Recentes atividades da TFP austríaca


08/02/2011

Carlos Eduardo Schaffer
Correspondente – Áustria

Viena — Nesta última década a Europa vem sendo varrida por uma onda crescente de ataques à Igreja e aos valores da civilização cristã. Muitos deles provêm da União Européia e do Conselho da Europa, dois organismos que promovem sistematicamente a agenda dos grupos pró-aborto e favoráveis ao “casamento” homossexual, além de apoiar políticas de imigração indiscriminada, de modo especial a muçulmana, sendo que muitos de seus principais líderes têm o desejo explícito de tornar a Europa um continente islâmico. As comunidades muçulmanas vêm sofrendo crescente rejeição na Áustria, e a Fundamental Rights Agency (Agência para Direitos Fundamentais, da União Européia), sediada em Viena, tem como um de seus principais objetivos protegê-las.

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Na última assembléia geral do Conselho da Europa, em 22 de outubro, Christine McCafferty, deputada socialista pela Inglaterra, apresentou proposta visando limitar o direito à objeção de consciência por parte de pessoas e entidades prestadoras de serviços de saúde (médicos, enfermeiras, etc). Argumentou que a crescente oposição ao aborto estava tornando difícil encontrar na Europa hospitais, médicos e enfermeiras dispostos a praticá-lo. A proposta abrangia não só o aborto, mas também outras práticas proibidas pela moral católica, como eutanásia, operações visando a limitação da natalidade, etc.

Ante esse projeto recusável sob todos os pontos de vista, a Sociedade Austríaca de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) organizou através da internet uma campanha pela qual se pedia aos deputados dos diversos países-membros que votassem contra a proposta da deputada socialista. Correspondentes e aderentes da TFP enviaram mais de 63.000 e-mails. Outras organizações — Aliance pour Le Droit de La Vie, da França, e HazteOir, da Espanha — agiram no mesmo sentido. O efeito foi perceptível: alguns deputados conservadores propuseram diversas modificações, que acabaram transformando o texto original numa defesa do direito à objeção de consciência. A própria McCafferty teve de votar contra a resolução da qual era a relatora...

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No âmbito da União Européia, a TFP austríaca liderou o protesto lançado por seus correspondentes da Áustria e da Alemanha, em 1º de dezembro. Dirigido ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, ao comissário da Áustria, Johannes Hahn, e a diversos outros membros da mencionada comissão, o alvo do protesto foram as declarações da comissária do Luxemburgo, Viviane Reding, responsável pelo setor Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, que afirmara em debate no plenário do Parlamento Europeu, em 7 de setembro de 2010: “O que não queremos [na União Européia] são populações que se opõem ao casamento homossexual. [...] Temos que avançar passo a passo. Devemos sobretudo, com base em nossas diretrizes, levar os Estados-membros a aceitar estas regras. [...] Se não houver entendimento, medidas mais duras devem ser aplicadas”.

Em poucos dias foram enviados mais de 7.000 e-mails de protesto, dando assim à Comissão Européia um sinal bem claro de que a Áustria e a Alemanha rejeitam o chamado “casamento” homossexual, como também a maneira ditatorial com que a comissão quer conduzir a Europa.

A reação não se fez esperar. No dia seguinte ao início da campanha, Benno Hofschulte, presidente da TFP austríaca, recebeu do gabinete de Viviane Reding uma carta nos seguintes termos: “Permita-nos esclarecer de maneira inequívoca o seguinte: a Comissão Européia não tem a intenção de propor regras em nível europeu que, em matéria de direito da família, agridam os Estados-membros ou que venham a modificar neles a definição de família em vigor”.

Isto mostra que, quando os eleitores exprimem seu descontentamento em relação a certas atitudes dos políticos, estes podem ver-se obrigados a tomar posições até mesmo contrárias às suas inclinações. Mas se debilitarmos nossa vigilância, eles voltarão a promover suas posições anti-católicas.

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Outra atividade também importante foi o protesto contra uma exposição blasfema e ignóbil, que o “artista” australiano Mark Rossel organizou entre os dias 3 e 25 de novembro no palácio do governo da Baixa Áustria, em Sankt Pölten. A principal peça exposta era abominável: uma imagem em tamanho natural representando a Santíssima Virgem coberta por um plástico com a forma de um preservativo gigante, lambuzado por um líquido viscoso. O autor explicou que a obra representava suas fantasias pubertárias.

Mais de 700 e-mails de protesto foram enviados ao Dr. Erwin Pröll, governador da Baixa Áustria, pedindo o fechamento da exposição, tão ofensiva a Nossa Senhora e aos sentimentos religiosos do povo austríaco. O caso teve grande repercussão na imprensa. Dois partidos políticos conservadores — o Partido da Liberdade Austríaco (FPÖ) e o Partido Cristão da Áustria (CPÖ) — iniciaram processo contra o governador, baseados em um artigo da Constituição que proíbe difamação das religiões reconhecidas pelo Estado. Embora tenha permanecido aberta até o término previsto, o governador se viu obrigado a afirmar, em carta dirigida aos promotores do protesto, que não estava de acordo com a exposição daquele objeto, mas que o departamento cultural do governo tinha autonomia. Essa desculpa esfarrapada foi fortemente criticada.

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No dia 10 de dezembro, quando se comemora a Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1948, a TFP austríaca colaborou na organização de uma manifestação pública no centro de Viena para lembrar a perseguição contra os cristãos, em curso no mundo inteiro, tanto nos países comunistas como de modo especial nos muçulmanos. São 200 milhões de cristãos que vivem constantemente em risco. A manifestação visava uma mobilização geral contra a perseguição religiosa.

Veja:
http://www.catolicismo.com.br/

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