Aliança internacional dispara contra o Paraguai
Mercosul e Unasul abrem as portas da América Latina para um neo-totalitarismo de esquerda


19/09/2012

A SOCIEDADE PARAGUAIA DE DEFESA DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE (TFP), uma vez desfeita a poeira levantada pela arbitrária sanção imposta ao Paraguai pelos governos sul-americanos, alerta para o abismo que este inusitado fato pressagia e o precedente que estabelece.

Por um “crime” que não houve o Mercosul e a Unasul aplicaram uma pena que não existe. Não houve [crime] porque tudo foi estritamente legal. Não existe [a pena], porque o texto que a prescreve estabelece em seu art. 11: “somente se aplicam aos Estados que o tenham ratificado”, e Paraguai não o ratificou. Portanto, o que houve foi um ato de prepotência contra um país-membro, uma efetiva execução daquilo mesmo de que nos acusa, assim como um golpe de força contra o Paraguai e a própria institucionalidade do Mercosul. Foi uma coordenada intromissão estrangeira nos assuntos internos paraguaios.

Por que tanta acrimônia e violência? Pelo simples fato de não agradar a esses governantes e a essas instituições o fato de o Poder Legislativo, no livre e pacífico exercício de seus direitos constitucionais, destituir o Presidente da República num ato de legítima defesa da Nação agredida por uma subversão interna patrocinada pelo próprio chefe de Estado! 1

O ex-presidente Lugo, reconhecido partidário do Socialismo do Século XXI e da Teologia da Libertação, administrou como Bispo — quando exercia esse cargo — a Diocese de San Pedro, a qual, por não mera coincidência, é hoje uma das zonas mais transtornadas pelo monstruoso contubérnio comunismo-religioso e religiosidade comunista. Conceitos contraditórios que a Teologia da Libertação — que de Teologia só tem o nome, e de substância o mecanismo comunista — pretende amalgamar.

Dom Rogelio Livieres denunciou como o ex-mandatário politizava as paróquias: “Arrastou boa parte do clero e uma grande quantidade de monjas” e, “com a organização do Governo e a ajuda de sacerdotes, tirava os meninos das capelas e paróquias para irem à Venezuela por 15 dias”,2 obviamente para serem doutrinados com os nefastos dogmas do socialismo chavista. Nessa mesma zona existe a subversão sob a forma de falsos camponeses sem terra intoxicados da luta de classes e da guerrilha do EPP [Exército Paraguaio do Povo], um campo de manobra e uma capacidade incendiária que, com um eventual apoio de Chávez, de Evo e de outros, ainda pode tornar-se muito perigosa.

Diante do quadro que em nível nacional e internacional se configura, é surpreendente constatar a inoperância dos presidentes sul-americanos e dos organismos internacionais, que simulam nada ouvir e nada ver. Como são imprevidentes! E, pelo contrário, quanto desvelo em proteger o avanço da neo-subversão esquerdista, quanta impunidade diante de seus atropelos, seus golpes à lei, ao Estado e às instituições! Enfurece-os que um país pequeno como o nosso resista à extorsão, não siga a palavra de ordem que lhe dão, e nem se intimide com o precedente criado com a prepotente intervenção em Honduras, em caso similar ao nosso.

“Eles coam um mosquito — o pretenso golpe no Paraguai e em Honduras – e engolem um camelo: a iníqua e cinquentenária tirania cubana”. Ou a descarada intromissão, durante o auge da crise, do chanceler venezuelano Maduro e do embaixador do Equador, tentando sublevar as Forças Armadas contra o Congresso Nacional e incitando os altos comandos a tomarem partido em favor do presidente deposto, o que teria desembocado num Golpe de Estado.

