Trabalho Escravo Nova arma contra propriedade privada
17/02/2005
Nelson Ramos Barretto
O
livro com o título em epígrafe, editado
pela Artpress
Indústria Gráfica e Editora Ltda. (São Paulo, 2004), opõe-se lucidamente a uma investida, organizada
por setores esquerdistas, para “encontrar” supostos trabalhadores escravizados nas propriedades que desejam confiscar,
ou para perseguir seus proprietários, agora tachados de escravocratas.
II Jornada de Debates
sobre o Trabalho Escravo, cujo objetivo foi pressionar a Câmara
dos Deputados para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional
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Oferecemos aos leitores de Catolicismo um
resumo, elaborado pelo próprio autor, dessa atualíssima obra que procura
neutralizar a cilada montada para lançar o País numa nova luta de classes.
O livro desvenda o que está por detrás da campanha contra o chamado trabalho
escravo — termo forjado e manipulado para golpear o já tão combalido
direito de propriedade no Brasil.
Redenção, cidade próspera do
agronegócio no sul do Pará, é o município com o maior rebanho bovino do
Brasil. Mas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é o
lugar com a maior incidência de trabalho escravo (TE) no País. Diante do
fato, realizou-se um fórum sobre o TE na cidade. Os organizadores quase
foram linchados. A população os recebeu com roupas e faixas pretas, com
os dizeres: Em Redenção não há trabalho escravo.
Livro edita
do pela Artpress
Indústria Gráfica e Editora Ltda. (São Paulo, 2004)
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Como é possível
uma gigantesca campanha contra o TE, contando com enorme aparato publicitário,
ser contestada no próprio foco do assim chamado TE? Estariam os próprios
“escravos” reivindicando serem mantidos na condição de escravos? Qual a
veracidade da existência do TE? Não estará ocorrendo manipulação da expressão trabalho
escravo, dotada de forte carga emotiva, para perseguir proprietários?
Os
protagonistas de tal campanha reconhecem a dificuldade de convencer a opinião
pública da existência do TE, sobretudo nas cidades do interior, que conhecem
mais de perto a situação dos trabalhadores rurais, e onde eles gozam de
toda a liberdade de ir e vir.
* * *
No
final do ano passado, realizou-se em Brasília, no Auditório do Superior
Tribunal de Justiça, a II Jornada de Debates sobre o Trabalho Escravo, cujo
objetivo foi pressionar a Câmara dos Deputados para aprovar a Proposta
de Emenda Constitucional 438 que trata do assunto, e ao mesmo tempo debater
as resistências encontradas.
Revestida
de solenidade, a Jornada foi aberta pelo ministro Edson Vidigal,
presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e por três ministros
de Estado, além de magistrados, procuradores, auditores e fiscais do trabalho.
Ubiratan Cazetta, Procurador Regional da República no Pará, manifestou-se
preocupado com a aversão da opinião pública à questão; reclamou que a população
considera normal o trabalhador tomar água num riacho; e, fato inusitado,
o trabalhador escravo “resgatado” volta, ato contínuo à sua libertação, para
a mesma atividade! E desabafa o Procurador: “Estamos sendo derrotados.
Não nas grandes cidades, mas em cidades como Redenção. A sociedade aceita
como normais o que nós classificamos como Trabalho Escravo”.
O
fantasma da escravidão
foi ressuscitado
Princesa Isabel
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No
dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea libertando
todos os escravos no Brasil. Nesse dia de grande festa, o parlamento do
Império foi inundado por uma chuva de rosas. O embaixador norte-americano
apanhou algumas, e disse: “Quero guardar estas flores, como lembrança
dessa maravilha. No Brasil a extinção da escravidão foi comemorada com
flores, enquanto no meu país custou uma guerra civil com mais de um milhão
de mortos”.
Em
pleno século XXI, assistimos a uma cena inversa. O Brasil, através de um
embaixador seu, foi o primeiro e único país a reconhecer, em reunião oficial
da ONU, a existência de “formas contemporâneas de escravidão”. Uma
vergonha anunciada e proclamada no fórum internacional. Espanto geral.
