Nobreza e elites tradicionais análogas
11/08/2004
Plinio Corrêa de Oliveira
Nobreza
e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado
e à Nobreza romana:
esta obra do ilustre pensador e escritor, tradicionalista e católico,
Plinio Corrêa de Oliveira, foi editada simultaneamente em Portugal, Espanha,
França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos, em 1993, sendo posteriormente
publicada no Brasil e em diversos países da América hispânica. Em breve
virá a lume a edição alemã da obra.
A difusão desta obra,
que contou em sua edição portuguesa com o Prefácio do Príncipe Dom Luiz de
Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, propiciou brilhantes
e concorridas sessões de lançamento, em diversos ambientes intelectuais e
sociais; e reuniu grupos de estudo que se dedicaram a analisar e a refletir
sobre a temática do livro, bem como a difundir seus princípios. Digno de
nota é o grande interesse demonstrado por muitos jovens, com ou sem ascendência
aristocrática, pelas matérias tratadas no livro, o que de si denota uma viragem
marcante nas tendências profundas da sociedade hodierna.
Em Roma foi
fundada, sob o patrocínio da Princesa Elvina Pallavicini e do Marquês
Luigi Coda Nunziante, a associação internacional Noblesse et Tradition,
que propõe em
seus estatutos “a defesa dos valores nobiliárquicos tradicionais
no campo cultural e social”, à luz dos princípios expostos na obra de
Plinio Corrêa
de Oliveira.
Noblesse et Tradition,
constituída por numerosas personalidades de relevo, entre os quais Cardeais
da Santa Igreja e Príncipes de diferentes nacionalidades, já realizou
diversos congressos em cidades européias, sempre levantando a questão
crucial: qual o papel das verdadeiras elites diante das grandes ameaças
que espreitam o Ocidente?
Recentemente
foi convidado para assumir a presidência de Noblesse et Tradition,
o Príncipe Dom
Luiz de Orleans e Bragança
*
* *
Assentado primordialmente
nos ensinamentos do Papa Pio XII, o livro de Plinio Corrêa de Oliveira tem
como tema central a função social de uma nobreza e de elites tradicionais
análogas na sociedade contemporânea. E como corolários a formação orgânica
das elites; a doutrina católica sobre as formas de governo: monárquica, aristocrática
e democrática; os conceitos revolucionários de Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, disseminados em todo o mundo pela Revolução Francesa, em
contraposição aos correlatos conceitos na doutrina católica.
À vista do título do
livro, é possível questionar-se, que atualidade tem a matéria de que este
cuida. Pois, segundo muitos, a nobreza constitui nos nossos dias um mero
remanescente, ornamental mas perempto, de épocas passadas. De onde ocorrerá a
pergunta: vale a pena escrever sobre tal tema, na nossa época
em que pululam problemas prenhes de riscos e de sobressaltos?
Esta pergunta teria
análogo cabimento nos dias em que dele se ocupou o inesquecível Pontífice
Pio XII, que consagrou ao tema catorze alocuções ricas em ensinamentos e
primorosas na forma: as suas célebres alocuções ao Patriciado e à Nobreza
romana.
Nestas alocuções, o
Pontífice viu com muito mais profundidade do que o comum daqueles que atiram
contra a nobreza as objeções igualitárias desgastadas, cuja expansão, em
escala mundial, começou em fins do século XVIII.
Pio XII estabelece
com serenidade e luminosa firmeza o princípio de que qualquer sociedade deve
ser necessariamente encimada por elites as quais, solidamente entrelaçadas
e, por sua vez, intimamente concatenadas com o corpo da Nação, têm uma missão
capital na modelagem do espírito, da cultura, e da índole das instituições,
das leis e dos costumes.
Sem rejeitar
qualquer das três formas de governo – monarquia, aristocracia e democracia – o Pontífice
constata com satisfação que “também nas democracias de recente data, e
que não têm atrás de si qualquer vestígio de um passado feudal, foi-se formando,
pela própria força das coisas, uma espécie de nova nobreza ou aristocracia”.
Na Europa, esta missão rectrix tem
sido exercida primorosamente, ao longo dos séculos, pela nobreza. E o Pontífice
insiste com pastoral solicitude em que, ainda mesmo nas vicissitudes contemporâneas,
esta classe continua a possuir ponderável parte de sua missão. Ele explica
com perspicácia e comprazimento em que consiste hodiernamente tal missão,
mesmo quando se trate de famílias privadas pelo infortúnio da integridade
do seu senhorio de outrora.
Mas, ao mesmo tempo,
Pio XII faz entender que essa função diretiva não constitui um monopólio
exclusivo da nobreza. As circunstâncias sociais podem ir trazendo à tona,
merecidamente, classes novas participantes na direção da vida social. Mas,
com admirável equilíbrio, Pio XII faz ver que não convém a estas classes
deixarem-se arrastar pela vulgaridade de um novo-riquismo pertinazmente crasso
e eufórico, de quem vê na sua recente elevação tão só os deleites da vida
opulenta. É necessário também, segundo o Pontífice, ter presente os deveres
e encargos que qualquer elevação traz consigo, e dos quais a nobreza soe
ser portadora, ao mesmo tempo corajosa e ufana.
Noblesse oblige diz
um conhecido ditado; bon sang ne peut mentir é a máxima que o Papa
Pacelli aponta às novas classes dirigentes, mostrando-lhes que o mundo das
elites lhes tem abertas as portas e que encontrarão nos exemplos da nobreza
histórica, cavalheiresca e cortesã, uma larga fonte de inspiração para se
modelarem a si mesmas consoante as respectivas funções sociais.
Estes e muitos outros
princípios do mesmo quilate, Pio XII ensina-os e Plinio Corrêa de Oliveira
desenvolve e ilustra-os, servindo-se de uma bem concatenada e abundante argumentação
doutrinária e de numerosos exemplos históricos escolhidos com fino discernimento,
neste livro, arejado e forte.
Em seus comentários
evidenciam-se a cultura e a privilegiada penetração
de espírito do autor,
bem como sua independência de peronalidade.
Pois, para permanecer fiel aos textos comentados,
não vacilou ele em enfrentar preconceitos antinobiliárquicos,
largamente difundidos no Ocidente, cuja contestação é vista
até hoje como
uma atitude verdadeiramente iconoclasta em
relação aos princípios igualitários
da Revolução Francesa de 1789, e da revolução
comunista de 1917, verdadeiros ídolos
de tantos de nossos contemporâneos.
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