Levantando novamente as bandeiras do fracasso e da desordem
27/06/2005
Boletim Eletrônico de Atualidades da TFP-Fundadores
"..é o meu ofício e exercício andar pelo mundo endireitando
tortos, e desfazendo agravos" - D.Quixote, XIX
Esta matéria poderia chamar-se também “Socialismo cara-de-pau” ou “Que
democracia é essa”. O MST, a CUT, a UNE, as Pastorais sociais
da CNBB, a CPT- Comissão Pastoral da Terra, o CIMI – Conselho
Indigenista Missionário e outras cerca de 40 entidades lançaram
uma bombástica e confusa “Carta ao Povo brasileiro”, onde
a lógica é substituída pelo jargão revolucionário.Investem
qual novos D.Quixotes contra as elites, abusam da palavra democracia e convocam
a sociedade brasileira para uma grande e contínua mobilização
para “ espantar a crise política e fazer prevalecer os princípios
democráticos”.
O Mar de lama
Os brasileiros sérios não vêem com agrado o mar de lama
que envolve totalmente as pautas da mídia e a preocupação
da vida política nacional neste momento, afastando os verdadeiros e
grandes problemas que interessam ao povo brasileiro. Não bastassem os
abafados casos Celso Daniel e Waldomiro Diniz, os atuais escândalos dos
Correios e do chamado “mensalão” já levaram ‘a
queda do principal articulador do Governo o ex-ministro José Dirceu,
e os desdobramentos da crise estão levando a uma radicalização
do cenário nacional.
O fato é que José Dirceu caiu acusando e ameaçando: “Vou
mobilizar o PT para dar combate ‘aqueles que querem interromper o processo
político democrático e querem desestabilizar o governo do presidente
Lula”, declarou ao anunciar sua saída da Casa Civil. E acrescentou: “As
forças políticas e sociais conservadoras estão brincando
com fogo”.
O Diretório nacional do PT, dois dias depois aprovava um documento
em que também se empenha em atribuir a crise a uma “inescrupulosa
campanha” patrocinada por setores da oposição e pela direita
para “desmoralizar a esquerda, seus valores e seu projeto histórico”.
E não faltou o eco do amigo de todas as horas, João Pedro Stédile,
o líder do MST. Como comenta Demétrio Magnoli, colunista da Folha
de São Paulo (20 de junho de 2005): “classificando as denuncias
do ‘mensalão´ como factóides, (J.P.Stédile)
decretou: “A crise instalada em Brasília é resultado de
um movimento golpista que inclui motivações internacionais, representados
pelo governo Bush e as transnacionais que atuam no Brasil, estão inquietos
com a política externa do governo Lula, independente e de integração
regional”.. A narrativa, com variações negligenciáveis, é compartilhada
por quase toda a esquerda do PT. Nessa versão, a suposta solidariedade
de Lula ao Presidente venezuelano Hugo Chávez, estaria na raiz de um
suposto “movimento golpista” articulado na Casa Branca e operado,
internamente pelo PSDB e pelo PFL com apoio da mídia”. Lembra
ainda Magnoli que as denúncias do “mensalão” originam-se
na base aliada do governo e são discretamente repercutidas por setores
do PT.
Quixotes do século
XX
Seria pertinente lembrar aqui o
quarto centenário do aparecimento do “El
ingenioso hidalgo D.Quijote de la Mancha” (1605) investindo contra moinhos
de vento... se não fosse a seriedade do assunto. Quais neo lanças
quixotescas, as bandeiras socialistas destruíram em sua passagem o perdido
século XX, fizeram milhões de mortos, deixaram sem esperanças
o Leste europeu e arrasaram a África. E hoje ainda falam em sonhos,
em utopias de um mundo miserabilista, totalitário e anarquista. A tal
ponto chegou a destruição que promoveram, que o atual Papa Bento
XVI, então Cardeal Ratzinger declarou recentemente que o socialo-comunismo
foi a vergonha do século XX.
Elegendo as elites como alvo
Atendendo ao chamado de José Dirceu, os movimentos sociais liderados
pelo Consea (Coordenação dos Movimentos Sociais), MST, UNE, CUT,
CPT, CIMI, Pastorais Sociais da CNBB totalizando 43 entidades, lançaram
ontem, 21 de junho uma Carta ao Povo Brasileiro, na qual jogam a culpa da atual
crise nas elites que “iniciaram através dos meios de comunicação
uma campanha para desmoralizar o governo e o Presidente Lula, visando enfraquecê-lo,
para derruba-lo ou obrigá-lo a aprofundar a atual política econômica
e as reformas neoliberais, atendendo aos interesses do capital internacional”.
Quer dizer, deslocando o foco do problema para as elites, transformam-se de
acusados em acusadores.
Posto isso, passam a exigir: “excluir do governo federal setores conservadores,
que querem apenas manter privilégios (...) reconstruindo uma nova maioria
política e social em torno de uma plataforma anti-neoliberal”A
isso chamam democracia!
Exigem também uma reforma política democrática: “Queremos
também a imediata regulamentação dos processos de democracia
direta, que implica o exercício do poder popular mediante plebiscitos
e referendos, conforme proposta apresentada pela CNBB e pela OAB ao Congresso
Nacional.” A este respeito remetemos nossos leitores ao artigo de Marcos
Aguinis, publicado pelo jornal O Estado de São Paulo no qual autor mostra
como a ilusão de ideologias desse tipo custam caro, pois pregam o nivelamento
por baixo e confundem justiça com miséria. Comentaremos esse
artigo no próximo Sem medo da verdade.
Desejam fortalecer os espaços de participação social
na administração pública e criar novos espaços
nas empresas estatais e de economia mista, viabilizando o controle
social e real compartilhamento do poder. Lembremo-nos do aparelhamento do Estado!
Lutam por fortalecer iniciativas
locais em favor da participação
e da educação popular, como por exemplo os comitês pela ética
na política, conselhos de controle social, escolas de formação
política. Lembram-nos das escolas do MST onde se ensina guerra revolucionária
e os inspetores de quarteirão dos regimes comunistas.
Querem enfrentar o monopólio (sic) dos meios de comunicação,
garantindo sua democratização, inclusive através do fortalecimento
das redes públicas e comunitárias. Que sirvam a interesses ideológicos
evidentemente!.
E terminam concitando: “Neste momento de mobilização,
conclamamos as forças democráticas e populares a se mobilizarem
para realizar manifestações de rua e protestos, e trabalhar para
promover as verdadeiras mudanças que o país e o povo precisa
(sic)”.
É o levantar das velhas e surradas bandeiras socialistas, fartamente
derrotadas, querendo colocar o Brasil novamente na contramão da História.
Com as bênçãos da esquerda católica!
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