Nem os países africanos, que ainda têm a escravidão legalizada, fazem dela
tal alarde. Muito menos a China e os países comunistas, que mantêm os trabalhadores
do povo em regime forçado, reconhecem-no como escravidão. Coube ao
governo brasileiro fazer mais essa propaganda negativa de si mesmo.
Nem a China (foto acima)
e outros países comunistas, que mantêm os trabalhadores do povo
em regime forçado, reconhecem-no como escravidão
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A
mídia internacional vem dedicando grandes manchetes ao suposto TE no Brasil.
Este noticiário é alimentado pela CPT e por diversas ONGs, e ameaça o comércio
externo brasileiro. A reportagem Escravos do Aço, publicada em julho
do ano passado no “Observatório Social em Revista”, traz o título: Carvão
produzido com mão-de-obra escrava alimenta indústria dos EUA, aponta ONG. Segundo
Frei Xavier Plassat, coordenador da Campanha de Combate ao Trabalho
Escravo, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), as siderúrgicas se escondem
atrás do argumento de que o responsável pela contratação do trabalhador
foi o dono da carvoaria.
Será que,
de fato, o fantasma da escravidão está rondando nossos campos? Será que
o Brasil regrediu mais de um século? Ou será que há manipulação de palavras
e situações com finalidade escusa? Tal finalidade seria fazer aprovar uma
lei socialo-comunista?
“Aprovação” forçada, desligada do sentir
da Nação
O bispo D. Tomás Balduino,
presidente da CPT, realiza uma vasta campanha contra o agronegócio
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A
esquerda católica, representada pela CPT, MST, certas ONGs, Fórum Social
Mundial de Porto Alegre, setores influentes da OIT e demais entidades
que se apresentam como defensoras dos direitos humanos, elegeu o setor
mais dinâmico da economia brasileira — o agronegócio — como obstáculo principal
a ser derrubado para alcançar sua meta socialista e igualitária.
Na
verdade, trata-se de novo golpe contra a propriedade privada, e que ameaça
efetivar-se através de reforma da Constituição, fundamentada numa noção
ambígua de trabalho escravo. Tal investida contra a propriedade
particular está para ser aprovada, mas isso não é ressaltado nos meios
de comunicação nem no burburinho das votações do Congresso.
A
Comissão Especial da Câmara aprovou, em 12 de maio de 2004, uma Proposta
de Emenda Constitucional (PEC 438/01) prevendo desapropriação sem nenhuma
indenização, de terra ou imóveis urbanos, assim “como de todo e qualquer
bem de valor econômico”, apreendidos em decorrência da exploração do TE. Nas
votações, houve até a presença de artistas de TV para pressionar os deputados.
Devido a um acordo apressado de líderes, no dia 11 de agosto de 2004 o
Plenário da Câmara aprovou em primeiro turno, por 326 votos a 10 e 8 abstenções,
a emenda aglutinativa apresentada pelo deputado petista Tarcísio Zimmermann.
Mas,
afinal, o que é trabalho
escravo?
A
expressão continua indefinida na Proposta de Emenda Constitucional. E,
pior, foi estendida para as áreas urbanas. De modo que qualquer trabalhador
informal poderá servir de pretexto para o confisco de imóvel rural ou urbano.
De acordo com o projeto em tramitação, o proprietário e seus herdeiros
não terão direito a qualquer indenização.
Por
trás de uma causa nobre, como a luta contra a escravidão e a defesa da
liberdade e da dignidade do trabalhador rural, adivinham-se outras intenções.
A propósito, um esclarecido leitor da “Folha de S. Paulo” fez-se porta-voz
de uma desconfiança que está no subconsciente de inúmeros brasileiros: “Todos
sabemos que o campo brasileiro sempre funcionou desse jeito: carência de
instalações adequadas, trabalho temporário sem carteira assinada, etc.
E ninguém até agora via nisso nenhuma analogia com trabalho escravo. Por
que só agora isso foi ‘descoberto’? Será porque o MST está muito desgastado
e é preciso outro pretexto para as expropriações?”.(2)
Em
nosso livro, procuramos distinguir verdades, meias-verdades, mentiras,
exageros e generalizações que vêm sendo utilizados na campanha publicitária
contra o direito de propriedade e o agronegócio, contribuindo assim para
um debate sério sobre a legislação trabalhista, sem demagogias nem desvios
ideológicos.
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Veja:
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