Os chefes de Estado do Mercosul e da Unasul foram levados a tomar por unanimidade — o que é misterioso e inquietante — uma atitude que, embora deflagrada imediatamente contra o Paraguai, tem também outro objetivo: os demais países latino-americanos. Para eles vai o aviso: Unanimemente — com razão, sem razão ou contra a razão — os avassalaremos como estamos fazendo agora com o Paraguai, caso se atrevam a usar a Lei e a Constituição para defender-se, quaisquer que sejam os seus direitos. Pelo contrário, os Castro, Chávez, Kirchner, Correa são intocáveis e podem avançar sem perigo, porque têm toda a nossa solidariedade e contra eles o Mercosul e a Unasul não serão nem freio nem obstáculo, contando com todo o nosso apoio.

A execução desta manobra redundou na injusta suspensão do Paraguai e na cínica e imediata proposta de aprovação de entrada no Mercosul da antidemocrática Venezuela.

Qual será esta neo-subversão em cuja face esses governantes e organismos abrem com tanta imprevisão as portas e janelas, deixando indefesas as nações e os povos sul-americanos?

É uma metamorfose do comunismo; é o mesmo comunismo, por outros meios mais subtis e efetivos; é um requinte do comunismo.

Como ensinou nosso inspirador, o célebre pensador católico e homem de ação Plinio Corrêa de Oliveira, esta neo-revolução “torna-se capaz de vencer mais pelo aniquilamento do adversário do que pela multiplicação de seus amigos”. Interessa-lhe mais adormecer, desconcertar ou simplesmente acabar com as oposições, do que estimular seus adeptos ostensivos. Ilustrativo disto é a ausência de oposição a esta neo-revolução na região, característica particularmente no Brasil e na Argentina.

Analogamente, a reunião de presidentes em Mendoza condenou o Paraguai, sem que a menor oposição se fizesse notar. Mansamente, todos os presidentes sul-americanos ali reunidos foram levados a colaborar com esse desígnio. Inclusive os de “centro-direita” Piñera e Santos, que quais novos Kerenskys e novos Freis3 emprestaram a essa manobra sua imagem e seu prestígio de homens de ordem e de alternativa a Dilma, Kirchner, Lugo, Evo, Correa... Que ilusão!

O mais grave é que no século XXI, com as metamorfoses da Revolução, o risco não está nos Golpes de Estado, mas nos Golpes a partir do Estado. Já não é o autoritarismo clássico que ameaça as nossas nações, mas o eleitoral-populista. Quer dizer, o controle da arena política por meio da restrição da liberdade de imprensa, a tendência ao monopólio da informação, à politização das Forças Armadas, à sedução populista das populações, à intervenção estrangeira descarada em favor da expansão dos desígnios esquerdistas.

A TFP paraguaia faz um apelo às lideranças naturais da Nação e dos países irmãos para que não se deixem adormecer diante desta realidade, nem se intimidar com a prepotência com a qual pretendem nos avassalar, mas, muito pelo contrário, os exorta a desmascarar esta neo-subversão que ameaça nos levar ao maior dos abismos: o Caos. Insta-os, nesta emergência, a defender com novo ardor os restos ainda vivos da ordem católica tradicional.

Que a Santíssima Virgem de Caacupé abençoe as nossas nações, nos livre dos perigos e das emboscadas que nos cercam. Ensinai-nos, ó Mãe nossa, a caminhar pelas vossas vias rumo à restauração da Civilização Cristã e ao triunfo de vosso Coração Imaculado prometido em Fátima!

SOCIEDAD PARAGUAYA DE DEFENSA DE LA TRADICION, FAMILIA Y PROPIEDAD – TFP

JAVIER PEÑA MORA
Diretor

Eng. RAUL ZAVAN

GERARDO SCHULZ
Secretário

Adv. OMAR PEÑA

tfp.paraguay@gmail.com — Tel: 443653

________
Notas:
1. Cfr. Texto da Acusação aprovada pelo Congresso Nacional
2. Cfr. Jornal ABC Color 10/07/12
3. Cfr Frei El Kerensky Chileno, Fábio Vidigal Xavier da Silveira

Veja:
Revista Catolicismo

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