Como
a CPT e a esquerda católica tratam uma e outra entidade?
O comentário que segue nos dois próximos subtítulos é da
jornalista Márcia Peltier no Jornal do Brasil:
Show 1
A marcha do MST, que deverá chegar em Brasília dia 17,
com seus 11 mil integrantes, tem uma logística invejável. Ambulância,
carros de apoio, computadores, e um sistema de comunicação integrada
com a imprensa, além de cestas básicas garantidas. É uma
verdadeira caravana rolidei”.
Show 2
“Já o espetáculo das mulheres dos militares que estão
acampadas na Esplanada do Ministério, está longe de ser um show.
Sem apoio nenhum, uma das manifestantes passou mal, ontem, e não tinha
sequer dinheiro para comprar remédio. Foi ajudada por um passante”.
Dois pesos e duas medidas
Os militares, homens da lei e do silêncio, sempre foram tratados como
heróis da pátria. Não é de se esperar deles arrogância
e muito menos descumprimento da lei. Acostumados ‘a hierarquia, sentem-se
até constrangidos ao reivindicar algo para si mesmos. Suas mulheres
estão em manifestação para pedir uma simples reposição
salarial, enquanto seus maridos continuam trabalhando seja no Haiti, seja na
Amazônia, seja no apoio ‘as Policias Estaduais, seja nos quartéis.
Não nos consta que alguma Pastoral da CNBB esteja dando apoio a essas
mulheres.
Do outro lado a baderna invasora, arrogante e acima das leis,
recebe o apoio do Arcebispo de Goiânia, D.Washington Cruz, que procurou, no início
do ano o Governador Marconi Perillo e conseguiu dele um amplo apoio logístico,
sem o qual essa manifestação não conseguiria se realizar.
Soma-se a esse apoio o da Prefeitura de Goiânia e diversas prefeituras
por onde a marcha vai passando. Como , logicamente, não podem contar
com apoio dos fazendeiros, vão invadindo onde precisam acampar. Já estão
na oitava invasão.
Os custos dessa marcha não ficam nos que a mídia tem chamado
a atenção. Segundo Jean Maria Tomazela, do jornal O Estado de
São Paulo, “ o MST levou 11 meses para treinar 3 mil militantes
em 23 Estados para os postos de comando, numa estrutura cuja hierarquia e disciplina
se assemelham ‘as de um exército”. Quem custeou tudo isso?
A CPT – Comissão Pastoral da Terra está presente
Além da presença da CPT, outros grupos religiosos acompanham
a marcha. O mais numeroso é o da Presença Solidária da
CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil, com 100 freiras acompanhando
a marcha. Uma delas declarou que “nossa missão é estar
onde o povo sofre”.
E as mulheres dos militares? Não sofrem? Onde estão as irmãs
para conforta-las?
Doutrinação para uma nova sociedade
Durante ‘as tardes, os “Marchantes” como são chamados,
que receberam 10 mil mochilas contendo cadernos, caneta, cartilha da Reforma
Agrária, livros de Karl Marx e Florestan Fernandes recebem doutrinação.
Não faltam bandeiras com a imagem de Che Guevara, que encabeça
a marcha ao lado da bandeira do Brasil, ou cartazes da “Brigada Olga
Benário” entre outros ícones do comunismo internacional.
Os temas das reuniões quase sempre envolvem questões ideológicas.
Como esta de Pedro Simas, da Via Campesina:” Este é um momento
de outras possibilidades, por isso colocamos nosso exército de trabalhadores
nas ruas, para mudar a realidade que aí está e construir uma
nova sociedade.
Um exército?
Cremos ler na consciência de nossos leitores: O MST não estaria
preparando um exército revolucionário? Eis o que relata Antonio
Sepúlveda, jornalista do Jornal do Brasil: na marcha do MST “ dez
mil radinhos garantem a pregação socialista e o toar de marcha
político-militares e revolucionárias, transmitidas por um trio
elétrico. Uma delas, a Marcha Brasil, tem um refrão politicamente
explícito e literariamente medíocre: “Marcha Brasil, ergue
a tua voz / Um novo país só depende de nós / Um país
socialista queremos construir / Junto com o povo queremos resistir / É hora,
camaradas / Não podemos desistir”. Não tiveram nem o cuidado
de substituir o “camarada” soviético pelo “companheiro” petista!
Também cantam hino de marcha que tem o refrão: "um dia eu
avistei uma bandeira em minha frente / o coração bateu muito
forte, senti algo diferente / sua cor era vibrante, cor de sangue da gente".
Pois é isso que a esquerda católica quer para o Brasil. Por isso
ao MST tudo, aos militares nada.