População austríaca rejeita templo budista


16/08/2012

Carlos Eduardo Schaffer
Correspondente na Áustria


Foto da simpática cidade de Gföhl

Gföhl é uma pequena e pacat cidade de quatro mil habitantes, 100 km a noroeste de Viena. Com belas casas de arquitetura tradicional em torno da igreja barroca, um pequeno castelo e bons restaurantes da cozinha local, constitui uma das portas de entrada do Waldviertel (Região da Floresta), na província de Nieder Österreich (Baixa Áustria). Ela possui tudo quanto se pode desejar para uma vida tranquila mas sem estagnação: festas locais, trajes típicos, corais e bandinhas constituem um bem nutrido programa de atividades culturais para moradores e turistas.

Tudo corria bem na cidade até outubro do ano passado, quando o prefeito e a câmara municipal aprovaram a construção, no ponto mais alto do município, do que pretendia ser o maior templo budista da Europa: uma Stupa de 37 metros de altura com convento para monges e centro de formação. O financiamento proviria em grande parte de uma austríaca pervertida ao budismo, rica proprietária de restaurantes em Viena.

Em pouco tempo a população se dividiu a respeito do projeto, para cuja inauguração estava prevista a presença do Dalai Lama. Os favoráveis argumentavam com o aumento do turismo, vantagens financeiras, diversidade de culturas, centro de orações pela “paz” no estilo budista etc. Os oponentes baseavam-se mais em argumentos religiosos e culturais: ameaça às tradições católicas mais do que milenares do país e introdução de crenças e hábitos totalmente estranhos à região. A tal ponto as posições se radicalizaram, que o prefeito se viu obrigado a convocar uma consulta popular.

 


O site do Central-European Religion Freedom Institute critica o resultado positivo da campanha promovida pela TFP austríaca

Alguns dias antes do referendo, a Sociedade Austríaca de Defesa da Tradição, Família e Propriedade – TFP enviou a todos os endereços postais do município uma carta mostrando aos moradores a importância de se mobilizarem contra o projeto, pois o resultado da votação só teria caráter decisório se mais de 50% dos eleitores comparecessem às urnas.

A argumentação tinha que tomar em conta uma lei que proíbe “menosprezo de ensinamento religioso (Herabwürdigung religiöser Lehre) de confissão oficialmente reconhecida no país”. A jurisprudência mostrava que a simples menção de práticas religiosas que chocam com os sentimentos da população e que são comprovadas – como, por exemplo, os recentes suicídios de monges no Tibet e o apoio a regimes políticos totalitários como nazismo ou comunismo – já seria considerado crime passível de multa e prisão até dois anos.

Tendo que se ater a essas limitações legais, a TFP austríaca mostrou então que, se levado a cabo, o projeto contrariaria as tradições cristãs do país; seria mais um fator de desorientação da juventude neste tempo de tanto relativismo; fator de possíveis discórdias irreconciliáveis para as famílias e a comunidade; descaracterização da região para o turismo, atraindo turistas excêntricos e afastando aqueles que procuram na região aquilo que a Áustria tem de característico; introduziria modos de pensar, vestir, comer e se comportar em público totalmente diferentes dos hábitos tradicionais da região. Em suma, introduziria um fator insanável de discórdia.

O resultado foi inteiramente concludente. Mais de 52% dos eleitores aptos compareceram às urnas – número considerado excepcionalmente bom para este tipo de consulta – 67% dos quais disseram NÃO à realização do projeto.

A Áustria e a Europa – pois o referido templo tinha a intenção de influir sobre todo o continente – ficaram assim poupadas de um poderoso centro de difusão do budismo com todas as suas consequências nos campos religioso, filosófico e moral.

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“Família, receita para a crise”

Leonardo Przybysz

No dia 3 de junho último, em atmosfera de muito entusiasmo, realizaram-se em diversas cidades polonesas, por iniciativa da Associação Padre Piotr Skarga e de outras entidades anti-aborto, as já tradicionais marchas em defesa da vida desde a concepção até a morte natural.

Representantes de movimentos que combatem o aborto nos Estados Unidos, França, Alemanha e Lituânia acorreram com suas bandeiras e estandartes. Marcaram também presença no evento diversos religiosos e deputados.

Em Varsóvia, com a participação de aproximadamente 10 mil pessoas, a marcha teve início com a bênção do cardeal Kazimierz Nycz.

“Família, receita para a crise” foi o slogan da marcha deste ano. Face à crescente popularidade dessas marchas, vários órgãos prestigiosos da mídia, contrariamente ao ocorrido no ano passado, se viram na contingência de não ignorar a sua importância.

 

Veja:
Revista Catolicismo

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