Estrondo publicitário contra o General Pace: início de uma perseguição religiosa?


07/05/2007

Transcrição de manifesto da TFP norte-americana (The American Society for the Defense of Tradition, Family and Property), inclusive o quadro inserido, publicado no “Washington Times” em 22-3-07. Para maiores informações, sugerimos consultar o site daquela entidade: www.tfp.org

Numa entrevista ao “Chicago Tribune” no dia 12 de março, o General Peter Pace, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas [norte-americanas], fez esta declaração: “Acho que os atos homossexuais entre dois indivíduos são imorais, e que não devemos fechar os olhos aos atos imorais. Não acho de nenhum modo que os Estados Unidos sejam bem servidos por uma política segundo a qual é OK ser imoral”.

Mídia esquerdista transforma a declaração em debate nacional

Seguiu-se um estrondo publicitário contra o general, que é o primeiro fuzileiro naval a servir como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Alguém poderia ser levado a pensar que o distinto e altamente condecorado comandante militar tenha dito algo absurdo ou, pior ainda, imoral! Entretanto, sua declaração estava em perfeita coerência com a moral cristã, o bom senso e a política militar vigente.

Golpeando rapidamente as águas da “opinião pública” como num redemoinho, a mídia esquerdista pressionou vários candidatos presidenciais e outras autoridades a se definirem sobre o assunto: Os atos homossexuais são imorais? Alguns se puseram do lado do General Pace, outros se esconderam atrás de uma posição neutra, enquanto outros o castigaram publicamente e afirmaram que a homossexualidade não é imoral.

Algum discurso é mais livre do que outros?

O “linchamento moral” do General Pace pela mídia esquerdista levanta sérias preocupações. Algum discurso é mais livre do que outros? Se não for, por que então o general foi posto no pelourinho pela sua declaração? Ainda mais perturbadora foi a falta de consideração da mídia pelo direito do General Pace de professar publicamente os ensinamentos morais de sua fé católica. O direito de expressar convicções religiosas e morais deve ater-se ao domínio da teoria abstrata, sendo-lhe negada qualquer aplicação prática? Se assim for, isto não significa o banimento da religião e da moralidade do âmbito público?

O movimento homossexual se beneficia do estrondo publicitário

Não nos surpreende o contentamento do movimento homossexual diante do estrondo publicitário, mas sim a sua tentativa de forjar uma aliança não santa com a mídia esquerdista. A alienação ideológica prejudica a capacidade da mídia de relatar os acontecimentos e informar o público de modo imparcial e honesto. Tanto mais quanto a mídia está se transformando em poderosa promotora da agenda homossexual, como fica evidenciado nesta citação do site da GLAAD:

“Neil G. Giuliano, presidente da Aliança homossexual e lésbica contra a difamação (GLAAD), elogiou hoje a cobertura que a mídia fez até agora dos comentários anti-homossexuais do General Peter Pace, e conclamou os repórteres a assestarem o foco nas reações e relatos de seus membros difamados pelas declarações de Pace”.

Princípios da Lei natural

Apesar de todas as insídias da mídia, nada há de errado na posição tomada pelo distinto general. Com efeito, ela está em perfeita harmonia com a Lei natural, cujo primeiro princípio é: “O bem deve ser praticado e procurado, e o mal deve ser evitado”.

A afirmação de que a prática homossexual é má, e cumpre ser evitada, decorre do princípio segundo o qual os atos humanos devem se conformar à natureza humana. O ato homossexual viola este princípio. Por quê? A reta razão nos mostra que cada ato deve tender ao fim que lhe é próprio, e o fim próprio do ato sexual é a procriação. Um ato sexual que é psicologicamente inapto a preencher esse fim é contrário à nossa natureza racional. Ensina São Tomás de Aquino:

“Um pecado, nos atos humanos, é aquele que é contrário à ordem da razão. E a ordem da razão consiste em ordenar tudo em relação a seu fim, de modo apropriado [...]. Do mesmo modo como o uso da comida é dirigido à preservação da vida no indivíduo, também o uso dos atos venéreos é dirigido à preservação de toda a raça humana”.

Todos podem conhecer a Lei natural e estão sujeitos a ela

Como seu nome indica, a Lei natural decorre da natureza humana. Mesmo aqueles que não professam nenhuma religião podem conhecê-la, pois é uma lei que pode ser conhecida através da luz da razão, sem ajuda da Revelação divina. Inscrita nas profundezas de todos os corações, como São Paulo ensina, ela é a mesma para cada um, em todos os lugares e sempre.

