Jogando gasolina na fogueira não se consegue a paz no campo
10/05/2005
Boletim Eletrônico de Atualidades da TFP-Fundadores
Prepara-se um show para dia 17 de
maio em Brasília, com sem terras
exigindo vinculação direta do Incra ‘a Presidência
da República, verbas para Reforma Agrária e manifestações
contra a política econômica. Teme-se que e sejam apresentados
os novos índices de produtividade que seriam impostos ao campo, que
representariam desapropriações em massa ‘a vista, e um
inferno vermelho do MST.
O mês do
abril vermelho passou
O mês do abril vermelho do MST se foi. Com as costumeiras invasões
a propriedades e prédios públicos, pilhagem em pedágios,
destruição e desrespeito a direitos e ‘as leis, reféns
e crianças detidas. Com seu chefe máximo J.P. Stédile
sendo recebido com honras pelo PT e em Brasília.
A marcha sobre
Brasília
Desde segunda-feira, 3 de maio,
os sem terra estão em marcha, de Goiânia
para Brasília, reunindo segundo os organizadores 11.000 militantes (que
ninguém se preocupou em contar e as fotos parecem desmentir), com o
apoio logístico do Governo de Goiás, a pedido so Arcebispo de
Goiania e das Prefeituras por onde passam. Devem se juntar a outros movimentos
como CUT - Central Única de Trabalhadores e UNE - União Nacional
dos Estudantes e partidos políticos numa grande manifestação,
dia 17, na Esplanada dos Ministérios e Palácio do Planalto, quando
apresentarão ao Presidente Lula sua pauta de reivindicações
políticas e protestos contra a política econômica do governo.
Um caminhão, com uma rádio exclusiva, transmite programas do
MST para todos os participantes da Marcha, que receberam um radio de pilha
para acompanha-la.
Enquanto marcham, invadem
Segundo relata o jornal O Estado
de São Paulo enquanto marcham, os
sem terra fazem o que sabem: invadem propriedades, cortando cercas e acampando
sem permissão dos proprietários. Na terça-feira, 4, duas áreas
particulares, pertencentes a uma associação agropecuária
foram ocupadas em Anápolis, a 50 quilômetros de Goiânia.
Ficaram lá acampados parte de uma tarde e ‘a noite. Ao saírem
deixaram o que também sabem fazer muito bem: destruição.
Mais de 100 metros de cerca destruídos, corte de uma centena de varas
de bambu e danos ‘a pastagem. Outro grupo de sem terras ergueu barracas
em terreno de um posto de gasolina. Avisados de que se tratava de terreno particular,
argumentaram com a arrogância que lhes é característica,
de que não precisavam de permissão.
O Ministro Rosseto
já está avisado. MST quer Incra vinculado
diretamente ao Presidente da República.
No dia 3 o MST apresentou ao Ministro
Rosseto, do Desenvolvimento Agrário,
sua pauta de reivindicações que será apresentada dia 17,
que inclui a vinculação do Incra ‘a Presidência da
República. Como o Incra é dominado
pelo MST...
Uma grande jogada de marketing.
Segundo o Boletim Política & Verdade, essa marcha e reunião
em Brasília fazem parte de uma montagem de marketing. Numa grande apoteose
Lula seria apresentado como “único intermediário” capaz
de impedir que o MST deflagre sua revolução no País. Segundo
a Folha de São Paulo, J.P. Stédile declarou um dia antes do início
da marcha que o “MST não é louco de romper com o Presidente”,
apesar de estar decepcionado com os números da Reforma Agrária
Rosseto quer os
novos índices
de produtividade definidos antes do dia 17 de maio.
Segundo a Agencia Folha técnicos dos Ministérios do Desenvolvimento
Agrário e da Agricultura estão na fase final, sob a coordenação
da Casa Civil, do estudo para chegar ‘a definição de novos índices
de produtividade de imóveis rurais no País. Já chegaram
a um consenso de que os índices precisam ser reajustados. Antes de virar
norma, a proposta teria que ser aprovada pelos ministros Rodrigues e Rosseto
e pelo Presidente da República.
Para que tanta pressa? Não seria para apresentar como um fato consumado
e agradar aos sem terra? Sem nenhuma discussão? Sem ouvir os agricultores
e pecuaristas, nem as outras categorias envolvidas no agronegócio o
qual sustenta as exportações agrícolas brasileiras e é responsável
pela maior fatia do PIB nacional?
O setor mais produtivo é o mais radicalmente punido por sua eficácia.
De nenhum outro setor econômico é exigido índices de produtividade,
pelo Estado, sob pena de desapropriação. Quando se discutia na
Constituinte o Projeto de Constituição, o Prof. Plínio
Corrêa de Oliveira alertou a bancada ruralista e toda a Nação,
para que não deixassem aprovar que ficasse nas mãos do governo
a possibilidade de desapropriar terras com base em índices fabricados
pelo próprio governo. Agora estamos colhendo os malefícioso dessa
desatenção.
