A Revolução Quilombola,
,um livro-denúncia


12/11/2007

Atílio Faoro

A obra A Revolução Quilombola, de Nelson Ramos Barretto, jornalista colaborador de Catolicismo, foi lançada em três municípios que vêm se destacando no mundo do agronegócio: Uberaba, Londrina e Bagé

Surpresa, preocupação e perplexidade. Tais foram os sentimentos dominantes no público mineiro, paranaense e gaúcho ante a grave denúncia — exposta na obra recentemente lançada, A Revolução Quilombola — de iminente conflito racial, além da constituição de mais uma cabeça-de-ponte para o confisco de propriedades particulares no Brasil.(*)

O primeiro lançamento desse livro deu-se por ocasião da prestigiosa Expoinel 2007 (Exposição Internacional do Nelore, em Uberaba – MG, em sua 36ª edição), realizada entre 20 e 30 de setembro p.p. no Parque Fernando Costa. Os produtores rurais estavam realmente preocupados com o grave perigo que representa o confisco quilombola.


O jornalista Nelson Barretto concedeu entrevista ao “Jornal de Uberaba”
Com o título Decreto do presidente Lula incita guerra racial, o jornalista Nelson Barretto concedeu entrevista ao “Jornal de Uberaba”, onde alerta: “Depois de conseguir fazer uma miscigenação de raças, o Brasil começa a vivenciar uma revolução silenciosa que pode resultar em uma guerra racial respaldada por medida governamental”. Logo abaixo da entrevista, vem estampado o manifesto Campo e cidade em perigo – Decreto de Lula rasga as escrituras e açula guerra racial.

Também sobre a questão quilombola, Barretto gravou em Uberaba entrevista para o conhecido Canal do Boi, levada ao ar no dia 12 de outubro, festa de Nossa Senhora Aparecida. A larga audiência que teve o programa em todo o Brasil ficou demonstrada pelo grande número de telefonemas de telespectadores, interessados não apenas em adquirir o livro, mas em participar da campanha promovida por Paz no Campo, associação que vem patrocinando campanhas contra as invasões do MST.

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Entrevista ao autor do livro no Canal do Boi
Em Londrina (PR), o livro foi lançado durante o 2º Rural Tecnoshow, realizado de 1º a 7 de outubro pela Sociedade Rural do Paraná, em parceria com a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB)/Emater-PR. O evento tecno-científico, com mais de dois mil participantes, contou com 59 palestras voltadas para a cadeia do agronegócio, ministradas por profissionais, em sua maioria pesquisadores de instituições e catedráticos de faculdades e universidades brasileiras.

Dentre os temas ali tratados, o Prof. Hilário Rosa discorreu sobre a Questão indígena e as ameaças ao direito de propriedade, apontando a realidade caótica da questão indígena no Brasil nos dias de hoje. Outro tema correlato foi exposto pela coordenadora da ONG Recovê, Roseli Maria Ruiz, com o tema Índios e produtores vítimas de políticas irresponsáveis, além da palestra do diretor jurídico da Sociedade do Norte Pioneiro, Pedro Pavoni Neto, sobre aspectos legais da questão indígena.

Dentro desse contexto, foi distribuído a todos os presentes um manifesto, publicado naquele dia na “Folha de Londrina”, sobre o tema do livro A Revolução Quilombola: Campo e cidade em perigo – Decreto de Lula rasga as escrituras e açula guerra racial. Na ocasião, foram entregues exemplares do livro aos conferencistas, tendo o tema gerado vários apartes, com as devidas e procedentes explicações do Prof. Hilário Rosa sobre a ameaça e o absurdo do confisco quilombola.

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Conferência em Bagé (RS)

Realizou-se a 95ª Expofeira em Bagé, cidade gaúcha que é foco vivo de tradições regionais, pólo de pensamento nacional e sede de uma das mais antigas exposições agropecuárias, com a melhor mostra de animais rústicos do País.

Entre remates, “paleteadas” de cavalos crioulos e mostras de campeões das raças inglesas Hereford, Braford e Jersey, foi igualmente lançado no dia 9 de outubro o livro-denúncia A Revolução Quilombola, de Nelson Barretto. Nesse mesmo dia o autor concedeu entrevistas às rádios “Difusora” e “Cultura”, bem como aos jornais bageenses, “Minuano” e “Correio”.

Conhecido do público ruralista gaúcho, Barretto já apresentou em feiras anteriores outros dois trabalhos: Reforma Agrária: o mito e a realidade; e Trabalho Escravo – Nova arma contra a propriedade privada. Após a sessão de lançamento, o tema motivou uma animada roda de conversa entre os produtores rurais e o autor.

Causou viva impressão a apresentação do mapa elaborado pela Universidade de Brasília com os municípios atingidos pela demarcação de territórios quilombolas. Pelo mapa, só no município de Bagé existem três áreas passíveis de desapropriação, que pertenceriam a supostos remanescentes de quilombos.

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(*) Para informações complementares, visite o blog:
http://livro-quilombola.blogspot.com



Fórum da Agricultura em Chapecó

Concomitante com a 40ª Exposição-Feira Agropecuária de Chapecó, a maior do estado de Santa Catarina, realizou-se o 1º Fórum Parlamentar da Agricultura para discutir temas candentes: agronegócio, questões ambientais, indígenas e trabalhistas, invasões do MST e de quilombolas. Mais de 400 líderes rurais, autoridades e políticos participaram do evento. Na foto, como representante da campanha Paz no Campo, Hélio Brambilla (esquerda) entrega ao Senador Neuto de Couto, Presidente da Comissão da Agricultura do Senado, um exemplar do livro A Revolução Quilombola.

Veja:
http://www.catolicismo.com.br

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