Querem abolir até a objeção de consciência em matéria de aborto
13/01/2006
Boletim
Mais uma manobra abortista. É a utilização de direito internacional
produzido pelas Nações Unidas para obter declarações
de inconstitucionalidade de todas as leis que penalizam o aborto. Abrem uma frente
por meio do Judiciário enquanto batalham no legislativo por sua aprovação.
Os fatos.
1 . A rede de peritos da
Comissão Européia (European Union Network
of Independent Experts on Fundamental Rights) - Em setembro de 2002 foi constituída
pela União Européia uma rede de juristas independentes, um por
Estado membro, especialistas em “direitos fundamentais”, liderados
por um coordenador. A rede deverá produzir, cada ano, um relatório
sobre como os direitos fundamentais são assegurados, na prática.
Ela deve opinar também sobre questões específicas, pedidas
pela Comissão Européia. Cidadãos europeus podem também
enviar informações sobre a salvaguarda dos direitos fundamentais
na União à Rede de peritos ou à Comissão Européia.
Essa rede foi criada pela Comissão Européia em resposta a um
relatório do Parlamento Europeu.
2. Concordatas entre o
Vaticano o os Estados membros da UE – Concordata é o
nome que se dá a um acordo bilateral entre a Santa Sé e um estado
soberano. Uma das Concordatas mais completas foi a assinada pela Santa Sé e
a República Eslovena. Sob o ângulo que nos interessa grande parte
dessas concordatas dão aos operadores de saúde uma ampla possibilidade
de se recusarem a realizar aborto, fertilização artificial ou
assistida, experiências com órgãos humanos, com embriões
humanos, eutanásia, clonagem e esterilização.
3. ONGs abortistas entram
em cena – O Interesse da Rede Européia
na questão da objeção de consciência foi provocada
por esforços realizados junto ao Parlamento Europeu pelas ONGs Eslováquia
Pro-Choice e pelas “Católicas” pelo Direito de Decidir,
com a intenção de derrubarem a concordata entre a Eslovênia
e a Santa Sé sobre a objeção de consciência.
Também está envolvida na questão a ONG CRR - Center for
Reproductive Rights - sediada em New York, que, segundo ela mesma declara,
apresentou à Rede uma documentação sobre os efeitos que
essas concordatas tem sobre “ o direito das mulheres terem acesso ao
aborto legal”.
4. A Rede contesta o direito à objeção de consciência – E,
14 de dezembro de 2005 a Rede emitiu uma opinião. Baseando-se amplamente
nessa análise da CRR, concluiu, em relatório de 41 páginas,
que os Estados da União Européia têm a obrigação,
sob as leis internacionais de direitos humanos, de regulamentar a invocação
dos operadores de saúde à objeção de consciência,
de maneira a assegurar que nenhuma mulher seja privada de um aborto em circunstâncias
onde o procedimento seja legal. A opinião da Rede é tanto mais
significativa quando ela representa uma obrigação para todas
as leis e políticas dos estados membros sobre esse assunto.
Uma verdadeira ditadura abortista.
Não se pode entender como uma rede de juristas que se diz especialista
em direitos fundamentais, negue, em nome desses mesmos direitos, uma de suas
mais características manifestações, que é a objeção
de consciência. É a ditadura dos “direitos humanos” que
protege bandidos de todo gênero e persegue, por exemplo, o médico
que, por sua reta consciência nega-se a cometer um infanticídio.
O uso da decisão da Rede pode reforçar a tentativa de descriminalizar
o aborto via Judiciário.
Já há mais de 20 anos o CRR – Center for Reproductive
Rights de New York está organizando uma rede de escritórios de
advocacia para sustentar projetos para utilizar o direito internacional produzido
pelas Nações Unidas, com a finalidade de obter declarações
de inconstitucionalidade de todas as leis que penalizam o aborto.
É a CRR que está por traz da “Women´s Link Worldwide,
sediada em Vermont, USA, que, por meio da advogada Mônica Roa, sua diretora
de Justiça de Gênero (eufemismo para designar igualdade de sexos),
está tentando obter essa declaração de inconstitucionalidade
na Colômbia, por meio de um projeto denominado LAICIA (Litígio
de Alto Impacto em Colômbia por la Inconstitucionalidad del Aborto).
Esse plano seria um piloto que se estenderia a toda a América Latina.
O lobby da CRR.
A CRR - Center for Reproductive
Rights -é uma das principais organizações
lobistas na ONU em questões referentes ao aborto e possui influência
evidente nas decisões do Comitê de Direitos Humanos da Organização.
A atividade da rede formada pela CRR se estende aos Estados Unidos, à América
Latina e também ao continente Europeu, como se pôde ver. No ano
de 2000 a CRR conseguiu derrubar na Hungria uma nova lei que limitava o acesso
ao aborto e no mesmo ano na Rússia organizou um congresso de bioética
para impedir a introdução de um Código de Bioética
que minaria “direitos sexuais básicos”. Também atua
na Nigéria, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,
El Salvador, Guatemala, México, Peru, Polônia, Romênia, África
do Sul, Índia, Nepal, Paquistão e dezenas de outros países
menores da África.
Por trás da CRR estão as mesmas financiadoras internacionais
que sustentam as cerca de duzentas ONGs que trabalham pela promoção
do aborto no Brasil. Entre os patrocinadores da CRR estão as já conhecidas
Fundação MacArthur, Packard Foundation, Ford Foundation, Grove
Foundation, John Merck Fund e dezenas de outras, todas com colaborações
de centenas de milhares de dólares anuais. Algumas destas organizações
dão contribuições tão elevadas que proíbem
que a CRR divulgue o montante, mas não o nome.
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