Marcha contra o aborto e o PNDH-3


10/05/2010

Paulo Roberto Campos

Na capital paulista, a marcha percorreu diversas ruas centrais e dirigiu-se à Praça da Sé, onde vários oradores fizeram conclamações à multidão

 

Organizada pelo Comitê Estadual do Movimento Nacional em Defesa da Vida - Brasil sem Aborto (São Paulo), no dia 20 de abril a 4ª Marcha em Defesa da Vida reuniu aproximadamente 8 mil manifestantes. A partir da Câmara Municipal, percorreu várias ruas até a Praça da Sé, local da concentraçao e onde estava montado o palanque.

 

Durante o percurso, os anti-abortistas fizeram desfilar grande número de faixas e cartazes contra o aborto (fotos) e bradaram slogans como este: "Homens de Brasília / Prestem atenção! / Quem libera o aborto / O meu voto não tem não!". Muitos dos manifestantes usavam camisetas com dizeres anti-aborto (fotos).

 

 

 

Na Praça da Sé, o ato público foi aberto pela Dra. Marília de Castro (foto ao lado), coordenadora estadual do movimento. Diversos líderes anti-abortistas revezaram-se no palanque, conclamando os presentes à luta contra a implantação do aborto no Brasil. Além de alertar para o perigo da aprovação do projeto de lei nº 1.135/91 (que permite o aborto até mesmo no 9º mês), muitos oradores focalizaram a questão do direito humano fundamental (o direito à vida), numa clara alusão ao Decreto 7037/2009, assinado pelo presidente Lula e seus ministros no dia 21 de dezembro último -- o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).

 

Nesse "pacote" disforme, repleto de normas desumanas, o governo procura abater uma série de valores morais, disfarçando sua ação deletéria sob o rótulo de direitos humanos: desagrega a instituição familiar (por exemplo, instituindo o "casamento" homossexual e defendendo a prostituição); golpeia a fundo o direito de propriedade; proíbe o direito de ostentar símbolos religiosos em estabelecimentos públicos, etc. Direitos humanos são nele negados a apenas um ser humano: o nascituro. Este, segundo os signatários do decreto, não tem sequer o direito de nascer, podendo ser arrancado do ventre materno e jogado no saco de lixo. Na foto abaixo, a faixa do movimento Nascer é um Direito -- uma campanha da Associação dos Fundadores -- vincula diretamente o PNDH-3 ao aborto.

Nem o forte calor daquele último dia de verão afugentou os manifestantes anti-abortistas, que permaneceram até o fim do ato para não deixar de ouvir nenhum dos oradores. O último deles foi Raymond de Souza (foto ao lado), diretor da Human Life International para países de língua portuguesa, que veio dos Estados Unidos especialmente para participar da marcha. Ele afirmou que, por ocasião do encontro do presidente Lula com o presidente Obama, pactos foram firmados, não para defender a família -- o que seria apropriado a chefes de Estado -- mas para implementar o aborto em países do terceiro mundo. O mesmo fez a Secretária de Estado americano, Sra. Hillary Clinton, quando de sua recente viagem ao Brasil, tratando do "controle da natalidade" nesses países.

 

O Sr. Raymond de Souza dirigiu contundente mensagem a Lula: "Senhor Presidente, o governo existe para proteger o bem comum, para proteger a vida de todos os cidadãos, e não para assassiná-los por meio do aborto". E terminou bradando com toda a multidão ali presente: "Um, dois, três, / quatro, cinco, mil, / pra salvar nossas crianças, nós paramos o Brasil!"

Veja:
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