração uma lista enorme de parlamentares publicamente conhecidos por suas idéias liberais e de defesa das agendas pró-aborto e pró-homossexualidade.

Por tais fatos, entende-se quão acirrada foi e continua sendo a luta nos Estados Unidos contra essa nova investida dos liberais de esquerda contra a moral e os bons costumes.

Torna-se assim claro o motivo pelo qual os verdadeiros católicos, conscientes de seus princípios e de sua dignidade, não poderiam aceitar a visita de Obama a uma das mais importantes universidades católicas dos Estados Unidos.

Catolicismo considera de suma importância tratar desse tema, apresentando a seus leitores alguns dos seus aspectos essenciais. Nesse sentido, transcrevemos oportuno artigo do Sr. John Ritchie, encarregado da Ação Estudantil Universitária da TFP americana, publicado no site da entidade.

Veja:
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?

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