Um encontro preocupante
Boletim "Sem medo da verdade”
08/02/2006
Gregório Vivanco Lopes
A FAO, organismo da ONU, promoverá juntamente com o governo brasileiro,
um encontro em Porto Alegre, com o fim de reavivar, em novas bases, a fracassada
Reforma Agrária socialista.
Fracasso total
da Reforma Agrária
no Brasil e no mundo
É notória a inconformidade das esquerdas, sobretudo da “esquerda
católica”, com o fracasso da Reforma Agrária no Brasil
e no mundo, sem exceção. No caso brasileiro quanto mais o governo
investe dinheiro público nos assentamentos e acampamentos, maior é o
vulto do fracasso. Beneficiam-se os aproveitadores, os oportunistas e toda
gama de sanguessugas, como as lideranças do MST. Mas o agricultor autêntico
e a produção nacional, esses vão à breca. Note-se
que assentamento não se confunde com pequena propriedade ou propriedade
familiar. Esta sempre teve papel de realce e com as propriedades grandes e
médias é um dos pilares da prosperidade nacional.
Terrorismo agrário tem a Reforma Agrária
como bandeira
As esquerdas têm necessidade vital da Reforma Agrária para levar
a cabo a revolução socialista. É o que afirma o guerrilheiro
comunista Che Guevara em seu livro “Guerra de Guerrilhas”. Para
ele “o guerrilheiro é, antes de tudo, um revolucionário
agrário” e “a base das reivindicações sociais
que levantará o guerrilheiro será a mudança da estrutura
da propriedade agrária. A bandeira da luta durante todo este tempo será a
reforma agrária” (http://www.marxists.org/espanol/guevara/escritos/index.htm)
Salvar o fracasso? Um escopo mundial teimoso.
Uma tentativa gigantesca de reavivar
a Reforma Agrária, e portanto
o socialismo, está em curso e terá seu apogeu no próximo
mês de março, em Porto Alegre, com representantes de 55 países,
capitaneada pela FAO (organismo da ONU para agricultura e alimentação),
juntamente com o governo Lula. Pelas informações publicadas na
mídia – especialmente no site http://www.icarrd.org/index.html,
criado especialmente para divulgação do encontro – deduz-se que agora a estratégia é superar
o fracasso da Reforma Agrária por meio de uma ação muito
mais ampla. A Reforma Agrária não mais seria conduzida como política
de um determinado governo, mas como política mundial propugnada pela
ONU e seus organismos, com participação dos governos e a colaboração
de ONGs e da sociedade civil organizada (jargão hoje em dia usado mundialmente
pelas esquerdas para designar grupos de pressão política). O
projeto prevê monitoramento e supervisão permanente da ONU com
seus mecanismos de imposição para fazer cumprir as resoluções.
A reboque estão sendo propostas medidas de cunho coletivista, ambientalista,
indigenista e outras, tendo a Reforma Agrária como carro-chefe. Buscar-se-ia
assim sufocar, justamente com as desigualdades injustas e rejeitáveis
aquelas que, pelo contrário, são harmônicas e proporcionadas
e sempre foram defendidas pela doutrina católica. E isto na sociedade
brasileira como nas de outras nações.
É preciso atingir o Agronegócio
e triturar seu sucesso.
Tendo como fundo de quadro o idéia falsa e perniciosa de que a justiça
social se identifica com a igualdade, e de que a fome se erradica com o socialismo,
o encontro pretende promover em escala mundial a pequena propriedade, como
forma de garantir o desenvolvimento sustentável e a soberania alimentar.
No caso brasileiro seria seriamente atingido o agronegócio, cujo expressivo
sucesso se deve, em grande parte, ao fato de ser conduzido pela iniciativa
particular, harmonizando grandes médias e pequenas propriedades, sendo
que estas últimas constituem 40% dessa atividade. Que autonomia teriam
tais “propriedades” ditas familiares, fruto do esfarelamento geral
das propriedades, frente a um Estado todo-poderoso ante o quando elas não
pudessem mais contar com o anteparo natural e orgânico das propriedades
maiores?
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