Ainda mais. Os beneficiários dessas desapropriações,
os sem terra, não têm nenhum índice de produtividade a
ser cumprido! É fácil entender. Eles não têm a propriedade
da terra, mas simplesmente o uso. Seu patrão, o Estado, através
do Incra, reconhecendo (segundo declarações de superintendente
do Incra em Mato Grosso do Sul) que o antigo programa “está falido”,
inventou um novo Programa – O Terra Vida. Trata-se da divisão
de cada um dos lotes entregues aos sem terra em duas partes. Uma delas estimada
em no máximo 40% da área para a produção agropecuária
individual, e os outros 60% em uma área societária.
Curioso é que o feitiço virou contra o feiticeiro. Dois mil
sem terra ligados ao MST não aceitaram o novo plano e usando as técnicas
que lhes foram ensinadas, invadiram a fazenda Itamaraty II, em Ponta Porã,
para a qual foi proposto o “Terra Vida”, fazendo reféns
11 funcionários do Incra, tomando residências, aprendendo 8 veículos
oficiais e detendo 160 crianças de uma escola estadual que funciona
dentro do imóvel. Pobres sem terra! Sem propriedade, não podendo
fazer uso livre da posse e condenados a viver em favelas rurais, em um sistema
falido e cada dia mais comunista.
Como não existe mais terra improdutiva, aumentam-se os índices
de produtividade exigidos.
Na ânsia de desapropriar e substituir o agronegócio pela propriedade
estatal familiar, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário “descobriram” que
os índices de produtividade exigidos para a desapropriação,
fixados em 1975 estão defasados. Ou melhor, que por esses índices,
e porque o campo demonstrou ser muito eficaz, precisa-se criar novos critérios
de desapropriação para transferir a propriedade para o Estado
e o uso para os ineficazes.
E se o aumento
dos índices levasse os proprietários
a produzir mais?
O brasileiro consumiria mais com a renda que tem? O mundo compraria nosso
excesso de produção? Teríamos infra-estrutura, crédito,
suprimentos, maquinário etc. para agüentar esse
boom? Não seria um desastre interferir assim no mercado? Se todos
os proprietários viessem a cumprir os índices estaria criada
uma crise sem precedentes
no Brasil e no mundo, pelo excesso de produção.
Essa é a conclusão a que chegam todos os entendidos, e confesssadamente
não é o que querem os agroreformistas. Querem desapropriar mais
terras produtivas, aumentando o estoque delas para a Reforma Agrária.
Segundo a revista Veja, edição
1903 de 3 de maio de 2005, esse golpe na produtividade propõe um critério tão rígido
que, no caso da soja, por exemplo, poucas propriedades do Brasil
e até do mundo, conseguiriam
escapar.
O Índice de produtividade, que hoje é de
1,9 tonelada por hectare subiria para 2,9 toneladaspor
hectare, só alcançado
no Brasil pelo Estado de Mato Grosso.
Os índices alcançados em outros países, para comparação,
segundo o Ministério da Agricultura: EUA,
Argentina e Paraguai, alcançam 2,4 toneladas por hectare. China,
1,7 e Japão 1,5.
No caso do milho, só o Paraná estaria a salvo. Minas, o segundo
maior produtor e São Paulo o terceiro, estariam abaixo da exigência
do MDA
Na pecuária o problema é ainda mais grave. Se o critério
for pelo número de animais em criação, e se no momento
da visita do Incra o proprietário tiver vendido há pouco tempo um lote ou estiver
reformando o pasto, a terra poderá ser julgada improdutiva.
E assim por diante, todo o Brasil
será atingido criando-se o caos no
campo.
Talvez para não
engulir o
boi tenhamos de de engulir um novilho
Pode ser que da reunião dos técnicos dos Ministérios
saiam índices um pouco menores. O que importa não são
os índices. O que importa é a manipulação deles
para atentar mais uma vez, confessadamente, contra a propriedade privada.
Sinal verde para
as invasões
do MST
Estarão criadas assim as condições não
para a paz, com produtividade, mas para a baderna organizada criminosamente
pelo MST, CPT – Comissão Pastoral da Terra, órgão
da CNBB e outras entidades que incendiaram e incendeiam o campo.
O cenário é ainda mais grave, quando se sabe que Hugo Chávez
está ameaçando a estabilidade da América Latina com financiamento
de seus petrodólares e apoio a grupos radicais de países vizinhos,
entre os quais o MST. Segundo a revista Veja no Brasil pretende cativar os movimentos
radicais de esquerda. O MST e outros grupos radicais ganharam assento no Congresso
Bolivariano
dos Povos que dá apoio ‘a esquerda
revolucionária. O novo índice de produtividade é a
gasolina que faltava para reacender a fogueira no campo.
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