Réquiem para os indiozinhos guaranis
11/04/2005
Boletim Eletrônico de Atualidades da TFP-Fundadores
Esta semana morreu o 18º indiozinho guarani. Vitima da incúria
de todos, morre de desnutrição no país do Fome Zero. Tantas
mortes em tão pouco tempo é o fruto da contracultura de seus
pais, da incúria governamental que os têm sob tutela, e da irresponsabilidade
da pregação e da agitação da esquerda católica.
Nossos antepassados índios ajudaram a construir uma nação
Silva Leme, em sua monumental “Genealogia Paulistana” conta
um fato cheio de significado:
“Pedro Dias, da família — Parente Dias Velho —, de
Portugal, veio a São Vicente como irmão leigo da Companhia de
Jesus. Passou para São Paulo, no princípio de sua fundação,
em 1554, com os outros padres jesuítas, que então formaram o
colégio de Piratininga. Governava os índios dessa região
o cacique Tebiriçá, que foi batizado com o nome de Martim Affonso
Tebiriçá; e, afeiçoando-se ele pelo leigo Pedro Dias,
pediu-o para seu genro. Como viesse desse enlace grande vantagem para o efeito
de congraçar os portugueses com os índios, chamando-os por essa
forma mais facilmente ao grêmio da igreja, consultou-se ao geral da ordem,
que era Santo Ignacio de Loyola, então residente em Roma, sobre o assunto,
e por ele foi resolvido que, querendo o leigo, se casasse, para o que o desligou
dos votos. Obtida a licença, casou-se Pedro Dias com a segunda f.ª do
cacique Tebiriçá, a qual tendo o nome indígena de Terebé,
foi batizada com o de Maria da Graça, em atenção ao Rev.mo.
Padre Luiz da Grã, que foi o primeiro superior do colégio formado
nos campos de Piratininga”.
Em outra passagem do estudo
introdutório, Silva Leme afirma: “...
esses portugueses (...) casando com as ditas índias, procriaram essa
raça audaz e belicosa de sertanistas e bandeirantes que explorando os
longínquos sertões, foram plantar os marcos que atestam a vastidão
de nossa pátria.” Foi assim que Pedro Affonso casou-se com uma
tapuia, Domingos Luiz Grou com a filha do cacique da aldeia Carapicuíba,
Braz Gonçalves com a filha do cacique da aldeia de Virapueiras, João
Ramalho com Bartira, filha de Tibiriçá e Antonio Rodrigues com
a filha de Piqueroby, maioral de de Ururay. Essas famílias, com outras
52, contituiram os mais antigos troncos paulistas, a cujos cuidados espirituais
se dedicavam jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos, as principais
ordens religiosas da época. Num esforço hercúleo aquela
população primitiva de 150 homens, incluindo os índios,
levantou em 1592 a Igreja e o convento dos Carmelitas, em 1598 a Igreja de
Monte Serrat, em 1600 a Igreja e o convento dos beneditinos, em 1603 o Convento
da Luz, em 1610 a de Nossa Senhora do O´, e em 1624 a da Misericórdia.
Em logo depois, a dos franciscanos. A cidade, em 1640 com seus 600 “fogos”,
com sua Câmara construída em 1575, lançava-se por todo
nosso atual território-continente, primeiro pelas andanças dos
bandeirantes, cuja atuação efêmera seria logo em seguida
consolidada pelos tropeiros e completada pelos ocupação, no norte
e no nordeste, pelos fazendeiros, cujo gado, avançando, ocupava a terra.
Na origem de tudo, um amálgama de raças, portuguesa, espanhola, índia
e negra, que mais tarde, com a acolhida de povos de quase todas nacionalidades,
constituiria o verdadeiro povo brasileiro, bom, pacato, ordeiro e construtor
de uma grande nação.
Como é diferente a visão nos novos missionários!
Nossos neo-missionários, imbuídos de marxismo, de luta de classes,
de Teologia da Libertação, têm uma visão diametralmente
oposta. Vejamos o que diz D.Tomás Balduíno, presidente do CIMI – Conselho
Missionário Indigenista órgão da CNBB: “ a convicção
profunda dos missionários ligados ‘a Igreja é que estes
povos (e eu estou pensando, por exemplo, nos povos indígenas), são
os verdadeiros evangelizadores do mundo. Nós os missionários,
não vamos a eles como quem leva uma doutrina ou uma evangelização
que o Cristo nos trouxe e confiou, e que nos revestimos com ritos civilizados
e cultos. Mas vamos a eles sabendo que o Cristo já nos antecedeu no
meio deles, e que lá estão as Sementes do Verbo. Temos a convicção
de que eles vivem o Evangelho da Boa-Aventurança, E de que, por
isso se impõe a nós uma conversão ‘as suas culturas,
sabedores de que a Boa Nova do Evangelho se encarna em qualquer cultura. E
a partir dos mais marginalizados e oprimidos ela se torna a Boa Nova Universal,
com valor de profecia para todos os homens.” Citação na
4ª capa do livro do Prof.Plínio Corrêa de Oliveira, “Tribalismo
Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século
XXI”, Ed.Vera Cruz, 76.000 exemplares editados entre 1977 e 1979.
