Na capital americana, a 38ª Marcha pela Vida


17/03/2011

Francisco José Saidl

Enquanto o movimento abortista parece perder gradativamente impulso, o movimento contrário ao aborto vai crescendo em número e entusiasmo.

Indiferentes à temperatura invernal, que oscilava em torno de 0°C, mais de 300 mil participantes desfilaram em Washington no último dia 24 de janeiro rumo à Suprema Corte, órgão responsável pela decisão judicial que descriminalizou a matança de nascituros em 1973. Desde essa data, anualmente se realiza a March for Life, em protesto contra a decisão e propugnando sua revogação.

O movimento alastra-se pela nação norte-americana. Em São Francisco (Califórnia) a marcha contra o aborto vem ocorrendo há já sete anos consecutivos, e neste ano aglutinou cerca de 45 mil californianos. A marcha deste ano em Baton Rouge, que foi a primeira, já congregou 4 mil pessoas.

A marcha de Washington teve o apoio das organizações Voglio Vivere, Droit de Naître e SOS Leben, que enviaram delegações de seus respectivos países: Itália, França e Alemanha. O Brasil também esteve representado por uma delegação chefiada pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (vide quadro abaixo).

Nas três cidades, membros da TFP americana ostentam seus estandartes rubros com o leão rompante dourado. Foi marcante na capital norte-americana a presença de uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, da campanha A América Necessita de Fátima. Jovens da Academia São Luís de Montfort, juntamente com membros da TFP americana e participantes da Fanfarra dos Santos Anjos, tocavam hinos religiosos e patrióticos próximo ao Capitólio, contribuindo para manter elevado o entusiasmo geral.

Nancy Keenan, ativista pró-aborto presidente da NARAL Pro-Choice America, impressionada com a presença de tantos jovens na marcha de 2010, declarou à revista “Newsweek”: “Eles são tantos e tão jovens!”. E o número de jovens ativistas anti-aborto continua a crescer.

* * *

Anualmente os membros da TFP distribuem aos participantes da marcha um folder abordando pontos diversos dessa luta em que estão empenhados. Neste ano, com o título Dez razões a mais para se combater o aborto, enfatizava a necessidade de se combater o aborto devido às suas conexões com o socialismo. E destacava as seguintes razões adicionais:
  1. O socialismo e o comunismo têm a mesma ideologia
  2. O socialismo viola a liberdade individual
  3. O socialismo viola a natureza humana
  4. O socialismo viola a propriedade privada
  5. O socialismo se opõe ao matrimônio tradicional
  6. O socialismo se opõe ao direito de os pais educarem seus filhos
  7. O socialismo promove radical igualdade
  8. O socialismo promove o ateísmo
  9. O socialismo promove o relativismo
  10. O socialismo despreza da Religião.

Após explicar em cada um desses itens sua relação com o aborto, conclui o documento:

“Com inabalável confiança e insistente determinação, prosseguimos nossa luta pacífica e legal contra o aborto. Temos que adicionar essas dez boas razões a outras de natureza moral, para protestar contra a matança de inocentes. Com a convicção do acerto de nossa causa, recorremos à proteção de Nossa Senhora, que em Fátima previu o advento desses erros, mas também previu o triunfo de seu Imaculado Coração”.

Por que Nossa Senhora chora? — Este foi o tema da conferência proferida pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança no dia 16 de janeiro, para um público de 900 devotos marianos na cidade de Saint Louis, que leva este nome em homenagem a um antepassado seu, o rei São Luís IX. O encontro, que contou com a presença do arcebispo local, Mons. Robert Carlson, intitulava-se “Confiar em Maria, Mãe de Cristo e da Igreja”.

Dom Bertrand explicou que a civilização cristã foi comprada pelo preço infinitamente alto do Sangue do Divino Redentor. A decadência da Cristandade é o motivo pelo qual Nossa Senhora apareceu chorando em La Salette. Pelo mesmo motivo Ela verteu lágrimas milagrosamente em Nova Orleans, através de sua imagem peregrina (a imagem presidia aquele encontro). “É óbvio que não podemos ficar indiferentes diante de tão copiosas lagrimas vertidas”, enfatizou.

Na semana seguinte o príncipe viajou para a capital americana, onde participou da Marcha pela Vida. A reportagem de Catolicismo perguntou-lhe quantas vezes já havia participado dessa marcha, e ele não soube informar com precisão, mas são mais de dez anos consecutivos.

Veja:
Revista Catolicismo

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