5,5 milhões, mais dinheiro, financiamento, cestas básicas, aparelhamento do Incra e desapropriações
19/05/2005
Boletim Eletrônico de Atualidades da TFP-Fundadores
Este é, e será mais um ônus para a aventura da Reforma Agrária
no Brasil, que já custou mais de 25 bilhões jogados a fundo perdido
num projeto fracassado, não só aqui, mas em todo o mundo, e que
só produz favelas rurais. Com as bênçãos da esquerda
católica.Tudo entregue aos cuidados do MST e congêneres que não
se cansam de proclamar que o que querem não é nem dar terra aos
sem terra, mas implantar, usando a bandeira da Reforma Agrária, um regime
socialista no País, transformando a sociedade
.5,5
milhões de reais
Essa é a estimativa dos entendidos. O MST teria gasto, por baixo, 5,5
milhões de reais para o seu show, a marcha de Goiânia a Brasília.
E demonstrou ser uma organização impar em angariar recursos,
montar intendência e colocar gente em ordem unida. Conhecendo-se as ligações
do MST com as FARC, com Hugo Chávez e portanto com os métodos
de guerrilha, entende-se onde querem chegar. Eles mesmos não se cansam
de afirmar sua meta: implantar um regime socialista no País.
" As ocupações e outras formas massivas de luta pela terra,
vão educando as massas para a necessidade da tomada do poder e da implantação
de um novo sistema econômico: o socialismo!" (cfr. Documento Básico
do MST - aprovado pelo VI Encontro Nacional)
O show tenta demonstrar
um apoio
que não existe
O MST bem que tentou agrupar em
torno de si para a manifestação
de Brasília outros movimentos políticos, ditos sociais, mas parece
que não conseguiu. Ficou com os seus alegados e nunca provados 12.000
manifestantes angariados em todo Brasil e transportados a peso de ouro para
Brasília. Segundo o Jornal do Brasil de 17 de maio, “O MST não
tem conseguido mobilizar a população em torno da Reforma Agrária.
Entre os militantes do movimento, há o reconhecimento sobre as limitações
para tentar mudar a política econômica do governo sem a mobilização
das massas. A coordenadora nacional, Marina dos Santos afirmou que o neo-liberalismo
prega o individualismo entre as pessoas, tornando cada vez mais difícil
a mobilização. - Há poucas categorias se mobilizando e
o MST não consegue chamar as categorias- reconhece Marina”.
As 16 reivindicações não são
divulgadas.
O espetáculo midiático fazia crer que o leão rugia. Iria
exigir isso e aquilo, inclusive a anexação do INCRA ‘a
presidência da República. Com o passar dos dias, as reivindicações
estariam resumidas em 16 pontos que seriam entregues ao Presidente da República.
Ainda não conseguimos saber quais eram todas, mas pelo que a mídia
divulgou era um imbróglio de reivindicações pela Reforma
Agrária e pautas políticas que nada tinham a ver com os sem terra,
como “barrar acordo com a Alca”, “retirada de tropas americanas
do Iraque e saída das tropas brasileiras do Haiti”.
Como movimento de massas, um meio fracasso
Como manifestação de massa que pretendia ser, a marcha foi um
meio fracasso. Como aglutinação de outros movimentos também
fracassou. Ficou tudo reduzido ‘as dimensões da marcha. Falou-se
que os funcionários do Incra fariam greve de dois dias para participar
das manifestações e mais nada se anunciou a respeito. A marcha
desagradou ppor onde passou, o que foi notado pela impaciência dos motoristas
nas estradas, o desgosto e prejuízos causados aos proprietários
rurais das terras que invadiram para acampar etc.. Uma pessoa teve seu carro
depredado porque ousou atravessar a marcha, Não se conhece manifestaçç~çoes
de apoio ‘a sua passagem.
Uma delegação é recebida
por Lula
Uma delegação de 50 lideranças do MST e de outras entidades
como D.Demétrio Magnoli, representando a CNBB, D.Tomás Balduíno,
da CPT – Comissão Pastoral da Terra, representantes da UNE, MPA,
CUT, Movimento das Fabricas Ocupadas, Movimentos de Direitos Humanos, CRB – Conferência
dos Religiosos do Brasil, artistas etc., foram recebidos pelo Presidente Lula
no final da tarde. Da parte do Governo os Ministros José Dirceu, Miguel
Rossetto, Luiz Dulci e o Presidente do Incra, Rolf Hackbart.
O Presidente recebeu a delegação por 3 horas e apesar de ter
usado novamente o boné do MST, e ter se declarado feliz em recebe-la
e elogiar a capacidade de Organização do Movimento, prometeu
que algumas reivindicações seriam atendidas delegando ao Ministro
Rosseto, após reunião do governo anuncia-las.
O Presidente disse também que é preciso intensificar o diálogo
com o Movimento Sem Terra. Sugeriu que fosse criada uma comissão que
ficasse em contato permanente com o MST. “Vocês mais do que ninguém
têm o direito de cobrar o governo”, disse.
Rosseto anuncia o que o governo
dará aos sem terra.
Dia 18 o Ministro Rosseto anunciou as medidas do Governo:
1. Enviar até o final do mês de maio um projeto de lei de suplementação
orçamentária para obtenção de terras destinadas ‘a
Reforma Agrária
2. Contratar 137 servidores para o INCRA e abrir concurso para 1300 vagas.
3. Aumento do teto de financiamento do PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar de 15 para 18.000 reais
4. Instituir um crédito de recuperação de assentamentos
de 6 mil reais por família.
5. Reafirmação do compromisso de enviar cestas básicas
a famílias acampadas. Passarão a ser distribuidas mais de 200
mil cestas, contra as 120 mil atuais.
6. Atualização dos índices de produtividade das propriedades
rurais. O Governo prometeu divulgar os novos índices, consolidado entre
as pastas do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura nas próximas
semanas.
Um dos líderes do MST, Jaime Amorim, declarou: “alcançamos
grandes conquistas. A principal delas é a sinalização,
por parte do governo, de atualização dos índices de produtividade”.
Causa estranheza que, em nenhum momento, se fale em índices de produtividade
para os assentamentos. Nisso não se toca porque é sabido que
são um fracasso, todos transformados em autênticas favelas rurais.
Isto significa que vai correr muito
mais dinheiro para a Reforma Agrária,
um aparelhamento do Incra (pois, como se sabe, lá é reduto do
MST), derrama de cestas básicas para acampados (a massa de manobra das
invasões) e desapropriações.
Depois disso é o caso de se perguntar: Como se sentirão os proprietários
rurais, que estão no momento precisando de auxílio do governo
para enfrentarem secas, quebra de preços, retração de
mercados, eles que são o esteio da economia nacional?
Como verão eles a sentença de expropriação, vinda
por meio de atualização dos índices como é intenção declarada dos partidários da Reforma
Agrária?
Dias tristes se aproximam para o campo...
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