Por exemplo, na sua tragédia Antígone (442 a.C.), Sófocles descreve a Lei natural como “as leis não escritas e imutáveis. [...] Elas não são apenas para hoje ou ontem, mas existem para sempre”. Como disse o jurista romano Cícero (106-43 a.C): “A verdadeira lei é a reta razão em harmonia com a Natureza. [...] Ela é de aplicação universal, imutável e perene. [...] Não precisamos olhar para fora, à procura de um comentador ou intérprete dela”. Em conseqüência, Cícero condena Sextus Tarquinius pela violação de Lucrécia, dizendo que, embora não houvesse na época lei positiva condenando o adultério, sua ação, contudo, era criminosa. “Pois até então ele tinha a luz da razão decorrente da natureza das coisas, a qual incita às boas ações e dissuade das más”.

Uma nova “moralidade”, que defende a imoralidade

Negando a existência da Lei natural e defendendo o comportamento homossexual, a mídia esquerdista está efetivamente promovendo uma nova “moralidade”, oposta à que procede da natureza humana, e que é confirmada pela Revelação divina.

Essa nova “moralidade” abre as portas para todo tipo de práticas antinaturais. Pois, uma vez que o conceito de Lei natural e os limites que a natureza humana impõe sobre os nossos atos são abandonados, o caminho está aberto para o triunfo das paixões desregradas.

A lei que não está baseada na natureza humana não é verdadeira lei. Ela cessa de ser uma força moral e se torna uma mera imposição arbitrária. E quando a força moral da lei cessa, a lei da força predomina, seja ela força física brutal ou “linchamento moral” da mídia. Pelourinho como o sofrido pelo General Pace pode quebrar homens com menor vigor, levando-os a abandonar seus princípios; pode silenciar setores inteiros da opinião pública, privando-os de se expressar livremente e de afirmar suas profundas convicções morais.

Necessidade de corajosa expressão

Há dois mil anos o Divino Salvador disse, aos que seguiriam os seus ensinamentos, que esperassem adversidade e até mesmo ódio. Contudo, Ele também disse que o opróbrio público não os dispensaria da obrigação de professar a sua fé:

“Sereis odiados por todos os homens por causa do meu Nome. [...] E não temais aqueles que matam o corpo, mas não são capazes de matar a alma, antes temei aquele que pode precipitar a alma e o corpo no inferno. [...] Cada um, entretanto, que der testemunho de mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está no Céu. Mas aquele que me negar diante dos homens, Eu também o negarei diante de meu Pai que está no Céu”(Mt 10: 22,28, 32-33).

Longe de serem intimidados pelos estrondos da mídia como os que estão circundando o General Pace, milhões de americanos deveriam seguir o exemplo desse corajoso oficial e dar expressão pública de suas convicções morais baseadas na Lei natural e na Fé. É hora de resistir à imposição de uma nova “moralidade” que defende a imoralidade. Fazendo-o, poderemos atrair as bênçãos de Deus sobre nós e nossa posteridade.

21 de março de 2007

TFP norte-americana

Assumindo um princípio, e não uma posição pessoal

Católicos praticantes, temos compaixão para com os que lutam contra a violenta tentação de pecar, tanto no tocante ao pecado homossexual quanto a outros modos, e por eles rezamos.

Estamos cônscios da enorme diferença existente entre aquelas pessoas que lutam contra a sua fraqueza e se esforçam por superá-la, e outras que transformam o seu pecado em razão de orgulho, tentando impor seu estilo de vida ao conjunto da sociedade, em flagrante oposição à moralidade cristã tradicional e à Lei natural. Entretanto, rezamos também por eles.

De acordo com a expressão atribuída a Santo Agostinho, “odiamos o pecado, mas amamos o pecador”. E amar o pecador, como o mesmo Doutor da Igreja explica, importa em desejar para ele o que de melhor possamos desejar para nós mesmos, ou seja, “que ele possa amar a Deus com uma afeição perfeita” (Santo Agostinho, “Da moral da Igreja Católica”, nº 49, www.newadvent.org/fathers/1401.htm).

Veja:
http://www.catolicismo.com.br

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