Cresce a reação católica contra o aborto
10/01/2006
Guilherme Félix de Sousa Martins
O
Projeto de Lei 1135/91
pretende descriminalizar o aborto, tornando essa nefanda
prática um “direito”.
A
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara
debate o Projeto de Lei 1135/91, da deputada Jandira Feghali (PC
do B/RJ), |
Brasília — “A Rússia espalhará seus erros
pelo mundo”, advertiu a Santíssima Virgem a 13 de julho de 1917,
em uma de suas aparições na Cova da Iria (Portugal). A constituição
comunista russa, elaborada algum tempo depois, passou a prever em seu texto
o “direito” ao aborto. A Alemanha sob o domínio nazista — reverso
da mesma moeda do comunismo — imitou-a, impondo mais tarde o mesmo absurdo à Polônia
conquistada.
Agora, cumprindo ameaça feita no ano de 2004, o Governo Federal, através
de uma comissão tripartite (formada por membros do Poder Executivo,
do Poder Legislativo e da sociedade civil), ressuscitou a discussão
sobre a legalização do aborto. O Projeto de Lei 1135/91, de autoria
dos ex-deputados Eduardo Jorge (PT/SP) e Sandra Starling (PT/MG), agora com
relatório da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), foi colocado na pauta
de votação da Comissão de Seguridade Social e Família
da Câmara dos Deputados, significando um primeiro passo para sua aprovação.
* * *
Causa estranheza notar que isso se faz no momento mesmo em que várias
pesquisas de opinião comprovam a rejeição do povo brasileiro
a essa abominação que é o aborto. E, mais curioso ainda,
simultaneamente ao levantamento da discussão da mesma problemática
em vários outros países. O que haverá por detrás
disso?
De início, parecia não haver dificuldade para o projeto ser
aprovado na referida comissão, pois a maioria de seus integrantes manifestava
certa simpatia por ele. A reação, porém, não tardou.
* * *
O vento foi aos poucos mudando de direção, indicando uma derrota
certa do ignóbil projeto. A cada nova votação, aumentava
o número de anti-abortistas na assistência, o que estimulava os
deputados representantes dessa posição. Isso foi logo percebido
pela relatora, a deputada do Partido Comunista Jandira Feghali, que o retirou
de pauta, a fim de “aproveitar” as contribuições
dos colegas — uma desculpa para ganhar tempo e rever sua estratégia
de ação.
* * *
O projeto, que de início pretendia transformar o aborto de crime em
direito, e estabelecia uma série de normas, deu um passo atrás.
O novo relatório, surgido após a manobra sorrateira, defende “apenas” a
descriminalização do massacre de inocentes, propondo a abrogação
de artigos do Código Penal que criminalizam o aborto.
O plenário da comissão
ficou repleto mais uma vez, com a presença de pessoas oriundas de diversos
Estados brasileiros, o que levou os deputados a adiarem mais uma vez a votação.
Da
esq. para a dir.: Antonio Carlos Biscaia (PT/RJ), Nestor João
Masoti, pres. da FEB, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, pres. da CNBB,
Bassuma (PT/BA) e Adelor Vieira (PMDB/SC), membros da mesa que presidiu
o 1º Seminário Nacional em Defesa da Vida |
Simultaneamente, no edifício da Câmara, realizou-se o 1º Seminário
Nacional em Defesa da Vida.
Disso tudo resultou um impasse para os defensores do aborto. Tendo a intenção
de ver quanto antes seus desígnios alcançados, a cada passo deparam
com uma oposição firme, decidida a não ceder terreno.
Como avançar? Tentarão eles novos golpes e manobras, mediante
algum artifício regimental, para aprovar o projeto na calada da noite?
Iniciativas desse tipo já têm acontecido no Congresso Nacional.
Estejamos todos vigilantes. Cabe a cada brasileiro a missão de lutar,
na medida de suas possibilidades, para impedir que tal maldição
se abata sobre nossa Pátria. Não podemos permitir que o coração
de Cristo Nosso Redentor seja ferido por mais essa chaga; não podemos
permitir que a Terra de Santa Cruz se torne palco de novo massacre de inocentes
a exemplo do perpetrado por Herodes, como também que os erros da Rússia
encontrem guarida em nosso solo.
Veja:
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