Manobra regimental, na calada da noite, coloca o aborto em votação
29/11/2005
Boletim Nascer é um direito
A votação só foi
incluída pelo Deputado Benedito Dias
na pauta da Comissão de Seguridade Social e Família, graças
a uma manobra regimental realizada nesta segunda feira à noite, com menos
de 48 horas de antecedência. A pauta da reunião que se realiza nesta
quarta feira, 30 de novembro, que já estava pronta desde sexta feira passada,
não continha a previsão da votação. É uma
conhecida manobra regimental para evitar a forte oposição ao
aborto, que vem sendo manifestada pela imensa maioria do povo brasileiro.
O Substitutivo do Projeto de Lei
1135/91, elaborado e apresentado à Câmara
dos Deputados que torna o aborto completamente livre, em qualquer caso
e por qualquer motivo, desde o início da gravidez até o momento do nascimento,
isto é, durante todos os nove meses da gravidez será votado pela
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados
nesta quarta feira, dia 30 de novembro.
O Projeto de Lei que aproveita em
quase todos seus termos o relatório
elaborado pela Comissão Tripartite constituída pelo Governo,
afirma, no início de seu texto, em uma linguagem própria para
enganar, que "assegura a interrupção voluntária da
gravidez até doze semanas de gestação". Com base
nesta afirmação tanto o Governo como todos os jornais brasileiros
sem exceção até o momento têm divulgado que o projeto
legaliza o aborto somente durante os três primeiros meses de gestação.
Mas, no seu artigo 9º o projeto "revoga os artigos 124, 126, 127
e 128 do Código Penal". Somente um advogado familiarizado com a
matéria, sabe de memória o que rezam estes artigos. Um leigo
não percebe o verdadeiro propósito do projeto. Quem, entretanto,
consulta o Código Penal, constata que os artigos 124, 126, 127 e 128
do Código Penal são todos os dispositivos legais que tipificam
o aborto como crime. Revogando estes artigos, qualquer aborto deixará de
ser crime, por qualquer motivo e em qualquer circunstância, desde a concepção
até o momento do parto.
O ocultamento do verdadeiro objetivo
do projeto foi denunciado por este boletim, por vários internautas e durante a audiência pública não
televisionada ocorrida na Câmara no dia 22 de novembro pelos juristas
Dr. Ives Gandra Martins, Dr. Paulo Leão e principalmente pelo ex Procurador
Geral da República Dr. Claúdio Fonteles. Apesar disso o próprio
Jornal da Câmara, agora sob a responsabilidade do Deputado Aldo Rebelo,
do PcdoB e correligionário da Deputada Jandira Feghalli, relatora do
Projeto, e toda a imprensa brasileira, apesar dos repórteres dos principais
jornais terem estado presentes à audiência, continuam divulgando
sistematicamente que o aborto está sendo liberado até o terceiro
mês.
Segundo
os dados dos principais institutos de pesquisa de opinião pública
do Brasil, a esmagadora maioria da população é contra
o aborto
Este projeto
hediondo pode estar
sendo votado com esta urgência, não
obstante uma oposição popular maciça, graças à traição
de inúmeros parlamentares ao mandato que receberam da população
para representa-la, e ao trabalho de mais de duzentas ONGs financiadas com
milhões de dólares, por cerca de vinte entidades sediadas nos
Estados Unidos que estão, desde os anos 60, promovendo aborto em todo
o mundo.
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