Por que proibir a divulgação da Medalha Milagrosa, na França?
27/06/2005
Quando Nossa Senhora das Graças apareceu a Santa Catarina Labouré,
na França, em 1830, pediu muito especialmente a divulgação
de uma medalha que mais tarde – pelos milagres a que deu ocasião – ficou
mundialmente conhecida como Medalha Milagrosa.
No Brasil, ela é encontrada em qualquer loja que venda objetos religiosos.
Se essa devoção foi desejada por Nossa Senhora, nada mais justo,
nada mais louvável que espalhar esta devoção. Movido pelo
desejo de atender a este pedido de Nossa Senhora, criou-se, na França,
uma campanha promovida pela conhecida associação de leigos católicos,
a TFP francesa Aproximadamente quatro milhões de medalhas foram divulgadas
gratuitamente pela campanha e inúmeras foram as graças alcançadas
pelos devotos, atestam-no os testemunhos daqueles que foram por ela beneficiados.
Era normal que, ante o sucesso e
os benefícios espirituais trazidos
pela divulgação da devoção à Nossa Senhora
da Medalha Milagrosa, o demônio, não contente com isto, tentasse,
através de uma contra-campanha, obstruir tão benéfica
iniciativa. O inexplicável é que ela surgisse de dentro das hostes
católicas e, sobretudo, tivesse como foco inicial reclamações
feitas por freiras do santuário da Medalha Milagrosa, na Rue de Bac.
Publicamos, a seguir, um relato
extraído de Benoit Bemelsman, diretor
desta campanha: como começou a contra-campanha e outros desenvolvimentos
que ela teve.
* * *
A quem aproveita impedir a campanha da Medalha milagrosa realizada pela TFP
francesa?
Em 10 de outubro de 2001, a TFP
francesa postou seu primeiro envio da Medalha milagrosa. Por falta de recursos,
o envio foi feito apenas para um primeiro
círculo de amigos e correspondentes: 18.000 pessoas.
Em decorrência do entusiasmo e apoio de nossos doadores, foi possível
difundir gratuitamente mais de 4.000.000 de medalhas. Dezenas de milhares de
cartas atestam a utilidade dessa campanha. Extratos delas podem ser lidos no
site www.tfp.asso.fr
Começa a perseguição
Porém, decorrida apenas uma semana da postagem das primeiras medalhas,
o Episcopado francês tentou já bloquear essa ação.
Afinal, o que o episcopado teria a censurar nela?
Com efeito, no dia 17 de outubro, Dom Bernard Lagoutte, secretário da
Conferência dos Bispos da França, escreveu à Superiora
das freiras da Rue du Bac, a qual, por sua vez, afixou a carta no quadro de
avisos da capela. Fôra Mons. Vingt-Trois, então bispo de Tours,
hoje arcebispo de Paris, quem tivera a iniciativa de alertá-lo. A acusação é sem
fundamento: a TFP francesa teria lançado tal campanha apenas para “arrecadar
dinheiro” e nunca publicaria suas contas.
A TFP francesa responde a essas acusações injustas enviando especialmente
os balanços financeiros, deficitários, à Madre Superiora
para que ela os afixe igualmente no quadro de avisos, caso o desejasse.
Seguiu-se uma intensa correspondência com diferentes autoridades religiosas:
Núncio Apostólico, Secretário da Conferência Episcopal,
Superiores da Congregação das Missões. O leitor poderá tomar
conhecimento dela no site da TFP francesa. Tornou-se infelizmente impossível
estabelecer um diálogo e mesmo compreender a razão pela qual
era censurada aquela benemérita TFP.
Boletins diocesanos
divulgam queixas...
anônimas
Com efeito, a medalha é vendida livremente em todo o mundo, ninguém
tem exclusividade para tal divulgação. Ademais, nenhum elemento
daquela campanha pode ser confundido como sendo iniciativa da Capela da Rue
du Bac.
Em fevereiro de 2002, o capelão da Rue du Bac publicou uma nota, afixada
no quadro de avisos, afirmando ter recebido numerosas “queixas”.
A TFP francesa lhe escreveu a fim de saber o que lhe desagradava na campanha,
e no que consistem tais “queixas”. Nenhuma resposta.
Alguns boletins diocesanos veicularam tal desinformação. Cada
vez que a TFP francesa tomava conhecimento de uma publicação,
ela apresentava seu Direito de resposta. O hebdomadário “Paris
Notre-Dame”, do arcebispado de Paris, publicou dois ataques em maio de
2002. Através de um deles, soube-se que o arcebispado de Paris respondia, àqueles
que lhes perguntavam sobre a TFP, que ela era “simplesmente uma seita”.
A TFP francesa desmentiu essas falsas acusações através
de dois “Direito(s) de resposta”.
Em junho de 2002, o boletim “Le lien” vai mais longe na hostilidade,
e afirma: "A Congregação da Missão e a Associação
da Medalha milagrosa estão estudando – com a ajuda da Conferência
dos Bispos da França – como processar judicialmente a TFP (francesa) para
fazer cessar esta campanha”.
Inesperadamente...
sedes são
devassadas
Logo em seguida inicia-se um processo judicial.
Em dezembro de 2002, é “La Croix” que publica um artigo
de página inteira, tentando mostrar que haveria um “desvirtuamento
da medalha”. Esse jornal, próximo do episcopado, mas que não
possui nenhuma procuração para falar em nome da Igreja católica
recusa-se a publicar o Direito de resposta. O diretor foi condenado a pagar
uma multa e a publicar esse “Direito de resposta”... dois anos
depois de ter publicado a desinformação.
Após quase três anos de processo, ocorreram duas devassas judiciais
nas sedes da TFP francesa, e seus membros não sabem ainda de que são
acusados, tanto mais que não têm acesso ao “dossier” para
defender-se.
O que move os católicos leigos da TFP francesa a trabalhar pela recristianização
da sociedade é um ideal religioso. Eles lutam para defender a tradição
cristã, a família e a propriedade, contra a paganização
da França, o aborto, a eutanásia, o casamento homossexual e o
abandono da cultura cristã. Isto desagrada a certos setores do “progressismo
católico”, que alimentam a fúria de funcionários
públicos e de um Juiz de Instrução. [Na França,
cabe aos juízes de instrução, e não aos delegados
de polícia, montar o inquérito que deve servir de base a um eventual
processo posterior].
Por ocasião de uma devassa – quando membros da TFP francesa se
queixavam da perseguição ininterrupta levada a cabo contra a
associação – um dos policiais declarou: “Basta vocês
interromperem a campanha e tudo cessará”.
A TFP francesa, serena, confia suas atividades, seus numerosos amigos e mesmo
seus inimigos viscerais à proteção maternal da Virgem
Maria “terrível como um exército em ordem de batalha”.
(Todas as informações encontram-se disponíveis
no site da TFP francesa: www.tfp.asso.fr)
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