Essa visão, profunda e amplamente analisada pelo Prof. Plínio
Corrêa de Oliveira na obra acima citada, considera a organização
tribal como obra prima da sabedoria antropológica e a vida tribal, baseada
na inexistência de propriedade privada, uma espécie de comunismo
tribal, o modelo ideal de sociedade. Para esses neo-missionários sua
Missão tem como fim retroceder, tomando o aborígene como modelo.
Para retroceder, desmantelar e para desmantelar, difamar, separar guerrear.
Daí vão até afirmar que o índio é o único
senhor das terras, que Anchieta era agente colonialista, que os brancos, cristãos,
vieram para dominar, desprezar, espoliar e desclassificar o índio. Que
descobridores e bandeirantes são malfeitores. Ao contrário vêm
nos índios o sinal profético para questionar a Igreja e a Sociedade.
Questão indígena e Reforma Agrária
Plínio Corrêa de Oliveira observa ainda que a questão
indígena tem sido usada como espoleta de uma crise agrária no
País. Na obra citada ele diz: “A multiplicidade dos pronunciamentos
em favor da Reforma Agrária, a propósito da questão indígena,
provoca espanto. A ponto de sugerir a idéia de que o desejo de impulsionar
a Reforma Agrária socialista e confiscatória talvez seja a causa
de se agitar tanto o problema dos índios em nossos dias”.
No final de 2004, 350 índios guaranis de Mato Grosso do Sul, agitados
pelo CIMI invadiram várias propriedades na região de Dourados,
comprovando essa tese. Como tantas outras invasões indígenas
em várias ocasiões. Mas citamos essa especificamente, pois é em
suas aldeias que estão morrendo de inanição os indiozinhos
indefesos. Vitimas sobretudo da incúria dos pais, que têm como
costume alimentar-se antes que os filhos menores, dando para estes as sobras.
A desculpa: não têm terras para plantar (quando se sabe que são
preguiçosos e não plantam nada), e por isso exigem demarcação
de mais terras.
A situação dos índios
brasileiros hoje
Os índios, como afirma Augusto Zimmermann, advogado e professor de
Direito, em estudo sobre a verdadeira situação dos índios
brasileiros, perto de 400.000, têm hoje o direito legal de ocupar 946.000
quilômetros quadrados. Em outras palavras, menos de 5% da população
brasileira tem 12% do território nacional, o que faz das comunidades
indígenas o maior proprietário do País. Comparando com
a Europa, nenhum país, exceto a Rússia possui tal território.
Têm os índios a posse permanente e o exclusivo usufruto das riquezas
de seu solo, rios e lagos existentes em suas áreas. O Supremo Tribunal
Federal decidiu que qualquer estatuto ou contrato que resulte em redução
ou alienação das terras indígenas é inconstitucional.
Somente os membros do Congresso Nacional podem autorizar a exploração
dos recursos hídricos e/ou minerais nas terras indígenas. Se
isso acontecer, os lucros devem ser divididos com os índios.
Em outro ponto de seu estudo,
o Prof. Zimmermann diz: “...o Presidente
da Funai Mécio Gomes considerou o massacre de garimpeiros (refere-se
ao massacre de garimpeiros pelos Cinta-Larga no Norte do País) uma ‘coisa
normal´ por que esses índios tinham em sua opinião o direito
de matar quem invade sua propriedade. Apesar da administração
Lula da Silva ter editado o Estatuto do Desarmamento ( ...) a imprensa mostrou
fotos dos Cinta-Larga carregando orgulhosamente suas potentes espingardas .” (Augusto
Zimmermann – “Brazilian Indians: Above any suspicion or law” ,
em www.brazzil.com
Quem se importa com os pequenos guaranis
Hoje, o CIMI tão cioso em defender e promover invasões de terras
e em defender os direitos dos índios, a respeito do massacre dos indiozinhos
vitimas da contracultura desastrada de seus pais, mantem-se em silêncio.
Certamente não celebrou nenhuma missa por suas almas. Afinal eles não
servem mais para nada...
Rezarão por eles apenas aqueles que têm por sua raça e
por eles o respeito e a gratidão pelo que fizeram na construção
desta grande nação.
* * *
Leia, de Plínio Corrêa de Oliveira, “Tribalismo Indígena,
ideal Comuno-missionário para o Brasil no século XXI” – Íntegra
da obra
http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/1977%20-%20Tribalismo.pdf
Leia também sobre o assunto: “Discriminação neomissionária:
Religiosos condenam nossos índios ‘a barbárie” em
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/DA58C3E5-046A-4566-90F404EC9998C0D9/mes/Marco2004
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