Democracia participativa, a infantaria do Sr. Stédile e bolso cheio.


14/03/2006

Boletim

A Via Campesina, a multinacional da baderna agrária e o MST, o exército do Sr. Stédile armaram-se para dar um exemplo de democracia participativa durante o recente Congresso da FAO, realizado em Porto Alegre. Não faltaram alguns ingredientes, como o financiamento do INCRA para a invasão e destruição de longa e custosa pesquisa do laboratório da Aracruz Celulose e uma “Nota Técnica” da Santa Sé, que é uma análise da situação do campo que em vários pontos não se aplica à situação brasileira. Como resultado prático, muito falatório, 15 acordos internacionais que enchem o bolso do governo, e a extensão da mobilização da barbárie por mais uns dias, durante o Congresso de Biodiversidade que se realiza em Curitiba. Só falta para completar o teatro das operações, o Presidente Lula entrar para conter o ímpeto do MST e tentar lucrar com isso mais alguns votos.

A democracia participativa do Ministro Rosseto

A FAO – Organismo da ONU que cuida da Fome e da Alimentação no Mundo queria que a reunião sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que foi organizada por ela e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil se realizasse no meio do ano, com o que não concordou o MDA. Posteriormente se levantou a hipótese de que o Ministro Miguel Rosseto queria aproveitar-se do Evento para benefícios eleitorais pessoais.

Em nota publicada com destaque no site do MDA, sob o título “Democracia participativa e cooperação internacional são destaques da declaração final do CIRADR” (leia-se Congresso Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural), o Ministro Rosseto comenta: “Fomos capazes de inovar, abrindo espaço para a representação direta em plenário da sociedade civil e compartilhando experiências importantes de democracia ativa e participativa”. Antes da conferência o Brasil já se vangloriava de ter “ensinado” à ONU esse caminho, em documento emitido ao final da Reunião preparatória realizada no Itamaraty, sob os auspícios do chanceler Pinheiro Guimarães.

A Nota ressalta ainda os acordos com a FAO “para a realização de cursos de capacitação destinados a técnicos agrícolas, com aporte de US$ 230 mil e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa acertaram parceria para programa de capacitação em gestão da terra, com investimento de US$ 270 mil”.Foram fechados acordos com Paraguai e Benin e com a FAO para estimular o desenvolvimento rural. Foi ainda firmado protocolo de intenções entre o INCRA e o CEPPA (Centro de Educação Popular e Pesquisa em Agroecologia), para beneficiar agricultores familiares e assentados. Vale dizer, bolsos cheios para a promoção da Reforma Agrária de cunho socialista, que é a que se tenta implantar no Brasil.

O exercito do Sr. Stédile

A tática do MST foi, entretanto, realizar um evento paralelo em conjunto com a Via Campesina, a multinacional da desordem no campo e nas cidades. Orquestram para isso um “ano vermelho” que começou em março. Indignou o País com a invasão, para qual mobilizaram as mulheres, e destruição do Laboratório de Pesquisas da Aracruz Celulose, fato amplamente comentado pela Mídia.

O teatro de operações da infantaria do Sr. Stédile, como vem sendo chamadas as tropas do MST, por enquanto foi transferido para outros dois grandes eventos que a ONU realiza em Curitiba, para tratar de temas como os recursos biológicos e o comércio de transgênicos - O MOP 3 (3ª. Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena) e o COP 8 ( 8ª. Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica).

Espera-se nesses eventos grandes pressões de ambientalistas, que deverá aumentar a dor de cabeça e os esmagadores problemas, acima de todos os limites, que a todo momento afligem os produtores rurais, criados pela burocracia estatal, pelas pressões de organismos internacionais e pela azucrinação de uma miríade de ONGs esquerdistas.

A “Nota Técnica” da Santa Sé

Causou estranheza entre os observadores da CIRADR a “Nota Técnica” da Santa Sé, com vistas à Conferência, onde ao lado da defesa de princípios como os da defesa propriedade privada, e do princípio de subsidiariedade, constantemente agredidos pela Reforma Agrária Brasileira, pelo MST e pela CPT – Comissão Pastoral da Terra, órgão da CNBB que promove a Reforma Agrária, descreve em termos muito genéricos a situação de grande miséria e injustiça no mundo, que, em seu conjunto também não se aplica ao Brasil. A grande pujança do agronegócio permitiu que os problemas de pobreza alimentar fossem, se não sanados, pelo menos, consideravelmente diminuídos. A tal ponto que, se o agronegócio ou a propriedade familiar aumentassem sua produtividade, criaríamos uma superprodução e um aviltamento de preços que destruiria a estrutura agrária nacional.

Uma surpresa: a China Comunista diz que o retorno ao capitalismo agrário salvou-a da fome!

Caiu como uma bomba no Plenário da CIRADR. Diante de uma Mesa presidida por Rosseto, relata o site do Políbio Braga, o representante dos comunistas chineses explicou muito claramente que entre as causas dos fracassos de Reformas Agrárias em seu país, pesou o fato da terra não pertencer ao produtor, o que ainda é a regra na maior parte da China. E, no caso da China, isto explicou a produção insuficiente e até a fome. Não se conseguia alcançar a “soberania alimentar”. Diante disso a China resolveu privatizar a maior parte das propriedades rurais, permitindo o lucro para os produtores. A produção aumentou imediatamente. Foi o que livrou a China da fome”.

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