A realidade chinesa
08/06/2011
Marcelo Dufaur
Entre maravilhado e surpreso, um seleto público de 70 pessoas assistiu à conferência proferida pelo ex-embaixador dos Países Baixos na China, Dr. Anton Smitsendonk, transcorrida no dia 21 de fevereiro último na sede parisiense da TFP francesa.
Dr. Anton Smitsendonk |
Católico praticante, profundo conhecedor da China e detentor de vasto currículo diplomático, o Dr. Anton discorreu sobre a mentalidade do povo chinês e a realidade de ontem e de hoje naquele país. Afirmou que tudo é muito diferente do resto do Oriente: “Eu esperava encontrar um povo exótico e confrontei-me com um povo simples, que trabalhava muito por pouca coisa e que era muito paciente; que não gastava consigo próprio e guardava para as vicissitudes...”. Dirigindo-se aos presentes, disse: “Para vós, franceses, a lei é igual para todos. Isso não existe na China, pois as medidas que se tomam são pontuais; dir-se-ia que as leis são para alguns setores, não há medidas gerais para todo o mundo”.
Assegurou que o crescimento econômico chinês é realizado com enorme sacrifício do meio ambiente, para cuja salvaguarda ele estima que os alardeados 10% não deveriam ultrapassar 1%! Acrescentou que, diferentemente de qualquer outro país em desenvolvimento, ninguém na China pode analisar ou fiscalizar o que acontece. Referiu-se também aos atrozes sofrimentos dos verdadeiros católicos, que apesar de perseguidos vêm crescendo em número e fervor.
O Dr. Anton Smitsendonk é casado com a Sra. Sirin Pathbanothaí, oriunda de antigas famílias da elite tailandesa e que também esteve presente à conferência. O incrível destino pessoal dela foi apresentado em um livro largamente difundido na França — A pequena refém da China vermelha (edições Hachette) — no qual é relatado o intercâmbio que ela e seu irmãozinho maior fizeram com os filhos do líder comunista chinês Chou-en-Lai, por instâncias do Primeiro-Ministro tailandês, de quem seu pai era secretário.
Veja:
Revista Catolicismo
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